Nessa publicação irei descrever a maior parte
das organizações de poder e governo de estado conhecidas, expor seus pontos
altos e baixos, minha análise, e assim poder sanar dúvidas.
Essa publicação serve mais como um guia e está
aberto a correções por edição e expansões em novas partes contendo outras
estruturas de governo, quem entrar aqui pode aprender de forma geral lendo todo
conteúdo ou então caso tenha dúvidas em outras publicações fazer consultas para
entender melhor o conteúdo cujo qual acompanhava.
Peço que quem for colaborar enviando suas
análises, corrigindo erros ou indicando outras formas administrativas de
estado, o faça com educação, argumentos e se possível, fontes, obrigado. Então
vamos lá:
Monarquia:
Monarquia absolutista;
Modelo
de estrutura de governo que concentra todo poder na figura do monarca, sendo
ela um sultão, um rei ou rainha, um imperador ou imperatriz, ou qualquer uma
dos demais termos para se referir a essa figura central de grande poder.
O
indivíduo que chega ao posto de monarca tem sua origem de formas diversas, seja
ela por hereditariedade ou seja, herda isso de um ancestral que já era um
monarca, por uma conquista militar, por casamento com alguém que tinha o
direito de herdar algum estado, por ser o dono das terras onde surgiu ou se
estabeleceu uma nação formando um estado.
Uma vez
que ele se estabelece no poder pode formular leis e as julgar, cobrar tributos
e conduzir como bem entende em todo aspecto possível os destinos daquele estado
sem dever satisfações sobre o uso do poder nem mesmo quando o usa em benefício
próprio.
Esse poder se sustenta em um dos seguintes pilares ou em
mais de um deles simultaneamente, sendo eles o controle dos que controlam as
massas, comumente chamados de nobreza, ou então por meio da força militar, ou
ainda pela fé, pois foram muitos os casos de monarcas que alegavam estar ao
lado ou mesmo sendo divindades.
Pontos altos da monarquia absolutista; Como um monarca chega ao poder por ser um
notório líder militar, ou um administrador de uma vasta propriedade, ou então
por herança, já se tem um preparo ou já se é feito antecipadamente um preparo
no indivíduo para que esse saiba liderar e dificilmente um poder tão grande caíra
nas mãos de alguém despreparado. Outra vantagem é que não existe burocracias
para o governo fazer o que julga necessário, tendo assim grande agilidade em
por exemplo lidar com uma crise sanitária, econômica ou então num conflito
armado com outro estado. Existe também a vantagem de poder criar políticas de longa
data cujo qual podem reder grandes façanhas como cultivar a alianças militares
e comerciais com estados estratégicos, mudar partes da cultura da sua nação e
construir uma economia e sociedade desenvolvida e pujante.
Pontos
baixos da monarquia absolutista; Da mesma maneira que a longevidade e agilidade
de manobrar um estado de um governo absolutista são seus pontos mais fortes são
inevitavelmente seus pontos mais fracos, afinal se é difícil esse poder enorme
cair na mão de um monarca ruim não é também impossível e como ele vai passando
as gerações ele pode e quase sempre acaba caindo, ou então caso um detentor
dessa função passe a sofrer algum quadro de enfermidade mental, é nesse momento
que tudo complica pois como dizer a quem tudo pode que não pode mais? A
agilidade na tomada de decisões que antes podia fazer coisas maravilhosas agora
pode ser usada para destruir tudo antes conquistado e massacrar aqueles que
começarem a tentar impedir os erros cometidos. A monarquia se corrompe e o
monarca passa a ser um tirano fazendo do seu estado um inferno.
Análise
da monarquia absolutista; Um governo inviável pois eliminando seus pontos
fracos se elimina também seus pontos fortes. A simplicidade da sua estrutura
não permite fazer nele ajustes sem desfigura-lo e o transformar e uma outra
organização de poder totalmente distinta.
Monarquia constitucional;
Essa estrutura de governo coloca o monarca que chegou ao poder
de formas muito semelhantes ao que ocorria na monarquia absolutista como figura
menos poderosa, ele então faria parte da administração de um estado sendo uma
das suas instituições e assim limitando e sendo limitado por outras
instituições que poderiam ser o judiciário, um parlamento, votos diretos da
sociedade , etc. Essas outras instituições embora geralmente sejam democráticas
não necessariamente precisam ser, pois a essência do modelo é ter um monarca
que por sua vez é limitado por uma lei maior e que outros poderes garante fazer
essa valer.
Pontos
altos da monarquia constitucional; O maior triunfo desse modelo é ter a
possibilidade de usar uma vantagem que continha a monarquia absolutista sem o
seu revés, embora esse triunfo não dependa exclusivamente do modelo e sim
também da lei maior que o rege, que seria manter uma política de longa duração,
pois o monarca seria uma instituição permanente com poucas reviravoltas nas
suas decisões, se o monarca ter pela lei maior, poderes o suficiente para pelo
menos influenciar de forma ativa os rumos do estado ele poderia garantir a
estabilidade de um plano traçado em tempos de maior harmonia com as outras
instituições durante as bruscas mudanças de ideologia econômica, cultural e
diplomáticas que essas eventualmente pudessem sofrer em algum período, como
ocorre geralmente em governos democráticos e se revelam em alguns casos
episódios dramáticos e até traumáticos para um povo. Tem também de vantagens a
capacidade reunir pontos fortes de outras estruturas de governo e direitos e
liberdades bem preservadas pela vigilância que uma instituição faz a outra
impedido o surgimento de um governo corrompido.
Pontos
baixos da monarquia constitucional; Um ponto baixo é a burocracia excessiva
pois o número alto de instituições faz com que projetos precisem de aprovações
em todas elas o que pode demandar tempo e ocasionar na desfiguração do projeto
inicial, e no caso de a lei maior que coloca a presença do monarca na política
daquele estado que utiliza essa estrutura de poder não for uma lei que permita
se utilizar da vantagem dele ser tornar uma espécie de âncora que fixa
políticas de longa duração nas metas de tal estado, a existência do monarca
perde o sentido e ele se torna apenas uma figura vazia e inútil.
Análise
da monarquia constitucional; Uma estrutura de governo com grande potencial que
qualquer pais que tenha ali uma figura que leve consigo a áurea que um monarca
tem de ter, deveria seriamente considerar mas que precisa escolher bem qual o
outro modelo que vai mesclar para criar as demais instituições e de criar
mecanismos para diminuir a burocracia, além é claro de manter na sua lei maior
a vantagem de ter no monarca um porto seguro para os planos de longa duração
desse estado. Esse tipo de governo até o momento vem tendo seu potencial
aproveitado de forma muito singela.
Aristocracia:
Aristocracia da antiguidade;
Essa era a estrutura de governo defendida por Aristóteles,
Platão e admirada por Sócrates, nela o governo é composto pelos
"melhores" ou seja, uma elite que deve governar os demais para um bem
comum, nesse modelo original os melhores eram os filósofos e sábios.
Pontos
altos da aristocracia da antiguidade; Como era uma elite restrita e dotada de
boa educação, suas decisões sempre baseadas em argumentos lógicos surgiam de
forma rápida e com pouca burocracia, detinha uma capacidade de formar tanto
políticas de longa como de curta duração, e era improvável uma atuação
irresponsável como ocorria com um monarca que se tornava um tirano.
Pontos
baixos da aristocracia da antiguidade; Apesar de parecer bem organizado, os
critérios para ser considerado um dos melhores eram vagos, e no caso as pessoas
erradas viessem a exercer cargos aristocráticos como ocorreu no decorrer da
história, elas poderiam atuar em função de privilegiar aqueles que detém esse
poder e não o bem comum que inclui os que não participam da vida política, ou
seja corrompendo a aristocracia e a transformando em uma oligarquia, mais
difícil de surgir que uma tirania mas ainda sim perfeitamente possível e
igualmente perversa. Mesmo quando pessoas comprometidas com o bem comum e
sábios ocupavam esses postos de poder não necessariamente poderiam ser sabias
em todas as áreas que demandavam liderança do governo, ficando assim vago como
estabelecer uma representatividade justa das ciências necessárias.
Análise
da aristocracia da antiguidade; Embora esse modelo de governo fosse embrionário
ditou alicerce de governos muito mais recentes e bem desenvolvidos e só isso já
vale ressaltar positivamente, e como ele surgiu em um período fértil ao lado de
muitos outros experimentos de estrutura de governo que o grande laboratório
grego realizou, quando foi que a humanidade perdeu essa dinâmica?
Mas se
aprofundando na aristocracia em si, ela por ser embrionária continha muitas
lacunas e nos dias de hoje seria inviável, teria tantas complementações que se
tornaria uma das suas variantes a seguir.
Autocracia;
Embora muitos enquadrem as monarquias absolutistas como
autocracias, esse é um daqueles casos em que o termo abrange mais de um
significado como expliquei nessa publicação (Nomenclatura e Significados), ou seja utilizando o
termo autocracia com determinado significado ele sim remete a monarquia
absolutista, imperadores do Império Bizantino se denominavam autocratas, e eles
eram governos monárquicos absolutistas, mas em determinado uso a autocracia é
um governo aristocrata, pois ele não concentra o poder do estado nas mãos de
uma pessoa, no caso o monarca e sim em uma causa, partido, elite, ou ditador
que pode tudo dentro de um limite que não afete a concordância dos interesses
daqueles imediatamente abaixo dele ou seja, ele tem que estar alinhado a um
movimento se não seu poder e retirado é sua pessoa substituída e mesmo com a mudança
a estrutura autocrata permanece intacta, tendo mecanismos e figuras de poder
para isso não necessariamente estabelecidos em lei ou delimitadas em uma instituição,
mas que tem força para fazê-lo, coisas que não ocorrem numa monarquia
absolutista a menos que em meio a uma revolução que muda o regime de poder.
A
autocracia é por essência uma oligarquia e perversa, pois se nem mesmo o seu
ditador caso o tenha, pode sair do alinhamento de ideias e interesses que ela
defende seja elas quais for, indivíduos sem poder algum, sejam eles minorias ou
maiorias dentro do estado e que não estejam alinhados ou que não tenham essa
opção então, tem todos seus interesses excluídos dos objetivos do governo e
quando não são perseguidos e até exterminados.
Exemplos clássicos de governos autocráticos ocorrem em países que
chegaram ao poder movimentos fascistas, comunistas e teocráticos.
Em
algumas autocracias podem ocorrer eleições mas como alguns cidadãos são
considerados melhores que os demais ou que então só existem opções de escolha já
previamente delimitadas pelo então governo e dentro do alinhamento do movimento
ideológico autocrático estabelecido naquele estado, como é o caso de países
unipartidários ou de governos que foram ou são supremacistas raciais, sexistas
ou religiosos. Assim não se pode configurar essas eleições democráticas e sim
aristocráticas, afinal a decisão plena não vem da maioria, mas sim dos que
estão na condição de melhores.
Na
autocracia pode ocorrer um fenômeno que contradiz uma delimitação de
aristocracia que Jean-Jacques Rousseau estabelece em sua obra Do Contrato
Social, nela ele delimita que uma aristocracia se configura por uma estrutura
de governo em que o poder é formado por mais de uma pessoa, assim não sendo uma
monarquia, e menos da metade da população, assim não sendo uma democracia. Na
autocracia pode no entanto ocorre mais da metade da população depositando poder
no governo desde que no entanto ela esteja limitada de depositar poder nele de
forma que suas opções já estejam delimitadas por aqueles que sejam os melhores,
ou quando uma parcela da população mesmos que sendo menor que a metade seja excluída
não somente das prioridades do governo mas também do direito de voto no
processo de escolha de tal, sendo assim a maioria é em si os melhores, e tendo
cidadãos melhores seja essa elite maior que a parte não pertencente a ela ou
não, ocorre ali um modelo de governo aristocrático.
Pontos
altos da autocracia; Tem ampla capacidade de formar políticas de longa duração.
Não existe mais nenhuma qualidade.
Pontos
baixos da autocracia; A autocracia é além de uma estrutura de poder um fenômeno
social difícil de ser explicado pois ela em si é muito ruim pensando no bem
estar do povo como um todo devido ao constante clima de tensão social e de
perversidades com alguns grupos de indivíduos, economicamente pois causa
insegurança investir em um estado que o governo tem leis que estão abaixo de
uma ideologia mesmo quando esse pratique políticas de longa duração que
costumam tranquilizar investidores e empreendedores, transtornos diplomáticos
por conta da grande mancha moral que outros estados tem que carregar no cenário
internacional ao optar em se associar a um pais autocrático e por conta do
risco de "contaminação" ideológica do seu povo com aquela ideologia,
quando não impõe impasses para alianças mesmo quando a interesses estratégicos
de ambos os estados pois uma outra nação não ou mesmo sendo autocrática mas
numa linha ideológica diferente, pode defender pensamentos ou pertencer a uma
etnia perseguida pelo movimento autocrático que está em vigor.
Mesmo
em meio a tantos problemas pessoas dotadas de amplo estudo se embrenha em
apoiar movimentos que buscam estabelecer esse tipo de administração no seu
respectivo estado e muitas vezes nações inteiras transformam daquele modelo de
governo sua única esperança de se desenvolver plenamente.
Análise da autocracia; O modelo de organização de poder e governo já nasce corrompido na sua essência, é literalmente um dos piores tipo de governo imagináveis devido a sua constante perseguição para a destruição de valores individualistas e perversidade com aqueles não alinhados ou que a ideologia do governo determine que devam ser marginalizados.
Tecnocracia;
Se a autocracia seria a ramificação ou para efeito de analogia o
descendente do mal da aristocracia da antiguidade, a tecnocracia seria o
descendente do bem. Nela se busca evoluir diretamente os princípios defendidos
por Aristóteles, Platão e admirados por Sócrates em que os melhores governam em
busca do bem comum, sendo os dotados do conhecimento esses denominados como
melhores.
A
tecnocracia foi defendida por Fracis Bacon e muitos outros pensadores em
advento da modernidade e da industrialização que mostrava como ocorre uma
evolução rápida em tudo que peritos e técnicos administram em detrimento de
políticos, pois nesse sistema em substituição dos sábios e filósofos que eram
as figuras de conhecimento na aristocracia da antiguidade e que deixavam muito
vago se a presença do conhecimento necessário para administrar um estado estava
de fato preenchida em todas as áreas das ciências demandadas dessa função, uma
vez que o termo sábio ou filósofo contempla um leque grande de possibilidades e
assim podendo ter muito do mesmo tipo de conhecimento em um ciência e pouco em
outra, se tinha a figura de técnicos e peritos com suas respectivas formações
como melhores, assim esse problema seria sanado e se teria como quantificar a
representatividade das áreas do conhecimento na administração pública.
Como
atualmente em países grandes e populosos mesmo se atendo a uma área específica
do conhecimento o debate ou mesmo o voto direto de projetos seria muito
conturbado devido aos números muito expressivos de indivíduos ou mesmo por
conta da distribuição geográfica destes, um sistema de escolha representativa
de cada categoria seria feita necessária mas esse tema ou mesmo como seria esse
processo de escolha estão em abertos pois diferente da autocracia que é uma
ramificação perversa da administração aristocrática e que teve e tem diversos
experimentos no mundo, ironicamente a tecnocracia sendo a ramificação que busca
o apogeu do modelo aristocrático de governar não teve nenhum exemplo implantado
até os dias atuais e assim suas definições e detalhes mais minuciosos ficaram sem
serem estabelecidos.
Pontos
altos da tecnocracia; Os pontos altos da tecnocracia são inúmeros, dificuldade
de se corromper o sistema, pouca burocracia devido a compreensão e respeito ao
debate científico, estabilidade jurídica e econômica pois as políticas sendo de
longa ou curta duração estariam respaldadas na previsibilidade que a ciência
provém aos investidores e diplomatas, eficiência no uso dos recursos públicos e
amplo incentivo para o desenvolvimento tecnológico etc...
Pontos
baixos da tecnocracia; Um temor teórico que se tem no debate entre os
defensores dessa estrutura de governo é a possibilidade de uma convulsão social
oriunda das massas mais ignorantes da população surgir por não entenderem as
políticas implementadas ou mesmo não se sentirem representados mesmo quando
esteja sendo atendidos pelo governo de forma justa, mas sem dúvida o grande
problema desse modelo é a sua implantação, como ainda existem lacunas sobre seu
funcionamento devido a nunca antes ter tido uma experiência no mundo e como não
se ter uma ideia de como seria possível derrubar uma estrutura de poder vigente
sem o apoio das massas que dificilmente apoiariam algo que nem se quer entendem
para estabelecer uma tecnocracia, existindo assim o temor que a orquestração de
uma implantação poderia resultar não em uma tecnocracia de fato e sim em uma
versão distorcida das suas bandeiras e corrompida.
Análise da tecnocracia; Devido as dificuldades de se estabelecer uma
tecnocracia a grande maioria dos seus defensores acabam por lutar apenas por
mudanças estruturais em regimes democráticos para deixar eles de diferentes
formas mais técnicos, mas mesmo tendo esse grande obstáculo é inegável que um
governo assim é tentador para qualquer um que sonhe com um futuro promissor para
a humanidade ou sendo mais humilde, para sua nação e estado.
As
metáforas ou analogias mais clássicas que justificam defender essa ideia vieram
de Platão cujo qual após a morte de Sócrates se tornou muito anti-democrático e
em suas obras correlaciona a administração pública a de um navio que precisa
ser comandado por um ou mais profissionais capacitados e não por uma tripulação
sem conhecimento mesmo quando essa está em maior número na embarcação, caso
contrário ele irá à deriva e naufragará, ou então a escolha e administração de
um remédio a um enfermo que deve ser feita por um médico ou profissional
equivalente e não através de uma eleição feita por pessoas sem conhecimento da
área médica. Tendo ainda os que descrevem essa filosofia de Platão a uma continuidade
do que seria uma reação de Sócrates, seu mentor, a uma filosofia antecessora ao
seu período provinda de Heráclito cujo tema era a mudança perpétua e inexorável
das coisas desse mundo mesmo essas sendo ideias, definições e suas aplicações,
devido a isso Sócrates ao que aparenta em suas obras tenta colocar definições
como peças imutáveis e centrais para defender qualquer filosofia seja qual for
a área e a elas aplica testes lógicos cujo qual devem passar para serem
consideradas verdadeiras, sendo assim Platão poderia estar dando prosseguimento
a essa filosofia e aplicando testes lógicos a definição de bom governo que a
democracia recebia, no entanto independentemente dessa ser sua motivação ou não
e de a filosofia de Sócrates não ter tido êxito em todas suas propostas ela em
si funciona muito bem em grande parte do que se deseja analisar até os dias de
hoje e esses exemplos e analogias de Platão parecem pertencer a essa parcela
bem sucedida de aplicações pois tem uma lógica incontestável.
Caso venha
a ser implantado o sistema tecnocrata deverá ter um competente e minucioso
trabalho para preencher suas lacunas sem desfigurar sua estrutura base proposta
e também um trabalho muito bom planejando e executando sua implementação.
Democracia clássica;
Pode parecer contraditório colocar como um exemplo de governo
aristocrata, um governo que carregue no nome termo democracia e ainda mais
sendo o governo fundador do modelo democrático mas a verdade é que a democracia
clássica estava muito longe de ser democrática, os tidos como cidadãos eram
apenas maiores de 18 anos de idade, do sexo masculino, livres, falantes e
alfabetizados no grego, filhos de mães e pais já residentes na pólis que o
sistema estava implantado. Sendo certamente assim uma parcela muito menor que a
metade da população e não podendo de maneira nenhuma comtemplar as atuais
definições do que é uma democracia de fato.
Apesar
de a democracia clássica não ter sido uma democracia de fato esse governo
embrionário tinha em seus fundamentos ideias muito originais e que garantiam um
funcionamento que qualquer crítica ou elogio feito pelos pensadores daquela
época de tanta importância para o desenvolvimento das principais estruturas de
governo hoje usadas pudessem ser perfeitamente aplicados as verdadeiras
democracias atuais e por isso tendo muita importância histórica e filosófica.
O
cidadão do regime democrático clássico votava por meio do voto direto ou seja,
ele não elegia um representante e sim caso tivesse o dom da retórica
apresentava e debatia os projetos de governo que desejava e votava, ou caso não
tivesse esse dom somente votava, assim não existia eleições e sim votos diretos
nos projetos colocados para votações abertas.
Era um
regime muito bem definido, com locais para votações e apresentação de
propostas, normas para julgamentos assim como, apresentar projetos, sortear
cargos públicos e eleger comandantes militares.
Pontos
altos da democracia clássica; Foi um sistema muito bem definido que permitiu florescer
por mais que limitadamente nesse primeiro momento, a representatividade de
interesses que antes estavam de fora da vida política. Que buscava dificultar a
corrupção do sistema para uma tirania ou oligarquia, e dificultar rupturas da
sociedade.
Pontos
baixos da democracia clássica; Contava por diversos motivos com uma representatividade
ineficiente dos interesses que se propunha a atender, burocracias e políticas de
curta duração dominavam a administração pública e se atendo bem especificamente
a esse modelo clássico teria uma inviável aplicação em países grandes e
populosos devido ao seu sistema de voto que o tornaria tão burocrático que
seria impossível a administração pública realizar suas obrigações básicas.
Análise
da democracia clássica; O modelo clássico da democracia veio sob a forma de uma
aristocracia mas carregando os traços necessários para permitirem se saber qual
seria a opinião dos pensadores daquele período
sobre a democracia contemporânea, tendo como críticos desse modelo de
organização de poder e governo, Aristóteles, Sócrates, Platão entre outros, e
como defensores Péricles, Protágoras e outros, principalmente do movimento
sofista.
Seria
impossível praticá-lo se não em um pólis e nem teria porquê de fazê-lo uma vez
que se for para discutir implantar ou manter um modelo democrático teríamos a
opção muito mais viável e democrático de fato que é a democracia contemporânea.
Aristocracia por títulos;
Esse é um modelo de governo que pode eventualmente surgir como
efeito colateral a mudanças de regime, principalmente de monarquias
absolutistas para outros regimes, ocorre que quando um monarca absolutista está
no poder, por mais que esse monarca detenha todo o poder, para ele o exercer e
fazer valer se utiliza de cargos indicados ou aliados conquistados por meio de
guerras, religiosidade e laços matrimoniais, esses cargos tem controle de
partes do estados sendo mais fácil assim de controlar as massas, nessas partes
eles fazem se cumprir as vontades do monarca mas dentro do que elas permitem em
contrapartida também fazem valer suas vontades. Quando o regime de monarquia
absolutista é colocado em xeque essa casta social se mobiliza para tentar preservar
seus privilégios ou então se aproveitando do caos tentarem até conseguir mais
poder, quando o conseguem surge então um governo aristocrático sendo ele
mesclado com outra estrutura de governo ou não.
Mais
precisamente no que se refere a essa aristocracia, o governo se torna administrado
pelos melhores que são pessoas ou
instituições militares, familiares e religiosas representadas por indicados,
que detém de forma vitalícia a função de exercer o poder e assim como o monarca
anteriormente passava o poder centralizado, esses também passam para seus
descendentes esse direito de exercer aquela parcela de poder ou título por
assim dizer.
Pontos
altos da aristocracia por títulos; Pode promover políticas de longa duração, é
um governo que não necessariamente surge perverso e tem menos chance de se
corromper como uma monarquia absolutista, é facilmente adaptado para se mesclar
a outra estrutura de poder.
Pontos
baixos da autocracia por títulos; Por mais que seja mais difícil de se
corromper que uma monarquia absolutista ainda sim pode se corromper e se tornar
uma oligarquia, os melhores podem não ter predicados intelectuais o que faria
deixar de tirar proveito da principal vantagem que o sistema aristocrático tem
a disponibilizar, tem a possibilidade de ser burocrático, conta com lacunas nas
definições mais minuciosas do seu funcionamento, pode incentivar a ruptura da
sociedade pela falta de representatividade explícita que o sistema provoca.
Análise
da aristocracia por títulos; É um sistema que por si só não apresenta nada de
interessante, mas quando se mescla sua estrutura com outra estrutura de poder
como a democracia, ou mesmo outra aristocracia como o modelo tecnocrata, ou até
mesmo mesclando mais de uma estrutura ao mesmo tempo, acaba por oferecer
vantagens muito semelhantes às da monarquia constitucional, que seria um
governo praticamente impossível de se corromper e com estabilidade nas
políticas impostas.
Democracia:
Democracia moderna;
Apesar dessa organização de governo ser uma evolução do que foi
a democracia clássica, ainda sim é um modelo embrionário pois deixou diversas
lacunas no seu funcionamento. Surgiu pouco depois da criação da monarquia
constitucional, juntamente com a revolução americana e recebeu impulso do
movimento iluminista e pela burguesia.
A
democracia moderna tem como seu pilar principal a eleição de representantes que
formarão o governo, por voto de cidadãos. Dessa forma a burocracia absurda e impraticável
que a democracia clássica e direta iria provocar ao ser aplicada nas
configurações modernas dos países estaria sanada de certa forma e essa
estrutura de governo em que escolhidos decidiriam pelos cidadãos cujo qual
representam de forma indireta, seria cabível de implantação.
O
status de cidadão pela teoria teria uma abrangência tamanha que configura uma
democracia de fato mas a falta de maturidade do modelo permitiu na prática
discrepâncias inimagináveis para a democracia contemporânea como por exemplo a
existência da escravidão. Além disse não ocorria respeito a minorias que não
detinham poder quantitativo de eleger representantes, e mesmo esses
representantes não tinham hierarquia deveres e responsabilidades bem definidos.
Ao assumir o poder por exemplo, representantes eleitos modelavam suas funções
conforme bem entendiam e não para um próximo mandado, para quando novamente
eleitos já com os cidadãos tendo ciência de para que estavam colocando quem eles
quisessem.
Pontos
altos da democracia moderna; Tinha alto nível de representatividade e conseguia
passar a imagem de conseguir atender a todos os interesses das massas
eliminando praticamente a possibilidade de ruptura social, tinha relativa
dificuldade de ser corrompida e burocracia moderada.
Pontos
baixos da democracia moderna; A representatividade era falsamente apresentada
como capaz de promover todos os interesses das massas, algo que não era
possível mesmo que assim se quisesse pois tinha limitações que essas massas nem
sequer entendiam, como limitações econômicas, burocráticas, militares e
diplomáticas, resumindo, embora um representante quisesse fazer o que os seus
eleitores e cidadãos que votaram desejavam e que foi o que os motivou
depositarem seus votos nesse mesmo representante isso não significava que ele
iria conseguir promover tal demanda, representando de fato os interesses dos
seus eleitores mas não os atendendo na prática, com isso os governos desse
sistema incapazes de fazer as massas entenderem os detalhes sobre o funcionamento
da máquina pública como um todo fazia parecer que sim, tudo era possível de se
fazer com a força do voto, mais tarde esse fenômeno patológico do sistema
democrático moderno que é a busca em transformar a ignorância das massas de um
problema para uma arma em defesa do modelo de governo foi explorado por alguns
políticos em suas campanhas visando fortalecer suas imagens individuais e não a
da estrutura de poder, fazendo em suas campanhas voltadas para os menos
intelectuais um marketing muito forte em cima da narrativa que tudo podiam
desde que eleitos e quando não, era por culpa de forças contrárias a democracia
e assim sendo, contra o povo, independente do escolhido para ser o vilão a
prática foi chamada de populismo. Os governos da democracia moderna ainda excluíam
algumas minorias de seus interesses, e tinham políticas de curta duração.
Análise
da democracia moderna; Embora essa estrutura de governo apresentasse muitos
problemas antigos herdados da democracia clássica e novos decorrente dos seus
aspectos originais que estavam se desenvolvendo acabou por se popularizar e
devido ao grande número de experiências de diversos países naturalmente evoluiu
e se ramificou.
Ainda
hoje existem democracias modernas em países que estão em processo de adesão ou
readesão a democracia contemporânea, com instituições frágeis, ou com conflitos
internos intensos de diferentes razões, nelas as minorias são excluídas do senso comum, bizarrices como
indivíduos não podendo se tornar cidadãos e cargos representativos sem
definições claras e muitas outras peculiaridades continuam marcando presença.
A
democracia moderna não é mais uma questão de escolha ou de ser boa ou ruim, mas
sim um modelo transitório que quase sempre acaba ficando entre estados e nações
que entram e saem da democracia contemporânea.
Democracia contemporânea;
Em função da grande importância atual desse sistema de poder que é difundindo e imposto como o melhor, imposição essa que me motivou a criar o blog, e devido ao fato de nosso país, o Brasil, se utilizar desse modelo irei fazer sua descrição e minha avaliação em outra configuração e separado aqui (Estruturas de governo (parte2) A Democracia Contemporânea).
Democracia contemporânea chinesa;
Essa estrutura de governo que também pode ser chamada de
democracia consultiva socialista é uma ramificação democrática alternativa a
democracia contemporânea, apesar dela se enquadrar em uma autocracia pois
existem cargos com grandes poderes dentro da administração que são escolhidos
pelo partido que governa sozinho o país, sendo assim os melhores e considerados
aristocratas, tem presença do atual significado democrático de cidadão e
através desses existem também cargos muito poderosos dentro da administração
oriundos de eleições democráticas embora muito indiretas.
Esse
governo composto de cargos democráticos e autocráticos na teoria governaria
para o bem comum e sendo guiada pela vontade da maioria, ou seja, representando-os
e assim se qualificando como uma democracia.
Congressos menores em condados ou cidades são eleitos diretamente pelo
povo, esses representantes então elegem representantes provinciais formando um
congresso eleito indiretamente que por sua vez elegem representantes nacionais
formando um congresso eleito ainda mais indireto que ai sim realiza votações
legislativas e escolhem parte dos cargos executivos deixando a outra parte para
o Partido Comunista da China.
Apesar
dos cargos democráticos serem muito indiretos e de existirem muito cargos não
democráticos que resultam em muitas críticas da comunidade internacional que
defende a democracia contemporânea, o governo chinês se defende alegando que
sua tática para conseguir representar os seus cidadãos seria através de guiar a
administração do país em função de suas demandas, opiniões e bem comum, não consistindo
na eleição em si, como eles conseguiriam saber esses desejo do povo ainda não
foi explicado mas que especulativamente falando poderiam ser por meio de
pesquisas de opinião pública por exemplo.
O
governo democrático contemporâneo chinês não pode ser taxado de uma falsa
democracia contemporânea pois não se propõe ser uma e sim algo original,
diferentemente de governos que não atendem os princípios de tal, mas ainda sim
pregam ser uma. No entanto o sistema que criaram tem seus próprios princípios e
nem por terem criado ele significa que o seguem e que sua administração não está
necessariamente corrompida na prática.
Pontos
altos da democracia contemporânea chinesa; Esse modelo não nasce
necessariamente corrompido mesmo tendo elementos de uma autocracia pois procura
a mesclar com o modelo democrático, elimina também um problema da democracia
que são as políticas de curta duração, pois na democracia contemporânea chinesa
se tem muita facilidade de implementar políticas de longa duração importantes
para conseguir sucesso militar, diplomático e econômico. Pode impedir das
massas realizarem equívocos ao conduzirem o país por meio de representantes
populistas e ainda se mostrar representativo através da manutenção do marketing
do sistema para o sistema e não mais de campanhas individuais.
Pontos
baixos da democracia contemporânea chinesa; Ocorre muita burocracia em
determinadas questões que a ideologia do partido ou dos representantes
autocratas colidem carregando o peso que é ter mesmo que mesclada uma
autocracia no poder, devido ao alto nível de isolamento dos representantes mais
poderosos do governo da realidade das massas e dessas autoridades não estarem
vulneráveis ao poder popular que reside atrás de duas eleições indiretas e nem
mesmo sendo de todos os cargos, podem se corromper com uma facilidade absurda e
se transformar numa oligarquia ou em uma autocracia pura de fato.
Análise
da democracia contemporânea chinesa; É muito difícil avaliar se essa estrutura
de governo é boa, ruim, ou se é ruim com potencial de ser boa com alguns
ajustes no sistema ou na lei, isso devido a única experiência do modelo ocorrer
em um pais muito fechado para o resto do mundo, mas em geral e superficialmente
falando se pode entender que existe opções melhores para adotar.
Democracia de Rousseau;
Esse é um modelo de governo embrionário jamais experimentado que
pode ser entendido e extraído de entre trechos da obra do filósofo suíço
Jean-Jacques Rousseau em O Contrato Social, esse filósofo sendo o mais
importante da teoria do contratualismo, seguido em importância por Thomas
Hobbes e Jonh Locke, nessa teoria os autores buscaram explicar como e porque se
formam as sociedades e os governos, como o homem natural passa a ser o homem civil,
e mais em especial Rousseau tenta mostrar o modelo ideal de governo cujo qual o
poder emana do povo e também contrasta com o entendimento do antigo sofista
grego Trasímaco, pois Rousseau não considera o poder pela força legítimo como o
grego que também é principal interlocutor de Sócrates no diálogo platônico A
República. Na época em que Rousseau realizava sua reflexão a estrutura de
governo dominante eram as monarquias absolutistas sendo assim, estava livre da
influência de exemplos de democracias modernas para tentar idealizar um governo
cujo qual o povo ditava as regras. Em suas tentativas de descrever uma estrutura
de poder legítima é possível se entender uma estrutura original que não é como
as adotadas em outros modelos democráticos.
Na
democracia de Rousseau existiria um legislador ou um corpo legislador cujo qual
poderia ser eleito ou não pois ele não governaria e nem julgaria nada, apenas
organizaria a formulação de projetos e eleições cujo qual o povo decidiria
diretamente a aprovação ou recusa, e sobre a execução desses projetos e de
afazeres do estado, e de quem seriam os responsáveis por "governar"
essas tarefas separadamente ou seja, o legislador não decidia nada, apenas
captaria, interpretaria e colocaria a vontade popular em projetos e organizaria
as votações democráticas diretas, cargos responsáveis seriam eleitos para
cumprirem o que o povo decidiu sem decidir nada além da estreita tarefa a eles
confiada e após isso teriam suas funções encerradas, seriam apenas funcionários
públicos temporários, não haveria representantes legisladores em si, pois a
vontade popular direta é soberana mas precisa de alguém somente para traduzi-la
e executa-la, se entende também que haveria um poder jurídico permanente para
garantir a manutenção dos limites propostos e se fazer valer as leis mas a
explicação desse poder é vago e se pode apenas extrair os valores éticos
especificamente.
Uma
peculiaridade dessa proposta de modelo de governo é a intenção de se criar algo
parecido com uma religião com força de lei para doutrinar os cidadãos de forma
eficiente nos valores éticos que devem ter para participarem dos afazeres da
vida civil. Á também uma defesa de um número de cargos enxuto tanto no corpo
legislador como nos cargos eleitos para executarem as obrigações do estado
aprovadas, E a não exclusão das propostas de outros sistemas de governos como
boas opções desde que se atento aos parâmetros que ele considerava lhes
conceder legitimidade.
Pontos
altos da democracia de Rousseau; Embora vago esse modelo seria aparentemente
impossível de se corromper e de resultar em rupturas da sociedade.
Pontos
baixos da democracia de Rousseau; As lacunas nos detalhes sobre o seu
funcionamento já são por si só um grande problema, a burocracia que embora
aparentemente não impediria a implantação da estrutura de governo ainda sim
seria gigantesca, a insegurança em torno das políticas seria tamanha que mesmo
se fosse adotadas políticas de longa duração ainda sim causaria insegurança
diplomática e econômica, impedindo a entrada de investigadores e de atrair
interesse de outros países na formação de alianças comerciais e militares.
Contém também potencial para sua ideia de educação doutrinadora que torna
valores éticos como "divinos" se implementado junto com a essa
estrutura de poder tornar o estado uma espécie de teocracia e então uma
autocracia.
Análise
da democracia de Rousseau; Um modelo que se completado e implementado em uma
pólis da Grécia Clássica ou a nível municipal nas configurações atuais de
países poderia resultar em experimentos interessantes, mas não teria uma
aplicação viável para a administração dos países da atualidade em si.
Ditadura;
Pode
parecer inconcebível para alguém de fora do debate filosófico sobre política ou
alguém muito doutrinado pela sociedade atual que busca engessar o debate
político em torno da não mudança de sistema e sim apenas em mudanças dentro do
que ele contempla, imaginar que uma ditadura pode ser um governo democrático,
aceitar isso seria contraditório e até maligno para muitas pessoas mas a
verdade é que embora existam ditaduras oriundas de autocracias, golpes de
estado e governos corrompidos, existe também ditaduras democráticas.
Essa
estrutura de governo quando democrática é idealizada para ser provisória e
utilizada mais como uma ferramenta e inclusive uma poderosa, vale destacar. Com
o passar do tempo e dos inúmeros experimentos democráticos é muito seguro
afirmar que um dos problemas mais explícitos do sistema democrático que
respeitam fielmente os princípios que delimitam uma autêntica democracia é a
burocracia, isso muitas vezes é contornado mais ou menos dependendo do país e
da configuração de seus cargos representativos mas sempre esta lá marcando
presença. Quando um estado demanda que seu governo tome medidas rápidas,
arrojadas e contundentes, normalmente em situações como, pandemias, guerras e
convulsões sociais por exemplo fica claro que a burocracia típica do sistema
democrático não permitiria essa eficiência necessária, então é eleito previamente
por votos diretos ou então emergencialmente pelos representantes disponíveis,
um ditador com plenos poderes de ditar como ver necessário as decisões do governo.
O cargo
de um ditador democrático é a primeira vista e sem levar em conta o marketing
negativo que a sociedade atual impôs a essa figura, um cargo muito poderoso mas
comum pois nada mais é que um representante direto ou indireto do povo para
governar, porém como não há instituição alguma para vigiá-lo, sua administração
pode ser tida como uma mescla dos sistemas de poder democrático e monarquista
absolutista.
Pela teoria,
ao fim da necessidade do governo ditatorial esse, deve devolver o estado a
administração do modelo democrático antes vigente.
Pontos
altos da ditadura; A ditadura não tem nenhuma vantagem em relação a outros
regimes democráticos autênticos com exceção a eliminação da burocracia, nem
mesmo a implementação de políticas de longa duração que seria muito fácil para
um governo de poder tão centralizado como esse poderia ser aproveitada uma vez
que esse tipo de regime tem caráter provisório, mas apesar de ser todo visado
para sanar somente essa deficiência, é sim válido uma vez que essa e justamente
uma das maiores deficiências da democracia.
Pontos
baixos da ditadura; Outras ditaduras que não a democrática tem diversos
problemas mas o problema da ditadura democrática reside no risco de ela se
corromper e o ditador que de maneira nenhuma era até então um tirano de fato se
tornar um e assim deixar de pertencer ao regime democrático.
É
importante observar como ao mesclar o sistema democrático com o monarquista
absolutista a ditadura herda suas vantagens e desvantagens, pois na monarquia
absolutista não a burocracia mas se encontra um grande risco de corromper e se
tornar uma tirania.
Análise
da ditadura; A ditadura é uma ferramenta que deve ser muito bem planejada para
sanar o risco de corromper, mas extremamente importante para toda democracia e
embora muitos não se deem conta acabam por concordar com essa lógica, afinal
quantas e quantas vezes assistimos essa ferramenta em pleno uso em filmes, séries,
novelas e até animações, acontecendo com mais frequência em filmes
norte-americanos cujo qual devido a uma situação de conflito ou outra força
maior o presidente passa a emitir ordens sem aval do legislativo ou judiciário,
naquele momento embora não chamado por esse termo ele está exercendo a função
de ditador e o público em geral que consome esse entretenimento encara aquela
situação com perfeita naturalidade e parece entender que aquilo, naquele
contexto, é de fato a coisa mais lógica a se fazer, quando encarada essa ideia
num debate parece se encontrar mais resistência mas a verdade é que isso
acontece por puro preconceito e ignorância em relação ao funcionamento do
sistema ditatorial democrático.
Democracia semidireta;
Essa ramificação e variação da democracia contemporânea é por
alguns encarada meramente como uma diferente configuração da hierarquia de
cargos da democracia contemporânea e não uma estrutura de governo original,
assim como o parlamentarismo ou presidencialismo que não são estruturas de
poder originais e sim variantes de como uma democracia contemporânea se
organiza de país para país, mas a verdade é que o fato da democracia direta não
poder se enquadrar na definição de democracia contemporânea por essa ser
representativa torna uma mescla da representativa e da direta também fora dos
seus parâmetros. A democracia participativa sim pode ser tida apenas como uma
variante organizacional da democracia contemporânea pois nela a participação do
povo por meio de plebiscitos e referendos teria de ser aprovada previamente por
seus representantes em pleno mandado.
Na
democracia semidireta as eleições para decidir sobre a forma de governar e não para
eleger representantes são previstas pela lei maior na forma da constituição,
para aprovar ou derrubar diversos temas e projetos anteriormente decididos
pelos seus representantes e com mais poder que a decisão desses, ou seja a
participação direta no governo é um princípio totalmente diferente e original.
Atualmente
o único país do mundo que implementou um exemplo dessa estrutura de governo foi
a Suíça.
Pontos
altos da democracia semidireta; Nesse modelo a democracia encontrou na prática
seu apogeu na representatividade das massas, sendo praticamente impossível uma
ruptura da sociedade e do sistema se corromper.
Pontos
baixos da democracia semidireta; Uma burocracia muito grande faz presença,
embora políticos populistas não tenham tanta relevância, movimentos em torno de
propostas populistas podem acarretar problemas graves, prática comum de
políticas de curta duração e mesmo quando ocorre as de longa duração não
inspira segurança em investidores e possíveis aliados internacionais, impõem
também um desafio logístico para possível implementação em países de grandes
dimensões ou muito populosos.
Análise
da democracia semidireta; Se a pessoa defende a bandeira da democracia como
sendo o melhor sistema de organizar o governo e o poder da administração
pública, esse exemplo sem dúvida deverá ser o seu objetivo final, nele a
representação da vontade do povo é um salto tão grande que mesmo sendo uma
variável da democracia contemporânea faz ela parecer nesse aspecto atrasada
equivalentemente a ela mesma em relação á democracia moderna ou então, dessa
última para a democracia clássica.
O
estágio tecnológico atual da humanidade poderia ser empregado embora com muita
responsabilidade para resolver o problema logístico de grandes países e assim
implantar esse sistema.