Estruturas de governo (parte2) A Democracia Contemporânea

Palácio do Planalto


  Em uma publicação anterior do blog que se pode ser acessada por aqui ( Estruturas de governo (parte1)descrevi várias estruturas de governo, coloquei seus pontos positivos, negativos e análises. Devido à importância atual da estrutura de governo democrática contemporânea resolvi fazer sua descrição em separado com uma configuração diferente, nessa vou transcrever um texto sem dividir pontos altos, baixos e análise e sim de forma mais minuciosa e contínua mesclando todos pois isso embora não afete nem de forma positiva nem negativa o entendimento do que é essa estrutura de poder, vai facilitar o entendimento da minha crítica em relação a tal.

  Lembrando que as publicações desse blog não buscam promover nada além da reflexão e debate sobre política, por isso deixo novamente claro que esse ambiente não é uma ferramenta para atentar contra o governo algum e nem ser usada como fonte imparcial de informação.

  Gostaria de pedir também a participação do leitor nos comentários colaborando com a crítica ou discordando e apresentando sua própria, com respeito e argumentos válidos, obrigado.

  Para esmiuçar o modelo democrático contemporâneo de forma a não permanecer dias lendo um conteúdo, algo típico de uma leitura mais científica, é preciso fazer tal em pontos realmente importantes que delimitam os princípios do sistema. Então aqui não vou entrar tanto no mérito das suas possíveis configurações de cargos e hierarquias como, parlamentarista, presidencialista, semipresidencialista, ou então sobre o funcionamento de eleições diretas e por colegiados. No fim isso pouco muda nas qualidades e problemas que uma autêntica democracia contemporânea irá apresentar.

  Com isso em mente é preciso destacar os princípios do sistema, sem dúvida o mais marcante consiste em ter uma constituição que define por sua vez o cidadão como, todo aquele habitante maior de idade, nascido no país ou estrangeiro naturalizado ali que esteja em pleno gozo de seus direitos políticos, direitos esses que podem ser restringido por pendências jurídicas e não por etnia, sexo, orientação sexual, pela fé ou ausência de uma e escolaridade. A constituição precisa garantir também o respeito a direitos fundamentais que o governo vigente precisa ter em relação as minorias que não tem poder quantitativo de eleger representantes. Os outros princípios que precisam ser destacados e não necessariamente precisam de uma constituição para fazer um governo se enquadrar na democracia contemporânea é a, composição dos ocupantes dos cargos do governo formada por representantes devidamente eleitos pelo povo e que essa eleição se faça pela escolha da maioria dos cidadãos cujo qual a vontade e escolha é expressada por meio do voto de igual valor para todos os cidadãos, ou no caso das eleições colegiadas, representantes do povo da maior parte do território que corresponde o pais e não a soma total da maioria do votos.

   Tendo os princípios realmente relevantes que delimitam uma democracia contemporânea expostos vou tratar aqui das motivações que levaram esse modelo de estrutura de governo se popularizar, principalmente no ocidente, a ser implantado no Brasil e em muitos outros países do mundo e que leva ele a ser defendido por tantas pessoas como o único caminho viável de se governar um estado de forma eficiente.

  Se a perguntado para Ferdinand Lassalle, sociólogo prussiano e criador da social-democracia, quem estaria certo, Trasímaco e companhia que defendiam a legitimidade do poder pela força e que tal deve servir a quem o detém, ou Rousseau que defende a legitimidade do poder pelo apoio do povo e beneficiando o povo num harmônico e recíproco acordo social entre indivíduos civis do estado e governo, Lassalle diria os dois lados! Isso porque para Lassalle o povo não deve ser encarado como um só e sim vários grupos com distintos interesses e que ao conseguir poder econômico ou militar passam a querer e impor seu espaço no governo para que tal o sirva também, dessa maneira a única forma de manter o povo governando e não pequenos círculos oligárquicos, seriam usar a máquina pública e fortalecer o máximo de grupos que constituem o que se entende pelo termo povo, para terem força e assim legitimarem um governo que os representa, sem isso toda aventura democrática iria fracassar pois eventualmente alguém usaria a força que detém centralizada por não residir essa no povo e tomaria para si o poder e governaria. É possível observar como isso ocorreu na revolução francesa em que a burguesia, grupo que foi principal força cujo qual tornou possível retirar do poder monarca, nobres e clero e impor suas vontades, fez isso porque era negado sua participação prática no governo sendo que detinham poder econômico, com esse poder em mãos não puderam ser contidos e destruíram a estrutura de governo vigente.

  Com o movimento da social-democracia iniciada por Lassalle e continuada por muitos outros pensadores posteriormente, que pregava subir ao poder dentro das democracias modernas espalhadas em algumas nações da época e assim conferir poder aos grupos constituintes do que se entende como povo, a estrutura de governo democrática se fortaleceu e começou a ser replicada cada vez mais. Muitos grupos que não queriam ceder o poder que acumulavam para as massas resistiram e esse processo foi lento e continua até hoje nas democracias contemporâneas, devido a esse processo demasiadamente penoso e demorada que ocasionalmente apresentava retrocessos a serem recuperados, uma vertente socialista liderada pelos pensamentos do também sociólogo prussiano Karl Marx passou a pregar a tomada do poder como um todo e não somente o governo para as massas de uma só vez e por meios radicais, revolucionários e não democráticos, dessa forma o governo e todo o poder econômico e militar seriam tomados pelas armas e depois da rápida distribuição para as massas cujo qual implicaria numa mudança não somente administrativa mas também do sistema econômico, a democracia seria novamente restabelecida e garantida pelo poder contido então no povo. Essa vertente que fracassou é discutida numa publicação feita a parte aqui no blog que trata a respeito dos sistemas econômicos, acompanhe ela aqui (Sistemas Econômicos (parte1))

  Social-democracia e socialismo precisam ser tidos como diferentes, embora muitos não entendam isso por ignorância ou preconceito, até mesmo seus seguidores não entendem muitas vezes a diferença e acabam por participar em simultâneo de ações dos diferentes movimentos, mesmo com o compartilhamento ocasional de militância e defensores intelectuais as vertentes proposta tem diferenças abissais e que jamais podem ser tidas como um único movimento. Explicado isso volto a focar no movimento que te fato fortaleceu o crescimento da estrutura de governo democrática mundo a fora, a social-democracia.

  O movimento da social-democracia está normalmente associado a esquerda, isso porque busca fortalecer grupos pertencentes a grande massa populacional chamada pelo termo "povo", e naturalmente buscando fortalecer primeiramente os grupos mais fracos que seriam os historicamente perseguidos, homossexuais, ateus e agnósticos, praticamente de pequenas religiões, descendentes de escravos e emigrantes, etc... Como resposta os indivíduos e elites que não querem ceder seu poder e influência acabam por se aglutinar á os grupos mais conservadores que formam a direita. Ideias social-democratas se misturam a luta contra valores conservadores e os que defendem o acúmulo de poder na luta pelos valores conservadores, porém isso não é regra alguma, apenas um arranjo conveniente ou mera coincidência pois ser conservador no que diz respeito a cultura e demais valores não impede ninguém de apoiar a social-democracia, apenas faz com que prefira que os grupos pertencentes ao povo que são conservadores sejam fortalecidos, da mesma maneira que nada impede que um social-democrata seja conservador, o que de fato acontece em alguns países que o movimento social-democrata acaba por pertencer a direita como por exemplo recente, na Ucrânia onde a frente que impulsiona o progressismo, fortalecimento da democracia e inclusive o alinhamento com a União Europeia que é dominada atualmente por vertentes ligadas ao movimento social-democrata são os nacionalistas e de maioria conservadora para com os costumes ucranianos ou seja, a direita do país, já a frente que é minoritária e tem conexão étnica com a Rússia ao leste do país luta para enfraquecer o poder das massas e forçar o pais a se alinhar novamente ao governo russo por meio das elites nacionais que são influenciadas por ele, que por sua vez não é adepto do progressismo, essa situação fora do comum alinhamento da social-democracia com a esquerda se deve ao fator de influência externa tanto que já dentro da própria Rússia ocorre esse alinhamento típico normalmente, no entanto é importante destacar como na Ucrânia isso ocorre e não existe sentimento algum das partes de se estar fazendo algo contraditório ou incoerente, todos esses posicionamentos dos grupos que formam o povo local ocorreram com naturalidade conforme os acontecimentos requisitavam, sendo então um equívoco afirmar que a social-democracia pertence necessariamente a esquerda ou direita.

  A democracia contemporânea amadureceu com seus princípios ficando bem estabelecidos e se espalhou e fortaleceu devido a movimentos diversos principalmente da social-democracia que se espalharam multinacionalmente e hoje tem a dominância que tem. Mas tudo são rosas nesse modelo de governo de um estado? Para responder essa pergunta não podemos ficar vendo somente os triunfos conquistados por ele, hoje a democracia contemporânea sofre de problemas herdados da democracia clássica e moderna, burocracia é uma quase sempre constante e isso dificulta muito quando por algum motivo o governo precise de dinâmica para lidar com uma mudança no cenário global ou até mesmo dentro da diplomacia bilateral de um pais, epidemias, crises financeiras e guerras tem respostas tardias e que causam transtornos maiores do que seriam necessários. Políticas de curta duração é outra grande e incômoda herança, afinal se um governo cujo a maioria dos representantes eleitos cunha um caminho para o país e se vê obrigado a mudar tudo repentinamente devido a em uma nova eleição o povo tenha decidido eleger uma nova maioria dos representantes que por sua vez agora discordam daquele caminho traçado, isso pode ser observado nos exemplos recentes, nos Estados Unidos da América que ao fim do mandato do governo democrata de Barack Obama foi sucedido pelo republicano Donald Trump viu seus esforços financeiros e diplomáticos serem descartados com o abandono do acordo nuclear do Irã, do acordo climático de Paris, do conflito sírio e de acordos comerciários diversos, na Argentina o fracasso na tentativa de reeleição do governo de Maurício Macri que perdeu para movimento representado pelo candidato Alberto Fernandes cujo qual destruiu os projetos de abertura comercial e reestruturação da dívida daquele país através de gastos públicos austeros, não querendo entrar no mérito de quem estava certo nos casos usados de exemplo pois mudanças da mesma forma que vem para pior podem vir para melhor, mas essas mudanças por si só custam aos cofres públicos, esforços humanos diplomáticos e publicitários e também sendo muito importante destacar, custam tempo, para países que foram obrigados a mudar suas estratégias de condução do governo devido a mudanças políticas ocorre investimentos de tempo, financeiros e humanos que ficam sem trazer frutos e que poderiam ter sido aplicados em outras frentes mas foram perdidos devido a imprevistos eleitorais, a insegurança que isso acarreta faz com que investidores e outros países tenham mais resistência em fazer parceiras temendo ser pegos por esses imprevistos e ver seus recursos desperdiçados junto ao fim daquelas politicas defendidas por representantes não reeleitos.

  Por fim o mais importante problema da democracia contemporânea e o que me faz a condenar, concluindo como não sendo o modelo ideal de estrutura de governo,  é provinda também de uma qualidade sua, se por um lado os valores democráticos se tornaram fortemente defendidos nas sociedades sob seus governos pertencentes com um marketing que prega intolerância a qualquer visão contrária e que garante estabilidade oriunda das massas empoderadas, por outro lado essa força do sistema nada mais garante que o próprio sistema, pois embora o povo tenha força para exigir sua participação no governo isso não garante que seus representantes vão lhe servir como desejam ou como imaginam, a social-democracia por exemplo da poder as massas para sustentarem a democracia mas esse poder não necessariamente vem como tais massas almejam, isso ocorre porque a demandas que não podem ser atendidas por diversos motivos como por exemplo, imagine um grupo de produtores de alguma cultura agrícola que recebem credito subsidiado do governo, esse subsídio lhes dá acesso a capital e a prosperar suas propriedades, esse grupo assim foi empoderado pelo seus representantes e vão sustentar a defesa da sua continua participação na escolha de representantes, vendo uma oportunidade de conseguir lucrar vendendo parte de suas colheitas para uma outra nação demandam um acordo comercial entre os países de seus representantes que não podem fazer tal por razões oriundas daquela outra nação e não de suas vontades, muitas vezes explicar essa situação não é possível pela complexidade do assunto e pela ignorância em relação a diplomacia daquele grupo, sendo assim esses representantes não atendem os anseios a eles confiados por aqueles que eles empoderaram. Para sufocar as inúmeras situações como a citada de exemplo que encontram é que é feito esse marketing do sistema como sendo o único caminho aceitável para a administração pública, o povo dessa maneira passa a não usar seu poder para causar uma ruptura da sociedade frustrado com seus interesses não atendidos pois não enxergam como uma revolta poderia ajudar já que aquele já é a melhor opção para tentar continuar requisitando suas vontades, esse marketing vem nas aulas de escolas e universidades, vem por meio das mídias que elevam os famosos defensores do sistema como exemplos a serem seguidos, e de períodos de eleição que candidatos martelam incessantemente frases de ordem que mostram os perigos de não seguir a democracia. Desse fenômeno surgiu o populismo.

  O problema do populismo surgiu na democracia moderna mas se intensificou na democracia contemporânea devido a ideia de defender o modelo democrático a todo custo mais amadurecida culturalmente na nação que tem a democracia contemporânea no poder, dessa maneira candidatos podem usar toda aquela estrutura de marketing praticamente institucionalizada para uso próprio e não do sistema para o sistema, e apontar justamente as demandas não atendidas das massas e assim fazê-los acreditar que os seus atuais representantes são na verdade inimigos do sistema democrático por razões diversas apontadas pelo próprio candidato populista, ele então se coloca como sendo capaz de tudo poder fazer pois a democracia tudo pode fazer, as pessoas que já estão doutrinadas a acreditar nessa força da democracia veem coerência nesse discurso e passam a apoiar esse que agora sim parece que vai atender de fato 100% do que seus eleitores demandam. Populistas que sobem ao poder realizam diversas façanhas prejudiciais ao regime democrático como de fato realizar ações demandadas pelos seus eleitores mesmo que essas seja causadoras de problemas não compreendidos por aqueles que demandam, e quando não realizam essas ações por não poder realmente, marginalizam rivais e a imprensa culpando tais por estarem o impedindo e atentando contra a democracia que agora ele representa e não mais sendo meramente um representante temporal.

  Á governos populistas de ideologias de direita e esquerda sem distinção e eles são fáceis de serem identificados pela sua manipulação do marketing da democracia para sua retórica e assim tentar controlar as massas e as induzir a seu favor eleitoral e de ações de governo, mas não é tão fácil identificar suas motivações. Sócrates, Platão, Aristóteles e companhia já criticavam o sistema democrático clássico, pôr o poder dele ser passivo de indução ao erro pela falta de competência e retórica, críticas essas que ainda se fazem atuais, devido ao fato da ignorância das pessoas as tornar suscetíveis à retórica agora assim como antes ou seja, o temido problema do poder induzido ao erro se modificou pois o sistema não é mais o mesmo mas se manteve agora na forma do populismo, se a retórica populista obter sucesso e "enganar" (já explico sobre a possibilidade do uso de aspas) o povo, vai se usar o poder que ele detém ao erro, e o pior (explicando as aspas) é que isso pode acontecer intencionalmente ou até mesmo acidentalmente pois os populistas podem não surgir necessariamente para "trair" as massas apenas pensando em se eleger mas por fazer parte delas, afinal o falho nível de instrução do muitos grupos que constituem o povo empoderado impede de enxergarem decisões para bem de si mesmas em assuntos complexos, e por isso algo simples e errado pode parecer coerente pela percepção pouco instruída de massas ainda ignorantes e ludibriadas com a possibilidade de escolhas e delas sair lideres, retóricas erradas e quem as propõem podem então atuar conduzindo o poder ao erro sem saber que o fazem. Explicando resumidamente, o político populista pode ser alguém agindo de má fé ou apenas um dos indivíduos sem instrução necessária para governar de dentro do povo que acabou por acender como candidato populista acreditando assim como seus eleitores no seu próprio discurso e retórica equivocada.

  O exemplo mais notável do que o problema do populismo pode chegar a fazer em um pais é escancarado na Venezuela, embora hoje o país não possa ter tido mais como uma democracia contemporânea ele teve a raiz dos problemas que afligem aquele povo enquanto ainda era uma, sendo rico devido a suas reservas de petróleo o país se tornou uma das mais poderosas democracia do mundo do ponto de vista financeiro e acabou por deixar populistas de esquerda chegarem ao poder, uma vez lá programas de distribuição de renda e subsídios de todos os serviços públicos foram criados elevando os gastos do governo a níveis inimagináveis, com algumas crises que o petróleo veio a passar e sendo ele a principal fonte de renda do país era natural uma conscientização do governo para mudar esse rumo de gastos tão massivos, no entanto ele não o fez, seria então natural o povo trocar os seus representantes mudando essa inércia do governo, no entanto ele também não o fez, isso se deve à o discurso totalmente irracional do governo em achar culpados dentro e fora do país pela falta de dinheiro quando tal era devido aos gastos sem arrecadação que ele mesmo sustentava, o povo ignorante foi convencido dessa retórica e quando se deu conta da real situação se encontrava em um país absurdamente endividado, com toda suas infraestruturas sucateadas e com um governo a tanto tempo pregando que os outros são os culpados dos problemas que não aceitava mais nem mesmo as eleições lhe dizendo o contrário. Esse exemplo venezuelano pode parecer extremo mas serve para mostrar o tão grande podem ser as consequências do populismo, demais problemas em menores proporções podem ser notados em quase todas as nações democráticas atuais oriundos de atividades populistas que atualmente os governam ou deixados lá em algum mandado anterior de representantes populistas que por ali passaram.

  Com essas explicações fica fácil ver aqui nessa publicação, como funciona a democracia contemporânea e como ela conseguiu chegar a ter a sua atual força e como essa mesma força pode ser usada para um fim trágico.


Recomendações na sétima arte parte1 - A Onda (Die Welle)

 

cartaz do filme


  Quando pegamos para observar o acervo de filmes, documentários e séries sobre a estrutura de poder autocrática podemos encontrar grandes quantidades de obras relacionadas ao entendimento do regime autocrata nazista e por vezes regimes fascistas do mesmo período que o nazismo sendo assim, inspirados ou influenciados por ele, com destaque para o excelente filme norte-americano da Universal Pictures, de Steven Spielberg, A Lista de Schindler de 1993, que revela muito ao respeito do funcionamento burocrático e econômico do sistema, e o ótimo filme italiano da Melampo Cinematografia, de Roberto Benigni, A Vida é Bela de 1999, que demonstra o sentimento ideológico que as pessoas daquela época tinham para acreditar naquele movimento político, claro essas obras tem muito mais a acrescentar que o que destaquei mas para fins de entendimento desses regimes seus diferencias ficam nesses itens. Existe também grandes quantidades de obras referentes ao entendimento do regime autocrata comunista mas diferente do que ocorre com relação à os exemplos citados referentes ao nazismo não a grande profundidade nelas, se atendo a mostrar as atrocidades cometidas, acontecimentos históricos focando apenas na ação dos combates em tempos de guerra que países sob esse regime passaram e em informações apresentadas como um grande arquivo de registros aberto para as telas de TV, talvez se salvando a recente e impressionante série da HBO de Craig Mazin, Chernobyl de 2019, que consegue mostrar um pouco sobre o modo de vida, funcionamento dos serviços públicos, burocracia e cadeia de comendo em questões de estado como itens de destaque para entendimento daquele sistema.

  Venho fugir um pouco desse caminho majoritário traçado pela indústria da sétima arte, que busca apenas tratar da autocracia como um tema represado aos regimes comunista e principalmente nazista, pois a recomendação em especial que venho trazer é para o filme alemão da Constantin Film, de Dennis Gansel, A Onda de 2008.

  O filme A Onda, chega para tratar dessa estrutura de governo na raiz e não na observação ou entendimento de experimentos já maduros e a todo vapor como ocorre nos filmes que abordam o nazismo ou comunismo, no caso a autocracia da trama é o fascismo nos mostrando um grupo de estudantes que acabam devido a um método didático experimental sofrendo uma conversão ideológica para o universo autocrata mas mesmo estando um pouco mais distante do que ocorre na autocracia comunista a grande maioria dos elementos que surgem agregando pessoas ao movimento político são os mesmos então serve para entender em grande parte está também.

  A inspiração da obra vem de um caso verídico ocorrido nos Estados Unidos da América em 1967 conhecido como A Terceira Onda, foi também inspiração para o livro do autor norte-americano Todd Strasser, batizado também de A Onda de 1981. Assim como no experimento social e didático real, no filme retratado numa história fictícia que se passa na Alemanha atual, jovens que mesmo tendo conhecimento sobre o que foi a autocracia no passado, mesmo estando residindo em uma democracia contemporânea sólida e mesmo os incluídos no surgimento do movimento tendo consciência que estão em algum tipo de experiência e não em defesa de um conjunto de ideias espontâneas e que realmente se acredita acabam sendo seduzidos pelo efeito psicológico que estar inserido nesse tipo de movimento político causa no intelecto humano, passando assim a concordar de fato ideologicamente com aquilo, viver e agir como aquilo rege, trabalhar em prol daquilo e a conseguir converter novos membros e hostilizar indivíduos que resistam ao crescimento daquilo. Vendo essas mudanças que o filme nos apresenta com considerável detalhamento no grau e velocidade de conversão da personalidade de diferentes personagens e com as consequências nas suas vidas, fica muito mais fácil e profundo entender como essa estrutura de poder e governo consegue surgir e se fortalecer.

  Essa obra serve também para ajudar a entender se de fato a elementos ou pelo menos uma quantidade suficiente deles que permitam caracterizar e identificar o início da formação de algum movimento político rumo a uma autocracia, discurso que passou a ser exaustivamente usando para difamar opositores por partidos e personalidades políticas na atualidade, isso é possível já que ela não só traz átona a estrutura já dominante autocrática e suas consequências mas como referi anteriormente, faz entender seu nascimento na sociedade.

  Os comentários estão sempre livres para críticas, sugestões e opiniões a respeito dessa indicação e de outras, claro com respeito e coerência.

Estruturas de governo (parte1)

 

Imagem do Partenon como símbolo do poder do governo no estado.


  Nessa publicação irei descrever a maior parte das organizações de poder e governo de estado conhecidas, expor seus pontos altos e baixos, minha análise, e assim poder sanar dúvidas.

  Essa publicação serve mais como um guia e está aberto a correções por edição e expansões em novas partes contendo outras estruturas de governo, quem entrar aqui pode aprender de forma geral lendo todo conteúdo ou então caso tenha dúvidas em outras publicações fazer consultas para entender melhor o conteúdo cujo qual acompanhava.

  Peço que quem for colaborar enviando suas análises, corrigindo erros ou indicando outras formas administrativas de estado, o faça com educação, argumentos e se possível, fontes, obrigado. Então vamos lá:

 

Monarquia:

 

  Monarquia absolutista;imagem do príncipe herdeiro da Arábia Saudita Muhammad bin Salmán representando a monarquia absolutista

  Modelo de estrutura de governo que concentra todo poder na figura do monarca, sendo ela um sultão, um rei ou rainha, um imperador ou imperatriz, ou qualquer uma dos demais termos para se referir a essa figura central de grande poder.

  O indivíduo que chega ao posto de monarca tem sua origem de formas diversas, seja ela por hereditariedade ou seja, herda isso de um ancestral que já era um monarca, por uma conquista militar, por casamento com alguém que tinha o direito de herdar algum estado, por ser o dono das terras onde surgiu ou se estabeleceu uma nação formando um estado.

  Uma vez que ele se estabelece no poder pode formular leis e as julgar, cobrar tributos e conduzir como bem entende em todo aspecto possível os destinos daquele estado sem dever satisfações sobre o uso do poder nem mesmo quando o usa em benefício próprio.

  Esse poder se sustenta em um dos seguintes pilares ou em mais de um deles simultaneamente, sendo eles o controle dos que controlam as massas, comumente chamados de nobreza, ou então por meio da força militar, ou ainda pela fé, pois foram muitos os casos de monarcas que alegavam estar ao lado ou mesmo sendo divindades.

 

  Pontos altos da monarquia absolutista;  Como um monarca chega ao poder por ser um notório líder militar, ou um administrador de uma vasta propriedade, ou então por herança, já se tem um preparo ou já se é feito antecipadamente um preparo no indivíduo para que esse saiba liderar e dificilmente um poder tão grande caíra nas mãos de alguém despreparado. Outra vantagem é que não existe burocracias para o governo fazer o que julga necessário, tendo assim grande agilidade em por exemplo lidar com uma crise sanitária, econômica ou então num conflito armado com outro estado. Existe também a vantagem de poder criar políticas de longa data cujo qual podem reder grandes façanhas como cultivar a alianças militares e comerciais com estados estratégicos, mudar partes da cultura da sua nação e construir uma economia e sociedade desenvolvida e pujante.

 

  Pontos baixos da monarquia absolutista; Da mesma maneira que a longevidade e agilidade de manobrar um estado de um governo absolutista são seus pontos mais fortes são inevitavelmente seus pontos mais fracos, afinal se é difícil esse poder enorme cair na mão de um monarca ruim não é também impossível e como ele vai passando as gerações ele pode e quase sempre acaba caindo, ou então caso um detentor dessa função passe a sofrer algum quadro de enfermidade mental, é nesse momento que tudo complica pois como dizer a quem tudo pode que não pode mais? A agilidade na tomada de decisões que antes podia fazer coisas maravilhosas agora pode ser usada para destruir tudo antes conquistado e massacrar aqueles que começarem a tentar impedir os erros cometidos. A monarquia se corrompe e o monarca passa a ser um tirano fazendo do seu estado um inferno.

 

  Análise da monarquia absolutista; Um governo inviável pois eliminando seus pontos fracos se elimina também seus pontos fortes. A simplicidade da sua estrutura não permite fazer nele ajustes sem desfigura-lo e o transformar e uma outra organização de poder totalmente distinta.

 

  Monarquia constitucional;imagem da Câmara dos comuns representando a monarquia constitucional

  Essa estrutura de governo coloca o monarca que chegou ao poder de formas muito semelhantes ao que ocorria na monarquia absolutista como figura menos poderosa, ele então faria parte da administração de um estado sendo uma das suas instituições e assim limitando e sendo limitado por outras instituições que poderiam ser o judiciário, um parlamento, votos diretos da sociedade , etc. Essas outras instituições embora geralmente sejam democráticas não necessariamente precisam ser, pois a essência do modelo é ter um monarca que por sua vez é limitado por uma lei maior e que outros poderes garante fazer essa valer.

 

  Pontos altos da monarquia constitucional; O maior triunfo desse modelo é ter a possibilidade de usar uma vantagem que continha a monarquia absolutista sem o seu revés, embora esse triunfo não dependa exclusivamente do modelo e sim também da lei maior que o rege, que seria manter uma política de longa duração, pois o monarca seria uma instituição permanente com poucas reviravoltas nas suas decisões, se o monarca ter pela lei maior, poderes o suficiente para pelo menos influenciar de forma ativa os rumos do estado ele poderia garantir a estabilidade de um plano traçado em tempos de maior harmonia com as outras instituições durante as bruscas mudanças de ideologia econômica, cultural e diplomáticas que essas eventualmente pudessem sofrer em algum período, como ocorre geralmente em governos democráticos e se revelam em alguns casos episódios dramáticos e até traumáticos para um povo. Tem também de vantagens a capacidade reunir pontos fortes de outras estruturas de governo e direitos e liberdades bem preservadas pela vigilância que uma instituição faz a outra impedido o surgimento de um governo corrompido.

 

  Pontos baixos da monarquia constitucional; Um ponto baixo é a burocracia excessiva pois o número alto de instituições faz com que projetos precisem de aprovações em todas elas o que pode demandar tempo e ocasionar na desfiguração do projeto inicial, e no caso de a lei maior que coloca a presença do monarca na política daquele estado que utiliza essa estrutura de poder não for uma lei que permita se utilizar da vantagem dele ser tornar uma espécie de âncora que fixa políticas de longa duração nas metas de tal estado, a existência do monarca perde o sentido e ele se torna apenas uma figura vazia e inútil.

 

  Análise da monarquia constitucional; Uma estrutura de governo com grande potencial que qualquer pais que tenha ali uma figura que leve consigo a áurea que um monarca tem de ter, deveria seriamente considerar mas que precisa escolher bem qual o outro modelo que vai mesclar para criar as demais instituições e de criar mecanismos para diminuir a burocracia, além é claro de manter na sua lei maior a vantagem de ter no monarca um porto seguro para os planos de longa duração desse estado. Esse tipo de governo até o momento vem tendo seu potencial aproveitado de forma muito singela.

 

Aristocracia:

 

  Aristocracia da antiguidade;imagem de uma estatua de Sócrates representando a aristocracia da antiguidade

  Essa era a estrutura de governo defendida por Aristóteles, Platão e admirada por Sócrates, nela o governo é composto pelos "melhores" ou seja, uma elite que deve governar os demais para um bem comum, nesse modelo original os melhores eram os filósofos e sábios.

 

  Pontos altos da aristocracia da antiguidade; Como era uma elite restrita e dotada de boa educação, suas decisões sempre baseadas em argumentos lógicos surgiam de forma rápida e com pouca burocracia, detinha uma capacidade de formar tanto políticas de longa como de curta duração, e era improvável uma atuação irresponsável como ocorria com um monarca que se tornava um tirano.

 

  Pontos baixos da aristocracia da antiguidade; Apesar de parecer bem organizado, os critérios para ser considerado um dos melhores eram vagos, e no caso as pessoas erradas viessem a exercer cargos aristocráticos como ocorreu no decorrer da história, elas poderiam atuar em função de privilegiar aqueles que detém esse poder e não o bem comum que inclui os que não participam da vida política, ou seja corrompendo a aristocracia e a transformando em uma oligarquia, mais difícil de surgir que uma tirania mas ainda sim perfeitamente possível e igualmente perversa. Mesmo quando pessoas comprometidas com o bem comum e sábios ocupavam esses postos de poder não necessariamente poderiam ser sabias em todas as áreas que demandavam liderança do governo, ficando assim vago como estabelecer uma representatividade justa das ciências necessárias.

 

  Análise da aristocracia da antiguidade; Embora esse modelo de governo fosse embrionário ditou alicerce de governos muito mais recentes e bem desenvolvidos e só isso já vale ressaltar positivamente, e como ele surgiu em um período fértil ao lado de muitos outros experimentos de estrutura de governo que o grande laboratório grego realizou, quando foi que a humanidade perdeu essa dinâmica?

  Mas se aprofundando na aristocracia em si, ela por ser embrionária continha muitas lacunas e nos dias de hoje seria inviável, teria tantas complementações que se tornaria uma das suas variantes a seguir.

 

  Autocracia;imagem dos dois autocratas mais famosos

  Embora muitos enquadrem as monarquias absolutistas como autocracias, esse é um daqueles casos em que o termo abrange mais de um significado como expliquei nessa publicação (Nomenclatura e Significados), ou seja utilizando o termo autocracia com determinado significado ele sim remete a monarquia absolutista, imperadores do Império Bizantino se denominavam autocratas, e eles eram governos monárquicos absolutistas, mas em determinado uso a autocracia é um governo aristocrata, pois ele não concentra o poder do estado nas mãos de uma pessoa, no caso o monarca e sim em uma causa, partido, elite, ou ditador que pode tudo dentro de um limite que não afete a concordância dos interesses daqueles imediatamente abaixo dele ou seja, ele tem que estar alinhado a um movimento se não seu poder e retirado é sua pessoa substituída e mesmo com a mudança a estrutura autocrata permanece intacta, tendo mecanismos e figuras de poder para isso não necessariamente estabelecidos em lei ou delimitadas em uma instituição, mas que tem força para fazê-lo, coisas que não ocorrem numa monarquia absolutista a menos que em meio a uma revolução que muda o regime de poder.

  A autocracia é por essência uma oligarquia e perversa, pois se nem mesmo o seu ditador caso o tenha, pode sair do alinhamento de ideias e interesses que ela defende seja elas quais for, indivíduos sem poder algum, sejam eles minorias ou maiorias dentro do estado e que não estejam alinhados ou que não tenham essa opção então, tem todos seus interesses excluídos dos objetivos do governo e quando não são perseguidos e até exterminados.

  Exemplos clássicos de governos autocráticos ocorrem em países que chegaram ao poder movimentos fascistas, comunistas e teocráticos.

  Em algumas autocracias podem ocorrer eleições mas como alguns cidadãos são considerados melhores que os demais ou que então só existem opções de escolha já previamente delimitadas pelo então governo e dentro do alinhamento do movimento ideológico autocrático estabelecido naquele estado, como é o caso de países unipartidários ou de governos que foram ou são supremacistas raciais, sexistas ou religiosos. Assim não se pode configurar essas eleições democráticas e sim aristocráticas, afinal a decisão plena não vem da maioria, mas sim dos que estão na condição de melhores.

  Na autocracia pode ocorrer um fenômeno que contradiz uma delimitação de aristocracia que Jean-Jacques Rousseau estabelece em sua obra Do Contrato Social, nela ele delimita que uma aristocracia se configura por uma estrutura de governo em que o poder é formado por mais de uma pessoa, assim não sendo uma monarquia, e menos da metade da população, assim não sendo uma democracia. Na autocracia pode no entanto ocorre mais da metade da população depositando poder no governo desde que no entanto ela esteja limitada de depositar poder nele de forma que suas opções já estejam delimitadas por aqueles que sejam os melhores, ou quando uma parcela da população mesmos que sendo menor que a metade seja excluída não somente das prioridades do governo mas também do direito de voto no processo de escolha de tal, sendo assim a maioria é em si os melhores, e tendo cidadãos melhores seja essa elite maior que a parte não pertencente a ela ou não, ocorre ali um modelo de governo aristocrático.

 

  Pontos altos da autocracia; Tem ampla capacidade de formar políticas de longa duração. Não existe mais nenhuma qualidade.

 

  Pontos baixos da autocracia; A autocracia é além de uma estrutura de poder um fenômeno social difícil de ser explicado pois ela em si é muito ruim pensando no bem estar do povo como um todo devido ao constante clima de tensão social e de perversidades com alguns grupos de indivíduos, economicamente pois causa insegurança investir em um estado que o governo tem leis que estão abaixo de uma ideologia mesmo quando esse pratique políticas de longa duração que costumam tranquilizar investidores e empreendedores, transtornos diplomáticos por conta da grande mancha moral que outros estados tem que carregar no cenário internacional ao optar em se associar a um pais autocrático e por conta do risco de "contaminação" ideológica do seu povo com aquela ideologia, quando não impõe impasses para alianças mesmo quando a interesses estratégicos de ambos os estados pois uma outra nação não ou mesmo sendo autocrática mas numa linha ideológica diferente, pode defender pensamentos ou pertencer a uma etnia perseguida pelo movimento autocrático que está em vigor.

  Mesmo em meio a tantos problemas pessoas dotadas de amplo estudo se embrenha em apoiar movimentos que buscam estabelecer esse tipo de administração no seu respectivo estado e muitas vezes nações inteiras transformam daquele modelo de governo sua única esperança de se desenvolver plenamente.

 

  Análise da autocracia; O modelo de organização de poder e governo já nasce corrompido na sua essência, é literalmente um dos piores tipo de governo imagináveis devido a sua constante perseguição para a destruição de valores individualistas e perversidade com aqueles não alinhados ou que a ideologia do governo determine que devam ser marginalizados.


  Tecnocracia;imagem de um profissional técnico

  Se a autocracia seria a ramificação ou para efeito de analogia o descendente do mal da aristocracia da antiguidade, a tecnocracia seria o descendente do bem. Nela se busca evoluir diretamente os princípios defendidos por Aristóteles, Platão e admirados por Sócrates em que os melhores governam em busca do bem comum, sendo os dotados do conhecimento esses denominados como melhores.

  A tecnocracia foi defendida por Fracis Bacon e muitos outros pensadores em advento da modernidade e da industrialização que mostrava como ocorre uma evolução rápida em tudo que peritos e técnicos administram em detrimento de políticos, pois nesse sistema em substituição dos sábios e filósofos que eram as figuras de conhecimento na aristocracia da antiguidade e que deixavam muito vago se a presença do conhecimento necessário para administrar um estado estava de fato preenchida em todas as áreas das ciências demandadas dessa função, uma vez que o termo sábio ou filósofo contempla um leque grande de possibilidades e assim podendo ter muito do mesmo tipo de conhecimento em um ciência e pouco em outra, se tinha a figura de técnicos e peritos com suas respectivas formações como melhores, assim esse problema seria sanado e se teria como quantificar a representatividade das áreas do conhecimento na administração pública.

  Como atualmente em países grandes e populosos mesmo se atendo a uma área específica do conhecimento o debate ou mesmo o voto direto de projetos seria muito conturbado devido aos números muito expressivos de indivíduos ou mesmo por conta da distribuição geográfica destes, um sistema de escolha representativa de cada categoria seria feita necessária mas esse tema ou mesmo como seria esse processo de escolha estão em abertos pois diferente da autocracia que é uma ramificação perversa da administração aristocrática e que teve e tem diversos experimentos no mundo, ironicamente a tecnocracia sendo a ramificação que busca o apogeu do modelo aristocrático de governar não teve nenhum exemplo implantado até os dias atuais e assim suas definições e detalhes mais minuciosos ficaram sem serem estabelecidos.

 

  Pontos altos da tecnocracia; Os pontos altos da tecnocracia são inúmeros, dificuldade de se corromper o sistema, pouca burocracia devido a compreensão e respeito ao debate científico, estabilidade jurídica e econômica pois as políticas sendo de longa ou curta duração estariam respaldadas na previsibilidade que a ciência provém aos investidores e diplomatas, eficiência no uso dos recursos públicos e amplo incentivo para o desenvolvimento tecnológico etc...

 

  Pontos baixos da tecnocracia; Um temor teórico que se tem no debate entre os defensores dessa estrutura de governo é a possibilidade de uma convulsão social oriunda das massas mais ignorantes da população surgir por não entenderem as políticas implementadas ou mesmo não se sentirem representados mesmo quando esteja sendo atendidos pelo governo de forma justa, mas sem dúvida o grande problema desse modelo é a sua implantação, como ainda existem lacunas sobre seu funcionamento devido a nunca antes ter tido uma experiência no mundo e como não se ter uma ideia de como seria possível derrubar uma estrutura de poder vigente sem o apoio das massas que dificilmente apoiariam algo que nem se quer entendem para estabelecer uma tecnocracia, existindo assim o temor que a orquestração de uma implantação poderia resultar não em uma tecnocracia de fato e sim em uma versão distorcida das suas bandeiras e corrompida.

 

   Análise da tecnocracia; Devido as dificuldades de se estabelecer uma tecnocracia a grande maioria dos seus defensores acabam por lutar apenas por mudanças estruturais em regimes democráticos para deixar eles de diferentes formas mais técnicos, mas mesmo tendo esse grande obstáculo é inegável que um governo assim é tentador para qualquer um que sonhe com um futuro promissor para a humanidade ou sendo mais humilde, para sua nação e estado.

  As metáforas ou analogias mais clássicas que justificam defender essa ideia vieram de Platão cujo qual após a morte de Sócrates se tornou muito anti-democrático e em suas obras correlaciona a administração pública a de um navio que precisa ser comandado por um ou mais profissionais capacitados e não por uma tripulação sem conhecimento mesmo quando essa está em maior número na embarcação, caso contrário ele irá à deriva e naufragará, ou então a escolha e administração de um remédio a um enfermo que deve ser feita por um médico ou profissional equivalente e não através de uma eleição feita por pessoas sem conhecimento da área médica. Tendo ainda os que descrevem essa filosofia de Platão a uma continuidade do que seria uma reação de Sócrates, seu mentor, a uma filosofia antecessora ao seu período provinda de Heráclito cujo tema era a mudança perpétua e inexorável das coisas desse mundo mesmo essas sendo ideias, definições e suas aplicações, devido a isso Sócrates ao que aparenta em suas obras tenta colocar definições como peças imutáveis e centrais para defender qualquer filosofia seja qual for a área e a elas aplica testes lógicos cujo qual devem passar para serem consideradas verdadeiras, sendo assim Platão poderia estar dando prosseguimento a essa filosofia e aplicando testes lógicos a definição de bom governo que a democracia recebia, no entanto independentemente dessa ser sua motivação ou não e de a filosofia de Sócrates não ter tido êxito em todas suas propostas ela em si funciona muito bem em grande parte do que se deseja analisar até os dias de hoje e esses exemplos e analogias de Platão parecem pertencer a essa parcela bem sucedida de aplicações pois tem uma lógica incontestável.

  Caso venha a ser implantado o sistema tecnocrata deverá ter um competente e minucioso trabalho para preencher suas lacunas sem desfigurar sua estrutura base proposta e também um trabalho muito bom planejando e executando sua implementação.

 

  Democracia clássica;ruínas de uma àgora do regime democrático ateniense

  Pode parecer contraditório colocar como um exemplo de governo aristocrata, um governo que carregue no nome termo democracia e ainda mais sendo o governo fundador do modelo democrático mas a verdade é que a democracia clássica estava muito longe de ser democrática, os tidos como cidadãos eram apenas maiores de 18 anos de idade, do sexo masculino, livres, falantes e alfabetizados no grego, filhos de mães e pais já residentes na pólis que o sistema estava implantado. Sendo certamente assim uma parcela muito menor que a metade da população e não podendo de maneira nenhuma comtemplar as atuais definições do que é uma democracia de fato.

  Apesar de a democracia clássica não ter sido uma democracia de fato esse governo embrionário tinha em seus fundamentos ideias muito originais e que garantiam um funcionamento que qualquer crítica ou elogio feito pelos pensadores daquela época de tanta importância para o desenvolvimento das principais estruturas de governo hoje usadas pudessem ser perfeitamente aplicados as verdadeiras democracias atuais e por isso tendo muita importância histórica e filosófica.

  O cidadão do regime democrático clássico votava por meio do voto direto ou seja, ele não elegia um representante e sim caso tivesse o dom da retórica apresentava e debatia os projetos de governo que desejava e votava, ou caso não tivesse esse dom somente votava, assim não existia eleições e sim votos diretos nos projetos colocados para votações abertas.

  Era um regime muito bem definido, com locais para votações e apresentação de propostas, normas para julgamentos assim como, apresentar projetos, sortear cargos públicos e eleger comandantes militares.

 

  Pontos altos da democracia clássica; Foi um sistema muito bem definido que permitiu florescer por mais que limitadamente nesse primeiro momento, a representatividade de interesses que antes estavam de fora da vida política. Que buscava dificultar a corrupção do sistema para uma tirania ou oligarquia, e dificultar rupturas da sociedade.

 

  Pontos baixos da democracia clássica; Contava por diversos motivos com uma representatividade ineficiente dos interesses que se propunha a atender, burocracias e políticas de curta duração dominavam a administração pública e se atendo bem especificamente a esse modelo clássico teria uma inviável aplicação em países grandes e populosos devido ao seu sistema de voto que o tornaria tão burocrático que seria impossível a administração pública realizar suas obrigações básicas.

 

  Análise da democracia clássica; O modelo clássico da democracia veio sob a forma de uma aristocracia mas carregando os traços necessários para permitirem se saber qual seria a opinião dos pensadores daquele período  sobre a democracia contemporânea, tendo como críticos desse modelo de organização de poder e governo, Aristóteles, Sócrates, Platão entre outros, e como defensores Péricles, Protágoras e outros, principalmente do movimento sofista.

  Seria impossível praticá-lo se não em um pólis e nem teria porquê de fazê-lo uma vez que se for para discutir implantar ou manter um modelo democrático teríamos a opção muito mais viável e democrático de fato que é a democracia contemporânea.

 

  Aristocracia por títulos;pinturas de nobres europeus

  Esse é um modelo de governo que pode eventualmente surgir como efeito colateral a mudanças de regime, principalmente de monarquias absolutistas para outros regimes, ocorre que quando um monarca absolutista está no poder, por mais que esse monarca detenha todo o poder, para ele o exercer e fazer valer se utiliza de cargos indicados ou aliados conquistados por meio de guerras, religiosidade e laços matrimoniais, esses cargos tem controle de partes do estados sendo mais fácil assim de controlar as massas, nessas partes eles fazem se cumprir as vontades do monarca mas dentro do que elas permitem em contrapartida também fazem valer suas vontades. Quando o regime de monarquia absolutista é colocado em xeque essa casta social se mobiliza para tentar preservar seus privilégios ou então se aproveitando do caos tentarem até conseguir mais poder, quando o conseguem surge então um governo aristocrático sendo ele mesclado com outra estrutura de governo ou não.

  Mais precisamente no que se refere a essa aristocracia, o governo se torna administrado pelos melhores que são  pessoas ou instituições militares, familiares e religiosas representadas por indicados, que detém de forma vitalícia a função de exercer o poder e assim como o monarca anteriormente passava o poder centralizado, esses também passam para seus descendentes esse direito de exercer aquela parcela de poder ou título por assim dizer.

 

  Pontos altos da aristocracia por títulos; Pode promover políticas de longa duração, é um governo que não necessariamente surge perverso e tem menos chance de se corromper como uma monarquia absolutista, é facilmente adaptado para se mesclar a outra estrutura de poder.

 

  Pontos baixos da autocracia por títulos; Por mais que seja mais difícil de se corromper que uma monarquia absolutista ainda sim pode se corromper e se tornar uma oligarquia, os melhores podem não ter predicados intelectuais o que faria deixar de tirar proveito da principal vantagem que o sistema aristocrático tem a disponibilizar, tem a possibilidade de ser burocrático, conta com lacunas nas definições mais minuciosas do seu funcionamento, pode incentivar a ruptura da sociedade pela falta de representatividade explícita que o sistema provoca.

 

  Análise da aristocracia por títulos; É um sistema que por si só não apresenta nada de interessante, mas quando se mescla sua estrutura com outra estrutura de poder como a democracia, ou mesmo outra aristocracia como o modelo tecnocrata, ou até mesmo mesclando mais de uma estrutura ao mesmo tempo, acaba por oferecer vantagens muito semelhantes às da monarquia constitucional, que seria um governo praticamente impossível de se corromper e com estabilidade nas políticas impostas.

 

Democracia:

 

  Democracia moderna;imagem da queda da Bastilha durante a Revolução Francesa que instalou uma democracia moderna

  Apesar dessa organização de governo ser uma evolução do que foi a democracia clássica, ainda sim é um modelo embrionário pois deixou diversas lacunas no seu funcionamento. Surgiu pouco depois da criação da monarquia constitucional, juntamente com a revolução americana e recebeu impulso do movimento iluminista e pela burguesia.

  A democracia moderna tem como seu pilar principal a eleição de representantes que formarão o governo, por voto de cidadãos. Dessa forma a burocracia absurda e impraticável que a democracia clássica e direta iria provocar ao ser aplicada nas configurações modernas dos países estaria sanada de certa forma e essa estrutura de governo em que escolhidos decidiriam pelos cidadãos cujo qual representam de forma indireta, seria cabível de implantação.

  O status de cidadão pela teoria teria uma abrangência tamanha que configura uma democracia de fato mas a falta de maturidade do modelo permitiu na prática discrepâncias inimagináveis para a democracia contemporânea como por exemplo a existência da escravidão. Além disse não ocorria respeito a minorias que não detinham poder quantitativo de eleger representantes, e mesmo esses representantes não tinham hierarquia deveres e responsabilidades bem definidos. Ao assumir o poder por exemplo, representantes eleitos modelavam suas funções conforme bem entendiam e não para um próximo mandado, para quando novamente eleitos já com os cidadãos tendo ciência de para que estavam colocando quem eles quisessem.

 

  Pontos altos da democracia moderna; Tinha alto nível de representatividade e conseguia passar a imagem de conseguir atender a todos os interesses das massas eliminando praticamente a possibilidade de ruptura social, tinha relativa dificuldade de ser corrompida e burocracia moderada.

 

  Pontos baixos da democracia moderna; A representatividade era falsamente apresentada como capaz de promover todos os interesses das massas, algo que não era possível mesmo que assim se quisesse pois tinha limitações que essas massas nem sequer entendiam, como limitações econômicas, burocráticas, militares e diplomáticas, resumindo, embora um representante quisesse fazer o que os seus eleitores e cidadãos que votaram desejavam e que foi o que os motivou depositarem seus votos nesse mesmo representante isso não significava que ele iria conseguir promover tal demanda, representando de fato os interesses dos seus eleitores mas não os atendendo na prática, com isso os governos desse sistema incapazes de fazer as massas entenderem os detalhes sobre o funcionamento da máquina pública como um todo fazia parecer que sim, tudo era possível de se fazer com a força do voto, mais tarde esse fenômeno patológico do sistema democrático moderno que é a busca em transformar a ignorância das massas de um problema para uma arma em defesa do modelo de governo foi explorado por alguns políticos em suas campanhas visando fortalecer suas imagens individuais e não a da estrutura de poder, fazendo em suas campanhas voltadas para os menos intelectuais um marketing muito forte em cima da narrativa que tudo podiam desde que eleitos e quando não, era por culpa de forças contrárias a democracia e assim sendo, contra o povo, independente do escolhido para ser o vilão a prática foi chamada de populismo. Os governos da democracia moderna ainda excluíam algumas minorias de seus interesses, e tinham políticas de curta duração.

 

  Análise da democracia moderna; Embora essa estrutura de governo apresentasse muitos problemas antigos herdados da democracia clássica e novos decorrente dos seus aspectos originais que estavam se desenvolvendo acabou por se popularizar e devido ao grande número de experiências de diversos países naturalmente evoluiu e se ramificou.

  Ainda hoje existem democracias modernas em países que estão em processo de adesão ou readesão a democracia contemporânea, com instituições frágeis, ou com conflitos internos intensos de diferentes razões, nelas as minorias são  excluídas do senso comum, bizarrices como indivíduos não podendo se tornar cidadãos e cargos representativos sem definições claras e muitas outras peculiaridades continuam marcando presença.

  A democracia moderna não é mais uma questão de escolha ou de ser boa ou ruim, mas sim um modelo transitório que quase sempre acaba ficando entre estados e nações que entram e saem da democracia contemporânea.

 

  Democracia contemporânea;

  Em função da grande importância atual desse sistema de poder que é difundindo e imposto como o melhor, imposição essa que me motivou a criar o blog, e devido ao fato de nosso país, o Brasil, se utilizar desse modelo irei fazer sua descrição e minha avaliação em outra configuração e separado aqui (Estruturas de governo (parte2) A Democracia Contemporânea).

 

  Democracia contemporânea chinesa;imagem de uma reunião do governo chinês

  Essa estrutura de governo que também pode ser chamada de democracia consultiva socialista é uma ramificação democrática alternativa a democracia contemporânea, apesar dela se enquadrar em uma autocracia pois existem cargos com grandes poderes dentro da administração que são escolhidos pelo partido que governa sozinho o país, sendo assim os melhores e considerados aristocratas, tem presença do atual significado democrático de cidadão e através desses existem também cargos muito poderosos dentro da administração oriundos de eleições democráticas embora muito indiretas.

   Esse governo composto de cargos democráticos e autocráticos na teoria governaria para o bem comum e sendo guiada pela vontade da maioria, ou seja, representando-os e assim se qualificando como uma democracia.

  Congressos menores em condados ou cidades são eleitos diretamente pelo povo, esses representantes então elegem representantes provinciais formando um congresso eleito indiretamente que por sua vez elegem representantes nacionais formando um congresso eleito ainda mais indireto que ai sim realiza votações legislativas e escolhem parte dos cargos executivos deixando a outra parte para o Partido Comunista da China.

  Apesar dos cargos democráticos serem muito indiretos e de existirem muito cargos não democráticos que resultam em muitas críticas da comunidade internacional que defende a democracia contemporânea, o governo chinês se defende alegando que sua tática para conseguir representar os seus cidadãos seria através de guiar a administração do país em função de suas demandas, opiniões e bem comum, não consistindo na eleição em si, como eles conseguiriam saber esses desejo do povo ainda não foi explicado mas que especulativamente falando poderiam ser por meio de pesquisas de opinião pública por exemplo.

  O governo democrático contemporâneo chinês não pode ser taxado de uma falsa democracia contemporânea pois não se propõe ser uma e sim algo original, diferentemente de governos que não atendem os princípios de tal, mas ainda sim pregam ser uma. No entanto o sistema que criaram tem seus próprios princípios e nem por terem criado ele significa que o seguem e que sua administração não está necessariamente corrompida na prática.

 

  Pontos altos da democracia contemporânea chinesa; Esse modelo não nasce necessariamente corrompido mesmo tendo elementos de uma autocracia pois procura a mesclar com o modelo democrático, elimina também um problema da democracia que são as políticas de curta duração, pois na democracia contemporânea chinesa se tem muita facilidade de implementar políticas de longa duração importantes para conseguir sucesso militar, diplomático e econômico. Pode impedir das massas realizarem equívocos ao conduzirem o país por meio de representantes populistas e ainda se mostrar representativo através da manutenção do marketing do sistema para o sistema e não mais de campanhas individuais.

 

  Pontos baixos da democracia contemporânea chinesa; Ocorre muita burocracia em determinadas questões que a ideologia do partido ou dos representantes autocratas colidem carregando o peso que é ter mesmo que mesclada uma autocracia no poder, devido ao alto nível de isolamento dos representantes mais poderosos do governo da realidade das massas e dessas autoridades não estarem vulneráveis ao poder popular que reside atrás de duas eleições indiretas e nem mesmo sendo de todos os cargos, podem se corromper com uma facilidade absurda e se transformar numa oligarquia ou em uma autocracia pura de fato.

 

  Análise da democracia contemporânea chinesa; É muito difícil avaliar se essa estrutura de governo é boa, ruim, ou se é ruim com potencial de ser boa com alguns ajustes no sistema ou na lei, isso devido a única experiência do modelo ocorrer em um pais muito fechado para o resto do mundo, mas em geral e superficialmente falando se pode entender que existe opções melhores para adotar.

 

  Democracia de Rousseau;Jean-Jacques Rousseau

  Esse é um modelo de governo embrionário jamais experimentado que pode ser entendido e extraído de entre trechos da obra do filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau em O Contrato Social, esse filósofo sendo o mais importante da teoria do contratualismo, seguido em importância por Thomas Hobbes e Jonh Locke, nessa teoria os autores buscaram explicar como e porque se formam as sociedades e os governos, como o homem natural passa a ser o homem civil, e mais em especial Rousseau tenta mostrar o modelo ideal de governo cujo qual o poder emana do povo e também contrasta com o entendimento do antigo sofista grego Trasímaco, pois Rousseau não considera o poder pela força legítimo como o grego que também é principal interlocutor de Sócrates no diálogo platônico A República. Na época em que Rousseau realizava sua reflexão a estrutura de governo dominante eram as monarquias absolutistas sendo assim, estava livre da influência de exemplos de democracias modernas para tentar idealizar um governo cujo qual o povo ditava as regras. Em suas tentativas de descrever uma estrutura de poder legítima é possível se entender uma estrutura original que não é como as adotadas em outros modelos democráticos.

  Na democracia de Rousseau existiria um legislador ou um corpo legislador cujo qual poderia ser eleito ou não pois ele não governaria e nem julgaria nada, apenas organizaria a formulação de projetos e eleições cujo qual o povo decidiria diretamente a aprovação ou recusa, e sobre a execução desses projetos e de afazeres do estado, e de quem seriam os responsáveis por "governar" essas tarefas separadamente ou seja, o legislador não decidia nada, apenas captaria, interpretaria e colocaria a vontade popular em projetos e organizaria as votações democráticas diretas, cargos responsáveis seriam eleitos para cumprirem o que o povo decidiu sem decidir nada além da estreita tarefa a eles confiada e após isso teriam suas funções encerradas, seriam apenas funcionários públicos temporários, não haveria representantes legisladores em si, pois a vontade popular direta é soberana mas precisa de alguém somente para traduzi-la e executa-la, se entende também que haveria um poder jurídico permanente para garantir a manutenção dos limites propostos e se fazer valer as leis mas a explicação desse poder é vago e se pode apenas extrair os valores éticos especificamente.

  Uma peculiaridade dessa proposta de modelo de governo é a intenção de se criar algo parecido com uma religião com força de lei para doutrinar os cidadãos de forma eficiente nos valores éticos que devem ter para participarem dos afazeres da vida civil. Á também uma defesa de um número de cargos enxuto tanto no corpo legislador como nos cargos eleitos para executarem as obrigações do estado aprovadas, E a não exclusão das propostas de outros sistemas de governos como boas opções desde que se atento aos parâmetros que ele considerava lhes conceder legitimidade.

 

  Pontos altos da democracia de Rousseau; Embora vago esse modelo seria aparentemente impossível de se corromper e de resultar em rupturas da sociedade.

 

  Pontos baixos da democracia de Rousseau; As lacunas nos detalhes sobre o seu funcionamento já são por si só um grande problema, a burocracia que embora aparentemente não impediria a implantação da estrutura de governo ainda sim seria gigantesca, a insegurança em torno das políticas seria tamanha que mesmo se fosse adotadas políticas de longa duração ainda sim causaria insegurança diplomática e econômica, impedindo a entrada de investigadores e de atrair interesse de outros países na formação de alianças comerciais e militares. Contém também potencial para sua ideia de educação doutrinadora que torna valores éticos como "divinos" se implementado junto com a essa estrutura de poder tornar o estado uma espécie de teocracia e então uma autocracia.

 

  Análise da democracia de Rousseau; Um modelo que se completado e implementado em uma pólis da Grécia Clássica ou a nível municipal nas configurações atuais de países poderia resultar em experimentos interessantes, mas não teria uma aplicação viável para a administração dos países da atualidade em si.

 

  Ditadura;o ditador Júlio Cesar

  Pode parecer inconcebível para alguém de fora do debate filosófico sobre política ou alguém muito doutrinado pela sociedade atual que busca engessar o debate político em torno da não mudança de sistema e sim apenas em mudanças dentro do que ele contempla, imaginar que uma ditadura pode ser um governo democrático, aceitar isso seria contraditório e até maligno para muitas pessoas mas a verdade é que embora existam ditaduras oriundas de autocracias, golpes de estado e governos corrompidos, existe também ditaduras democráticas.

  Essa estrutura de governo quando democrática é idealizada para ser provisória e utilizada mais como uma ferramenta e inclusive uma poderosa, vale destacar. Com o passar do tempo e dos inúmeros experimentos democráticos é muito seguro afirmar que um dos problemas mais explícitos do sistema democrático que respeitam fielmente os princípios que delimitam uma autêntica democracia é a burocracia, isso muitas vezes é contornado mais ou menos dependendo do país e da configuração de seus cargos representativos mas sempre esta lá marcando presença. Quando um estado demanda que seu governo tome medidas rápidas, arrojadas e contundentes, normalmente em situações como, pandemias, guerras e convulsões sociais por exemplo fica claro que a burocracia típica do sistema democrático não permitiria essa eficiência necessária, então é eleito previamente por votos diretos ou então emergencialmente pelos representantes disponíveis, um ditador com plenos poderes de ditar como ver necessário as decisões do governo.

  O cargo de um ditador democrático é a primeira vista e sem levar em conta o marketing negativo que a sociedade atual impôs a essa figura, um cargo muito poderoso mas comum pois nada mais é que um representante direto ou indireto do povo para governar, porém como não há instituição alguma para vigiá-lo, sua administração pode ser tida como uma mescla dos sistemas de poder democrático e monarquista absolutista.

  Pela teoria, ao fim da necessidade do governo ditatorial esse, deve devolver o estado a administração do modelo democrático antes vigente.

 

  Pontos altos da ditadura; A ditadura não tem nenhuma vantagem em relação a outros regimes democráticos autênticos com exceção a eliminação da burocracia, nem mesmo a implementação de políticas de longa duração que seria muito fácil para um governo de poder tão centralizado como esse poderia ser aproveitada uma vez que esse tipo de regime tem caráter provisório, mas apesar de ser todo visado para sanar somente essa deficiência, é sim válido uma vez que essa e justamente uma das maiores deficiências da democracia.

 

  Pontos baixos da ditadura; Outras ditaduras que não a democrática tem diversos problemas mas o problema da ditadura democrática reside no risco de ela se corromper e o ditador que de maneira nenhuma era até então um tirano de fato se tornar um e assim deixar de pertencer ao regime democrático.

  É importante observar como ao mesclar o sistema democrático com o monarquista absolutista a ditadura herda suas vantagens e desvantagens, pois na monarquia absolutista não a burocracia mas se encontra um grande risco de corromper e se tornar uma tirania.

 

  Análise da ditadura; A ditadura é uma ferramenta que deve ser muito bem planejada para sanar o risco de corromper, mas extremamente importante para toda democracia e embora muitos não se deem conta acabam por concordar com essa lógica, afinal quantas e quantas vezes assistimos essa ferramenta em pleno uso em filmes, séries, novelas e até animações, acontecendo com mais frequência em filmes norte-americanos cujo qual devido a uma situação de conflito ou outra força maior o presidente passa a emitir ordens sem aval do legislativo ou judiciário, naquele momento embora não chamado por esse termo ele está exercendo a função de ditador e o público em geral que consome esse entretenimento encara aquela situação com perfeita naturalidade e parece entender que aquilo, naquele contexto, é de fato a coisa mais lógica a se fazer, quando encarada essa ideia num debate parece se encontrar mais resistência mas a verdade é que isso acontece por puro preconceito e ignorância em relação ao funcionamento do sistema ditatorial democrático.

 

  Democracia semidireta;a Suíça único pais a utilizar

  Essa ramificação e variação da democracia contemporânea é por alguns encarada meramente como uma diferente configuração da hierarquia de cargos da democracia contemporânea e não uma estrutura de governo original, assim como o parlamentarismo ou presidencialismo que não são estruturas de poder originais e sim variantes de como uma democracia contemporânea se organiza de país para país, mas a verdade é que o fato da democracia direta não poder se enquadrar na definição de democracia contemporânea por essa ser representativa torna uma mescla da representativa e da direta também fora dos seus parâmetros. A democracia participativa sim pode ser tida apenas como uma variante organizacional da democracia contemporânea pois nela a participação do povo por meio de plebiscitos e referendos teria de ser aprovada previamente por seus representantes em pleno mandado.

  Na democracia semidireta as eleições para decidir sobre a forma de governar e não para eleger representantes são previstas pela lei maior na forma da constituição, para aprovar ou derrubar diversos temas e projetos anteriormente decididos pelos seus representantes e com mais poder que a decisão desses, ou seja a participação direta no governo é um princípio totalmente diferente e original.

  Atualmente o único país do mundo que implementou um exemplo dessa estrutura de governo foi a Suíça.

 

  Pontos altos da democracia semidireta; Nesse modelo a democracia encontrou na prática seu apogeu na representatividade das massas, sendo praticamente impossível uma ruptura da sociedade e do sistema se corromper.

 

  Pontos baixos da democracia semidireta; Uma burocracia muito grande faz presença, embora políticos populistas não tenham tanta relevância, movimentos em torno de propostas populistas podem acarretar problemas graves, prática comum de políticas de curta duração e mesmo quando ocorre as de longa duração não inspira segurança em investidores e possíveis aliados internacionais, impõem também um desafio logístico para possível implementação em países de grandes dimensões ou muito populosos.

 

  Análise da democracia semidireta; Se a pessoa defende a bandeira da democracia como sendo o melhor sistema de organizar o governo e o poder da administração pública, esse exemplo sem dúvida deverá ser o seu objetivo final, nele a representação da vontade do povo é um salto tão grande que mesmo sendo uma variável da democracia contemporânea faz ela parecer nesse aspecto atrasada equivalentemente a ela mesma em relação á democracia moderna ou então, dessa última para a democracia clássica.

  O estágio tecnológico atual da humanidade poderia ser empregado embora com muita responsabilidade para resolver o problema logístico de grandes países e assim implantar esse sistema.