10/18/2020 12:14:00 PM

Pintura de Adolph Von Menzel demonstrando meio de produção da revolução industrial


  Irei aqui descrever a maior parte dos sistemas econômicos conhecidos, expor seus pontos altos e baixos, minha análise, e assim poder sanar dúvidas.

   Essa publicação serve mais como um guia e está aberto a correções por edição e expansões em novas partes contendo outros sistemas econômicos, quem entrar aqui pode aprender de forma geral lendo todo conteúdo ou então caso tenha dúvidas em outras publicações fazer consultas para entender melhor o conteúdo cujo qual acompanhava.

    Peço que quem for colaborar enviando suas análises, corrigindo erros ou indicando outros sistemas econômicos, o faça com educação, argumentos e se possível, fontes, obrigado. Então vamos lá:

 

pirâmide de castas

  Feudalismo; Esse sistema econômico extinto é caracterizado pela necessidade de existir castas sociais na sociedade, semelhante a como ocorre em abelhas, cupins e formigas, cada casta humana assumi um papel que vai desde liderar, proteger e trabalhar e diferente das classes sociais não a perspectiva de mudanças de uma casta para outra a menos em ocasiões excepcionais. Essa sistema econômico funciona bem em governos monárquicos e aristocracias por títulos mas nada impede fazer presença também em autocracias, os lucros e ganhos, ou prejuízos e perdas que a sociedade venha a ter é dissipado no estado como um todo mas não em proporção iguais, cada casta superior recebe mais e perde menos que as castas inferiores engessando ainda mais as mudança de castas.

  Esse sistema econômico recebeu esse nome por ter tido seu apogeu em um período que a maior parte do território em que ele estava instalado no mundo era produtor de matéria primária, ou seja mineradora, agrícola e pecuarista e estava geograficamente organizado em porções de território chamados de feudos, cada feudo tinha seus líderes, camponeses e soldados entre outros, juntando os feudos de um mesmo povo tínhamos no território um estado e nas pessoas a nação, podendo ter assim cada estado vários feudos.

  Apesar do termo feudalismo ser sempre encarado como o nome desse sistema econômico ele não é só isso, assim como o sistema em si poderia ganhar um novo termo para ser referenciado, isso ocorre porque nada impede em teoria de se criar um novo período em que as divisões geográficas estariam novamente organizadas em feudos, existindo um feudalismo e nem por isso existiriam um sistema de castas sociais ou economia funcionando naqueles moldes, ou então pode existir também a implementação em um estado de uma organização de castas sociais e de distribuição de recursos nos padrões que era feito no feudalismo mas nem por isso existiriam os feudos, até porque nos dias atuais a produção de matérias primárias não está só como motor econômico, dividindo espaço com a indústria, instituições financeiras e os meios de conectividade e informação que contempla as redes sociais e a impressa tradicional, ou seja, o feudo foi algo marcante nesse sistema naquele período mas não é um elemento que faz parte da sua essência e estrutura básica e portanto não deveria ter sido usado para criar o termo que se utiliza para denominar o sistema econômico, mesmo assim ele foi.

  Esse sistema veio a ruir em quase todos os lugares que estava implementado pelos mesmos motivos, as castas sócias responsáveis pelo trabalho pesado, mineiros e camponeses em determinado momento se rebelavam inconformados com a situação de vida humilhante e sem perspectiva de melhora causando convulsões sociais, essas convulsões no decorrer de décadas e até séculos  originavam grandes reviravoltas no poder mas essas mudanças acabavam apenas por dar lugar a uma nova configuração de castas, tendo trocado os indivíduos e suas ordens hierárquicas mas não a estrutura de funcionamento do sistema econômico, até que indivíduos que não queriam mais subir de casta por meio de revoltas e sim por meio de obtenção de seus próprios ganhos passaram a coordenar mudanças dentro das pautas das revoltas que ocorriam para que elas após tentar restabelecer a nova configuração das castas permitissem também direitos sobre bens e lucros individuais nascendo assim a burguesia, nome adquirido pois aqueles que passaram a pertencer a ela costumavam a habitar os burgos, pequenas cidades em meio ao cenário dominante agrário e que mostraria como contornar essa insatisfação de engessamento social e estabelecendo as classes sociais em paralelo com as castas, essa estrutura paralela posteriormente permitiu tornar indivíduos sem deter o poder de liderar mais poderosos economicamente que os que lideravam. Para entender como classes sociais em simultâneo a castas sociais era possível no estágio final do feudalismo, podemos usar de exemplo um simples camponês que antes entregava a sua colheita ao senhor feudal que por sua vez lhe dava o suficiente apenas para comer e permitia plantar novamente nas suas terras, quando adquirido o direito de acúmulo de bens e a fixação de quanto deveria ser entregue ao senhor era estabelecido, a produção excedente  poderia servir como moeda de troca para comercializar, logo o indivíduo que ainda era alguém sem direito a governar e muitos outros privilégios por pertencer a casta camponesa e não a nobre tinha no entanto carruagens levando e trazendo mercadorias, soldados contratados, arrendamento de terras em outros feudos, outros camponeses trabalhando para ele, silos cheios de grãos e assim por diante, sendo assim pertencente a uma classe social elevada em simultâneo a uma casta social inferior. Este grupo de pessoas influenciados pelas ideias de novas estruturas de governo como a monarquia constitucional e a democracia moderna derrubaram de vez o sistema econômico do feudalismo em meio a revoltas que não buscavam mais mudança em quem pertencia a qual casta mas sim o fim das castas e o estabelecimento somente da organização por classes sociais. Alguns poucos lugares do mundo mantiveram esse sistema econômico por mais tempo por ainda não terem iniciado o processo de revoltas que garantiriam diretos a indivíduos de modo a subirem como classe social mas como a influência dos sucessos dos estados que tinham o abandonado acabaram por se espalhar fez com que lugares ainda confortáveis dentro do feudalismo acabassem por o abandonar também por decisão das próprias castas superiores que preferiram fazer a transição tendo controle de como seria o processo para saírem privilegiadas a partir dali então como poderosas classes sociais, a esperar ocorrer revoltas internas e acabarem por ver o sistema ruir com elas correndo o risco de perder tudo que detinham. A escravidão foi o último vestígio do sistema de castas sociais a perdurar no mundo até vir a ser erradicado completamente em tempos relativamente mais recentes.

   Se nos dias atuais fosse ser implementado um sistema econômico do feudalismo "saudável" e sem a influência já das revoltas tentando alterá-lo, primeiramente ele iria ter outro nome, e as castas sociais seriam divididas como as classes sociais atuais, no entanto tudo pertenceria ao estado e ao invés de governos políticos, donos dos meios de produções privados e trabalhadores teríamos os donos do estado como governo, decidindo os rumos diplomáticos, militares e o que fazer com os lucros e ganhos excedentes, semelhante a monarquias e aristocracia por títulos, administradores dos meios de produção estatal que estariam lá com a função pertencendo a eles e suas famílias de forma vitalícia e gozando de uma boa infraestrutura de vida e os trabalhadores que só teriam o suficiente para viver e continuar trabalhando, todos e suas futuras gerações engessados nesse cenário sem melhorar ou piorar em detrimento de mérito ou esforço, ao contrário do que ocorre por exemplo no comunismo que um desfecho parecido ocorre mas não necessariamente é o idealizado inicialmente, no feudalismo serio o sucesso do planejamento inicial e da execução do sistema econômico.

 

  Pontos altos do feudalismo; O feudalismo poderia ser um sistema perfeito se não fosse utilizado para a espécie humana, prova disso é o sucesso obtido em outras espécies na divisão de castas para cada função e até especializações, como o ser humano é racional de forma individual e não coletiva esse sistema econômico em si não traz vantagem nenhuma e seu uso foi uma consequência do uso de estruturas de governo que ai sim teriam suas vantagens e desvantagens e que teriam se utilizado desse sistema econômico para se enraizar mais ainda no poder.

 

  Pontos baixos do feudalismo; O feudalismo é perverso e causa muito sofrimento a grandes massas populacionais, não incentiva o empenho daqueles inseridos no sistema em aumentar a produtividade nem em inovar os processos produtivos ou em qualquer outra área, também não é eficaz no aspecto de aproveitamento dos recursos ocorrendo desperdícios nas castas avantajadas e com poucos indivíduos.

 

  Análise do feudalismo; Esse sistema econômico ruiu por ter muita ineficiência em se ajustar ao modo que funcionam as sociedades humanas, obras de ficção acabam por se utilizar desse sistema para moldar sociedades utópicas humanas em algum cenário que esse sistema poderia a vir se adequar melhor uma vez que a experiência tida com o sistema foi em tempos muito diferentes dos atuais e se apesar de não parecer oportuno outra experiência é possível perceber que as dinâmicas sociais humanas sim mudam e hipoteticamente um dia poderiam ser ideais para esse sistema funcionar de forma mais assertiva, nessas obras também se observa esse sistema sendo utilizado por outras espécies que teriam sua inteligência na forma coletiva e o sistema se mostra muito promissor, no entanto ficção é ainda mais distante da prática que a teoria e sendo assim não existe qualquer motivação lógica para alguém com boas intenções querer ressuscitar esse sistema econômico.

 

evolução e desigualdades que o capitalismo proporciona

  Capitalismo; O sistema econômico mais utilizado no mundo e sem dúvida o mais bem sucedido até o dia dessa publicação, com inúmeras experiências através das mais diferentes sociedades e localidades, com históricos de fracassos retumbantes e sucessos épicos, altamente maleável e adaptável desde que tratado com seriedade e apesar de deter quase que o monopólio dos caminhos viáveis para um pais seguir economicamente ainda sim é ironicamente pregado como um dos males da humanidade e odiado por um gigantesco fã clube de pseudo-intelectuais.

  O capitalismo surgiu após a ruptura do feudalismo, mas não tão logo depois e nem repentinamente, houve um período de vácuo entre o fim de um e o surgimento do outro em que aparentemente não existia um caminho bem teorizado para guiar os governos. Nesse período em que as economias de nações inteiras estavam a deriva e procurando uma forma de se desenvolver sem cair em armadilhas econômicas que as colocariam em crises surgiu o movimento das práticas  mercantilistas que perdurou entre o final do século 15 ao século 18, apesar de ter seu próprio período esse movimento não foi um sistema econômico pois não tinha seu próprio modelo de produção ou organização.

  Com a formação de estados modernos sem estarem retalhados por feudos, a abolição das castas sociais e consolidação das classes sociais os países experimentaram o poder estatal centralizado, investimentos privados por parte da burguesia para o surgimento de empreendimentos comerciais tanto terrestre como marítimo, manufaturas e a intensificação do colonialismo. Nessas mudanças o mercantilismo entra com os governos descobrindo a necessidade de manter uma balança comercial equilibrada entre os estados, ocorre muita intervenção estatal para o protecionismo alfandegário e por fim além da busca por acúmulo de propriedades e mercadoria os indivíduos de classe alta e os próprios governos passam a buscar por acúmulo de metais preciosos, prática chamada de metalismo, na Espanha mais precisamente é inaugurada um contra-metalismo mais tarde chamado de colbertismo, nome que recebe porque foi levado para França por Jean-Baptiste Colbert, que se refere ao acúmulo de meios de produção manufaturado para garantir um balança comercial favorável no que diz respeito a valores em moedas estrangeiras na entrada e saída de mercadorias e não em volume de mercadorias em si.

  Com o surgimento e a intensificação da revolução industrial que nascerá das buscas pelo maior acumulo manufatureiro um filósofo então resolveu observar todo esse caos e estabelecer uma lógica para entender o funcionamento daquele mundo moderno que estava surgindo, o filósofo britânico Adam Smith mostrou que segundo suas observações e reflexões era certo que a intervenção do estado prejudicava mais que ajudava no desenvolvimento da força produtiva que a burguesia se esforçava para alavancar uma vez que a livre concorrência somada a vontade de cada um em defender seus próprios interesses financeiros levaria ao aprimoramento tecnológico, redução de custos, e a "mão-invisível" do mercado por si só faria com que o preços se equilibrarem em função da oferta e procura pelos bens e serviços que o povo utilizasse, intervir levaria a zonas de conforto que desincentivariam a lutar pelo aprimoramento, distorções do que deveria e quanto deveria estar no mercado e consequentemente a crises, isso retirou do estado centralizador responsabilidades e o impôs limites jogando no colo da iniciativa privada o controle quase completo de toda economia. Essa possibilidade e busca por ter e acumular propriedades privadas sejam elas mercadorias, terras, meios de produção e até mesmo dinheiro em si, o estabelecimento de um modelo ideal de funcionamento de mercado e limites aos governos, e a relação dono do meio de produção com funcionários inaugura definitivamente o que se entende como o modelo de sistema econômico capitalista.

  O capitalismo veio a prosperar ainda mais com e rápida evolução tecnológica e o surgimento de inovações no sistema como a organização do investimento bancário sobre o investimento industrial que permitia formações de grandes e fortes empresas, mas mesmo com tantas inovações e com os preceitos bem definidos e respeitados crises começaram a surgir, mais tarde isso veio a mostrar que os limites estabelecidos para o estado por Smith estavam defasados pois a realidade do capitalismo daquela época estava mudando para outra, algo constatado pelo antropólogo e sociólogo húngaro Karl Polanyi na sua obra A Grande Transformação, grandes monopólios e cartéis estavam distorcendo a "mão-invisível" do mercado, práticas de uso de informações privilegiadas e diluição de ações faziam um engessamento social malévolo para quem queria se aventurar como investidor, o proletário estava sendo explorado muito contundentemente para redução dos custos de produção de forma que deixavam de ser além de uma força produtiva, também uma força consumidora, levando o ao início de buscas por revoltas e opções ao sistema capitalista, e bolhas financeiras oriundas de especulações irresponsáveis explodiam deixando um rastro de quebradeira para muitas empresas e nichos inteiros de mercado. Foi assim que o sistema capitalista mostrou sua maior qualidade, a sua maleabilidade, ao invés de se arraigar a pilares estáticos e sucumbir como ocorreu com o feudalismo e demais sistemas econômicos, o capitalismo não tem essa empecilho pois com uma simples alteração no tanto que é compreendido como correto do estado intervir no mercado já proporciona mudanças drásticas na economia, essas mudanças de dinâmica nas intervenções nem mesmo precisam ser contínuas, podendo ser como prega o keynesianismo sazonais, bastando para solucionar problemas afinal, se o direito pela propriedade privada esta conservado, a procura pelo acúmulo de capital, o aperfeiçoamento dos meios de produção e a máquina pública só vindo a intervir em áreas da iniciativa privada quando necessário, está assim mantido os princípios do capitalismo e o que muda seria apenas o quanto e quando é essa intervenção do estado.

  Na atualidade o capitalismo liberal clássico ou como também é muito chamado laissez-faire, deixou de ser unânime por todo o globo e existem algumas vertentes de como acomodar o sistema capitalista a realidade de cada país e período se utilizando dessa maleabilidade, dessa forma não á como culpar o sistema econômico por eventual experiências fracassadas e sim motivos como, corrupção, negligências no que diz respeito a seguir os preceitos necessários estabelecidos para seu funcionamento saudável e más escolhas de vertentes do sistema diante do que se faz necessário.

  Entre as vertentes que se mostram importantes para citar estão; o capitalismo de estado, vertente em que não a segurança jurídica forte que protege a propriedade privada e constantes e repentinos aumentos de intervenção estatal no mercado, levando a sim existir a possibilidade de acumular capital e demais características capitalistas mas com o temor dessas características serem eliminadas, esse sistema é empregado em governos autocráticos, populistas com instituições que se corromperam, em estado de guerra civil ou guerras com outras nações, muito criticado por pensadores como Friedrich Hayek mas embora tenha na maioria das experiências motivações erradas realmente é necessário em alguns casos específicos de guerra. Capitalismo de bem-estar social, essa é a vertente dos sonhos para os integrantes do movimento da social-democracia, nele o estado é bem participativo com assistencialismo, carga tributária pesada e distorções no mercado como por exemplo através de subsídios, de forma que torna os meios produtivos menos competitivos mas converte o proletário em uma força consumidora muito forte. Capitalismo neoliberal, apesar do termo anteriormente se referir a um conjunto de ideias muito diferente, atualmente esse termo se refere a uma vertente do capitalismo que prega a participação do estado no mercado de forma muito enxuta bastante semelhante a como era no capitalismo liberal clássico, mantendo apenas medidas antitruste, combate especulativo, normativas bem estabelecida para o mercado de investimentos e ainda mais austeridade fiscal em diferença ao que era aplicado no liberalismo clássico. Capitalismo keynesiano, vertente que carrega esse nome em função de ter sido formado praticamente do que pregava o economista britânico John Maynard Keynes, e tem o objetivo justamente de intercalar preceitos de outras vertentes ou seja, se em determinado momento o mercado exigir maior participação do estado ele o fara e assim vice versa, mas diferente do que seria isso ocorrendo em outra vertente que se mostra ineficaz e força a mudanças, aqui essa dinâmica não se faz devido a necessidade e sim já é prevista diante de sinais econômicos estatísticos que avisam as autoridades muito antes da crise se instalar que por sua vez acionam gatilhos institucionais para mudar a forma que o estado está participando no mercado.

  O capitalismo ainda hoje continua se atualizando com o surgimento novas vertentes e inovações tecnológicas e filosóficas.

 

  Pontos altos do capitalismo; Inúmeros pontos altos residem nesse sistema, como destacado anteriormente sua maleabilidade e adaptação as necessidades que se apresentem pouco mudando seus fundamentos, seu forte incentivo ao desenvolvimento tecnológico e otimização de processos produtivos, sua possibilidade de mudança de classes sociais para o indivíduo sem a necessidade de convulsões sociais que mesmo sendo difícil de acontecer não é engessada ao ponto de impedi-la de fato, e as inúmeras experiências já ocorridas que demonstram dados estatísticos muito confiáveis do que dá certo e o que dá errado em determinadas situações e que podem ser usadas para uma tomada de decisões mais assertivas das autoridades.

 

  Pontos baixos do capitalismo; O capitalismo por si só não incentiva valores éticos, ou seja, necessita de uma política educacional e cultural externa para impedir que a ganância gerada pela busca de lucro e acúmulo de capital leve a destruição do meio ambiente e não ultrapasse limites aceitáveis de exploração das classes baixas. Outro defeito muito grande do sistema é a sua complexa e imensa base de dados feita de forma muito técnica, mas pouco intuitiva e de difícil assimilação pelas massas pouco intelectuais, dessa forma fica fácil de vilanizar o sistema pelos defensores de outros sistemas econômicos perante a opinião pública.


  Análise do capitalismo; Longe de ser um sistema perfeito e tendo de ter uma constante e responsável manutenção no seu modo de funcionamento e necessitando de ferramentas externas aos domínios do que se entende como parte do sistema econômico em si, esse no entanto é o único sistema que até então conseguiu levar uma ou mais sociedades humanas a um nível de desenvolvimento elevado e sustentável, seus fracassos se devem a problemas negligenciais e por isso, ate que surja uma alternativa melhor deve ser o defendido se a pessoa assim tiver a intenção de estar do lado da razão e não do lado que pareça o mais "cool" de discussões sérias, deixando para defesa de pessoas de conhecimento superficial o papel de atacar o que não entendem.

 

filosofo Karl Marx

  Socialismo; O sistema econômico socialista foi teorizado pelo sociólogo prussiano Karl Marx que tinha uma visão bastante simplista sobre como empoderar as massas e assim mantê-las no poder, para Marx a melhor forma de empoderar as massas seria lhes dando o controle total sobre a economia ou seja, meios de produção de bens e serviço, propriedades físicas e monetárias, e consequentemente do próprio estado, a posse sobre tudo isso seria dividido de forma mais igualitária possível e então engessada para que ninguém mais se sobressaísse sobre o outro, assim um governo democrático seria perfeito e também a relação governo e estado para com o indivíduo civil e sociedade, ao idealizar essa forma de concretar uma estrutura de governo acabou por inaugurar um sistema econômico teórico.

   Marx também estabeleceu um conjunto de ideias para fazer essa transferência de modelo econômico ao lado do seu amigo, empresário e pensador também prussiano Friedrich Engels, a obra o Manifesto Comunista, essas ideias em função do choque que resultaria com os atuais fundamentos que regiam a sociedades obviamente resultariam em uma convulsão social de proporções épicas, a revolução resultante inauguraria um governo super inchado, poderoso e autoritário e que iria aos poucos moldando a sociedade para deixar de ter esse caráter autoritário e o próprio povo fizesse a partir de então a manutenção desse novo meio de produção culminando no socialismo, esse período em que o povo ainda não tem o controle sobre o que lhe deve pertencer e sim o governo revolucionário se mostra um sistema econômico a parte e novamente os pensamentos liderados por Marx acabam por resultar no que se entendem como um sistema econômico totalmente independente em seus fundamentos, esse sistema é o comunismo que vai ter sua explicação mais adiante aqui na publicação.

  Ao longo da história diversas vezes essas revoluções ocorreram, países inteiros mergulharam nesse experimento e tentaram alcançar o tão almejado socialismo que Marx pregava mas todos até o momento da postagem dessa publicação fracassaram, isso porque todos não conseguiram passar do estágio que se encontravam ainda no sistema comunista, os povos que lutaram por uma economia planificada e sob o efetivo domínio das massas nunca se viram com esse poder nas mãos e sim de governos autocráticos extremamente avessos a democracia embora fizessem parecer deseja-la em discursos políticos. O poder saiu das mãos da burguesia e nunca chegou ao proletário, ficou pelo caminho, nas mãos dos "transportadores" desse poder.

  Marx descrevia sua filosofia de sistema como socialismo científico, mas isso é amplamente refutado nos trabalhos do filósofo austro-britânico Karl Popper em que demonstra como as afirmações científicas auto-dirigidas por Marx para seus próprios trabalhos estão repletas de contradições, falta de rituais de teste para que seja passível de contestação e com muitos induitivismo e falsificacionismo e por isso não-científico, ficando muito mais próximo de uma crença religiosa.

 

  Pontos altos do socialismo; O sistema socialista nunca foi implementado com sucesso por isso não se tem um experimento para que se possa avaliar seu desempenho prático sendo necessário uma procura por qualidades e defeitos baseado nos seus fundamentos teóricos, dessa maneira é válido dizer que o sistema tem inúmeras qualidades pois teoricamente elas estão lá mas caso fossem colocadas em prática a sempre o risco de poderem se mostrar não necessariamente qualidades de fato.

  Uma qualidade seria a falta de incentivo a ganância e dessa forma ao planejamento mais adequado do ponto de vista renovável no uso de recursos naturais, proteção ao meio ambiente e respeito com a mão de obra por parte do setor produtivo da sociedade pois o que estaria em jogo não seria a redução de custos para maximizar o lucro e sim a otimização ética e responsável. Outra qualidade seria falta de desigualdade social reduzir a criminalidade e introduzir novos pensadores as fileiras acadêmicas pois com o mesmo espaço provindo da sua condição igualitária certos indivíduos produziriam em conhecimento o que em outros sistemas não conseguiriam devido a dedicar todo seu tempo e energia para garantir a própria subsistência ou da sua família e por serem ofuscados por discursos sob os holofotes que a condição social mais abastada garante estando fadados a não produzirem ou terem uma produção mais pobre e pouco aproveitada de conhecimento. Possibilidade também de recursos, bem e serviços tidos como luxos e antes restritos a algumas pessoas em grande quantidade serem em menor proporção, mas ainda sim usufruído por todos, mais igualdade nos processos políticos e jurídicos e devido a esse último a justiça se fazer mais presente na sociedade.

 

  Pontos baixos do socialismo; Pode parecer contraditório mas como referido anteriormente muitos pontos altos correm o risco de se mostrarem na verdade pontos baixos, um custo de trabalhar no campo da teoria.

  A mesma otimização diferente da buscada em outros sistemas econômicos que poderia alcançar maravilhas pode na verdade diminuir a produtividade levando a escassez não só dos mesmo luxos que poderiam ser usufruídos pela maioria do povo como a escassez até mesmo de necessidades básicas para sobrevivência antes tidos em abundância, a falta de recursos levaria a um aumento da criminalidade e as fileiras acadêmicas poderiam não só diminuir pelas dificuldades enfrentadas como praticamente desaparecer uma vez que esse sistema não incentiva o esforço. Afinal, "se não é possível crescer e acender na sociedade, por que correr atrás de conquistas difíceis e não somente fazer o básico ou até mesmo menos e deixar os outros trabalharem para mim?" Esse pensamento é muito comum na mente de pessoas que precisam de uma dose saudável de ganância para se tornarem diferenciadas ou até mesmo meramente produtivas, sobrando apenas aquelas que por personalidade típicas iriam atrás de promover o progresso da sociedade, é errado pensar que isso não ocorreria ou que alguém é mal ou bom por pensar de tal maneira, o ser humano é diferente e essas características devem ser respeitadas e trabalhadas por um sistema pensado nelas e não o contrário.

  O socialismo também conta com o problema de não ser nem um pouco maleável e adaptável para buscar com ele remediar crises oriundas de fatores externos a economia. Mas sem dúvida o maior problema desse sistema é a sua absurda dificuldade de ser implementado, um método eficiente é desconhecido até o presente momento.

 

  Análise do socialismo; O socialismo é arriscado e mesmo que a teoria estivesse certa e o sistema funcionasse com mais pontos altos que baixos esse sistema ainda teria uma lentidão no progresso tecnológico devido ao problema irremediável de falta de incentivos, pois se esses inventivos existissem a essência da igualdade do sistema estaria quebrada, a ética e a quantidade de estudiosos pode até promover o desenvolvimento mas a pressa de fazer ele vir e transformar tudo se faz por meio do ganho pessoal. Mesmo desconsiderando o fator de velocidade de desenvolvimento tecnológico os mesmo pontos positivos que em primeiro lugar levaram Marx a teorizar esse modelo podem ser adquiridos no capitalismo tão repudiado por ele, bastariam para isso uma implementação de políticas de promoção de valores éticos e culturais que transforma a sociedade sem danos aos fundamentos do sistema capitalista, sendo assim impede valer o risco de se aventurar em algo desconhecido na prática em detrimento de outro caminho confiável e que rende frutos tão bons quanto ou melhores.

  O socialismo é uma utópica e provavelmente nunca ira virar realidade para o mal ou para o bem das pessoas desse mundo.

 

comunismo

  Comunismo; Apesar desse sistema econômico ter sido criado por consequência de tentativas do sociólogo prussiano Karl Marx de estabelecer um estado de transição do sistema capitalista para o sistema socialista ele veio a se estabelecer de forma muito mais que transitória nos países em que foi implementado e até a ficar definitivamente em alguns casos.

  O comunismo funciona por essência em autocracias e nos seus fundamentos básicos está a ausência da propriedade privada e de muitas liberdades individuais que possam representar uma ameaça ao regime econômico e de governo, todos os meios de produção de bens e prestação de serviços são estatais ou seja, pertencem ao estado e são administrados por líderes de um governo composto por membros de um movimento ou partido. No sistema comunista não existe uma noção bem definida de classes ou castas sociais, a igualdade que pregam é explicitamente inexistente uma vez que quem está no governo em funções administrativas que necessita de vínculo com o movimento ou partido acaba por ter uma posição muito mais privilegiada que outros trabalhadores que estão em outras funções, as futuras gerações desses mesmos funcionários privilegiados acabam por serem acomodados nesse tipo de esfera da máquina pública abrindo espaço para novos integrantes eventualmente.

Incentivos aqui também são confusos pois se o indivíduo tem algo a agregar ao desenvolvimento do que está dentro dos interesses do regime ele tende a ganhar uma posição mais privilegiada na máquina pública mas esses inventivos são inferiores aos que podem ser encontrados por exemplo no capitalismo, outra diferença é que eles como referido e agora destacado não valem para tudo que vem para o bem da humanidade e sociedade em si e sim dos interesses do regime inclusive com essas contribuições não sendo necessariamente de posse do seu criador, exemplificando em uma situação fácil de entender, um indivíduo que descubra um método de produção mais prático de explosivos ou então de energia elétrica por exemplo e deixa essa informação vazar não tem direitos sobre o que deve ou se algo deve ser feito a respeito daquilo, o governo imediatamente ira se apossar da maneira que for possível desse conhecimento e caso o indivíduo se recuse a colaborar por meio de ganho de cargos ele pode ser taxado de traidor ou criminoso e ser forçado a colaborar compulsoriamente por meio de punições físicas e psicológicas.

  As forças que levaram o sistema comunista a se perpetuar em diversos países não foram as convicções ideológicas em torno de entender ele como bom mas sim por convergência de dois fenômenos, seus líderes se corrompem e mesmo sabendo que aquilo não é o ideal para o povo como um todo, é para os seus interesses pessoais, e também pela questão de não conseguirem atingir de forma sustentável o funcionamento da economia nos moldes do sistema socialista, tendo ocasiões que são mais por um motivo e tendo ocasiões que são mais devido ao outro motivo. O sonho socialista vai assim desaparecendo no horizonte distante e fica para trás a dura e implacável realidade com o comunismo.


  Pontos altos do comunismo; É muito difícil enxergar algo de bom no comunismo, por ser um sistema econômico  que anda unido a estrutura de governo autocrática ele é perverso e causa enorme sofrimento para quantidades enormes de pessoas, genocídios, guerras, destruição intelectual, perseguições e falta de liberdade são algo que esse sistema traz para fazer presença quase que permanentemente nos países que se instala.

  Mas tentando ver algo positivo na sua existência podemos colocar que o sistema pode sim vir a servir para sua função inicial, a de ferramenta de transição para outro sistema econômico, isso se deve ao fato que sua implementação é bastante simples, uma revolução se utilizado de massas ludibriadas por promessas muito convenientes que causam uma convulsão social seguido da tomada total de tudo que tenha valor dentro do estado por meios militares e por fim a subjugação de toda oposição de forma inescrupulosa, após esse processo fica fácil com a estrutura civil embora deformada mas ainda funcional e com tanto poder concentrado e nenhum obstáculo interno colocar em ação a implementação de outro sistema econômico ou estrutura de governo que se tenha interesse e que anteriormente seria muito trabalhoso de se conceber. Talvez não sirva para implementar o socialismo tão sonhado por Marx e por todos que se colocaram a lutar para abandonar o capitalismo nos tempos que ele permitia a exploração indiscriminada do proletário, mas seria sombriamente muito eficiente para com outro sistema que venha ainda a se apresentar, com correções para que ele não venha a ter líderes que acabem por se corromper claro.


  Pontos baixos do comunismo; O sistema comunista é um retrocesso em todos os sentidos ao sistema que veio para substituir, o capitalismo, naturalmente isso seria a justificável já que sua proposta inicial não fora vir para ficar mas de levar a experiência socialista, muito tentadora comparada ao capitalismo sem os ajustes das vertentes modernas. Como os pontos aqui levantados se refere ao sistema comunista em si, ele é ineficiente em evoluir as liberdades, tecnologias, bem estar, produtividade, ética e sustentabilidade da sociedade civil humana e vai além, a regride a se tornar comparável com o seu estágio evolutivo dos tempos de apogeu do sistema econômico feudal.

 

  Análise do comunismo; Encarar o sistema econômico comunista como um fim só pode ser feito por pessoas mal intencionadas, ele é um meio, e deve ser levado como opção por quem acredita em alguns princípios defendidos pelo filósofo italiano Nicolau Maquiavel em que os meios são justificados pelos fins, e assim usá-lo para posteriormente implementar outro sistema que considere digno de experimento, quando afirmo apenas alguns princípios de Maquiavel e devido ao fato dele nunca ter apoiado experimentos utópicos como é justamente a motivação analisada.

  Esse sistema causou e causa muito sofrimento e hoje o grande responsável por seu pontapé inicial Karl Marx é odiado por uma comunidade gigantesca de pessoas ao redor do mundo, assim como igualmente é praticamente idolatrado por um enorme fã clube que ainda está sonhando com suas ideias funcionando. Ambos os grupos não podiam estar mais errados, Marx além de suas teorias de como melhor estudar uma sociedade nada mais fez o que é justamente a proposta desse blog, teorizar uma alternativa ao que existia para reger a sociedade na sua época, para quem gosta da situação que se encontra nossa organização social, nosso sistema econômico e estrutura de governo lembre que a história nos mostra que sempre é possível melhorar e que algo que funciona hoje pode não necessariamente funcionar amanhã, caso não houvesse mudanças e suas propostas hoje ainda estaríamos no feudalismo ou então algo mais primitivo, se faz importante dessa maneira respeitar os intelectuais que tentam ver as alternativas, sendo igualmente importante saber também reconhecer quando algo está errado, Marx idealizou algo que se mostrou unanimemente nas experiências muito ruim quando falamos do comunismo e impossível de ser colocado em prática quando falamos do socialismo, se apegar a essas propostas que já fracassaram sem apresentar nada de significativamente novo para abrir possibilidades de um desfecho diferente é no mínimo sem sentido para não dizer outra coisa.

 

símbolo anarquista

  Anarquismo; Venho colocar esse fenômeno na área de sistemas econômicos porque é nela que ocorre a maioria dos equívocos como a criação do termo "anarco-comunismo" por exemplo, mas o mesmo vale se estivesse na área de estruturas de governo.

  Anarquia não é um sistema econômico e não é um organização de poder ou governo, é a ausência de ambos, sem pontos altos e baixos, nem análise teórica ou prática, é apenas um fenômeno social e que não tem como de nenhuma maneira se hibridizar com um sistema econômico como o termo referido no parágrafo a cima, quem acredita nisso é porque não entende o real significado de ser um anarquista.

  O indivíduo que se torna um anarquista não está apenas em uma concordância com essa forma de pensar, mas também em um estado emocional que contrária a ordem natural da espécie humana uma vez que somos uma espécie sociável. Tendo um desejo ilimitado por não aceitar nenhum tipo de ordem ou forma de entender o que é certo e errado e se tornando um completo agente do caos.

  Momentos de rebelião, guerras, principalmente as guerras civis, convulsões sociais, revoluções e demais eventos de desordem radical costumam ter o apoio de anarquistas mas após a nova ordem se estabelecer uma vez que o seu vácuo não perdura, os anarquistas passam imediatamente a se opor a essa nova ordem e a assim tocar suas normalmente curtas vidas se conformando em nunca alcançarem seu objetivo e sim se manter na eterna luta por ele, gostam disso! Quem não pensa dessa maneira e se declarar anarquistas são na verdade pseudos-anarquistas.

  O exemplo de personagem anarquista fictício mais notável é o Coringa, brilhantemente interpretado pelo ator australiano Heath Ledger no filme britânico-estadunidense da Warner Bros Pictures, Batman o Cabeleireiro das Trevas 2008, cujo qual consegue passar o quão sem conexão com a forma de pensar comum de um ser humano alguém na condição de anarquista tem.

  Por isso já fica explicado aqui também o porquê não irei tentar compactuar desse equívoco e explicar erroneamente esses termos como, anarco-comunismo, anarco-socialismo, anarco-liberalismo etc...Sendo eles quando tendo algum significado coerente no máximo uma frente de militância de alguma ideologia que está se utilizado de forma oportunista de pessoal anarquista e não uma ideologia distinta quem dirá um sistema econômico com fundamentos independentes.

 

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