Tecnocracia idealizada para o Brasil (projeto 01101)

 


  Após criar o blog, explicar sua proposta e publicar alguns artigos de opinião sobre temas políticos venho iniciar meu projeto cujo qual busca atender a proposta que apresentei e também claro, expor e com opiniões externas enriquecer meus pensamentos a muito guardados a respeito do melhor e vale destacar fortemente, hipotético caminho para meu país, o Brasil. Desejando receber aqui também propostas diferentes e se possível colaborar para enriquecer tais.

  Meu projeto é uma mudança da estrutura de governo mantendo o sistema econômico, ou seja, continuaria sendo o capitalismo hoje vigente com no máximo algum ajuste na vertente que busca empregar ele. A estrutura de governo é a tecnocracia, escolhi essa estrutura que não é assim tão original, afinal ela já é existente teoricamente, não por não ser capaz de tentar filosofar sobre um modelo completamente original, mas por ver sinceramente um incrível potencial da tecnocracia, principalmente pensando no Brasil que é o país que hipoteticamente receberia o novo modelo administrativo, além do fato que apesar de não ser algo novo jamais teve sua experiência sem hibridização e nem mesmo tem seus fundamentos mais minuciosos definidos, ficando livre para imaginar algo completamente novo e planejado sob medida para realidade que observo de perto.

  Assim como algo 100% original, desprezei também um projeto democrático, tão admirado na atualidade pela maioria massiva da sociedade em função de não ter esperanças sobre um amadurecimento maior enquanto a essa estrutura, pode parecer hipocrisia minhas críticas a democracia visto que em outra publicação que pode ser vista aqui (Sistemas Econômicos (parte1)) argumentei que o fato do capitalismo dar certo em alguns lugares e em outros não, o eximi da culpa pelos fracassos uma vez que esses provem de outros elementos pois afinal ele funcionou perfeitamente em alguns experimentos, e assim como ele a democracia funcionou perfeitamente em alguns países. Bom, eu não concordo que de fato a democracia funcionou pois o mesmo problema que permitiu ela fracassar em alguns casos está se fazendo presente nos sucessos só aguardando para arruinar no longo prazo aquilo conquistado, me refiro claro a força eleitoral do populismo, e não existe nenhum dispositivo infalível para o eliminar ou eliminar sua influência na administração pública sem abalar os pilares do sistema democrático, muito diferente da maleabilidade do capitalismo que sim permite evitar ou eliminar problemas e por isso tem sucessos verdadeiros.

  Minha idealização da tecnocracia ideal para o Brasil que aqui será apresentado mais como uma sinopse de filme para posteriormente explicar mais detalhes e argumentar o porquê deles fazerem sentido na minha opinião. É uma estrutura que elimina o voto popular e universal, e que revoluciona o que se entende hoje como órgãos/conselhos de classe profissionais, deixando de serem apenas entidades que regulamentam e fiscalizam atividades que necessitam de alguma capacitação técnica, para se tornarem instituições governamentais do estado, eles passariam a ser gratuitos e a organizar eleições obrigatórias entre os indivíduos capacitados com conhecimentos técnicos da suas respectivas áreas para eleger um pequeno parlamento também oriundo desses peritos para cada área de importância na administração pública. Esses micros parlamentos técnicos seriam os responsáveis por apresentar projetos das suas respetivas áreas e avaliar eles, e em casos de um projeto abranger uma área distinta que obrigaria a análise conjunta de dois ou mais micro parlamentos técnicos seria necessário o estabelecimento de um consenso entre tais para modificar e aprovar ou no caso recusar tal projeto, quem estabeleceria quando e quais micro parlamentos técnicos seriam necessários para avaliar um projeto que abrange mais de uma área e também supervisionar o respeito de todas as áreas envolvidas umas com as outras para se chegar a um consenso justo seria um tribunal superior criado para esse exclusivo fim.

  O poder executivo não existiria, o legislativo deixaria de ser um congresso eleito pelo povo e passaria a ser composto desses micro parlamentos técnicos eleitos cada um por um eleitorado distinto e capacitado para melhor avaliar as propostas dos candidatos dentro das suas respectivas áreas, as pastas ministeriais passariam a ser subordinadas a os micro parlamentos que correspondem sua área de atuação, o surgiria o poder militar que é composto por um único micro parlamento composto por militares de patentes hierárquicas altas alcançadas pelas regras de promoção atualmente vigentes, responsável apenas pela defesa do país,  da manutenção da constituição e da melhor forma de acatar as decisões ofensivas para com outros estados provindas do legislativo técnico caso esse viesse a fazê-lo, e o poder judiciário seria composto pelos tribunais superiores, inclusive o que supervisiona e administra as votações conjuntas entre os micro parlamentos legislativos técnicos, e seriam igualmente eleitos por juristas e técnicos da área de direito dessa constituição tecnocrata vigente, isso tudo na esfera federal.

  A democracia continuaria existindo a nível estadual e municipal como atualmente, mas devendo grande satisfação para o poder mais centralizado da união tecnocrata, e o judiciário de estâncias inferiores se manteria composto por funcionários concursados também como atualmente.

  A única forma de alguém ou um grupo específico da sociedade alcançar poder  de decisão a nível nacional, indiferente a classe social, etnia, fé, sexo ou orientação sexual, seria por meio da aquisição de capacidade técnica e assim participar do processo eleitoral tecnocrata, dessa forma não estaria engessada a acessão de indivíduos ou grupos empoderados, eles apenas teriam que usar seu poder para se capacitar como a constituição demanda e ai sim participar.

Declarar que tudo é uma ameaça a democracia é uma ameaça a democracia!

 

ministro Luís Roberto Barroso

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou contraditoriamente em entrevista à rádio CBN no dia 8 de setembro de 2020, que "Olhando para a realidade fática não há nada disruptivo da democracia acontecendo" em referência ao Brasil e no mesmo discurso afirmou que há um fenômeno mundial de recessão democrática causado pelo encontro do populismo, o conservadorismo radical fundado na intolerância e o autoritarismo. Citou praticamente todas as lideranças de direita do cenário politico global e atual incluindo a brasileira cujo qual ele mesmo tenha afirmado não estar realizando nada de disruptivo e isentou lideranças de esquerda.


  Um dos maiores males do regime democrático é sem dúvida o populismo, isso ocorre porque a estrutura de governo democrático se utiliza de um marketing institucional para constantemente convencer a população que é o único caminho legitimo de representa-la, com isso muitos políticos se utilizam dessa ideia cravada na mente das pessoas para se apresentar como representantes desse sistema que tudo podem pois afinal governam por meio de um sistema que prega tudo poder.

  E quando um spectro ideológico inteiro prega ser o único representante democrático legítimo e que ele tudo pode e as outras vertentes nada podem dentro desse sistema? Certamente isso embora soa familiar não pertence ao mesmo fenômeno, isso porque o populismo se caracteriza também por ser praticado por uma pessoa ou no máximo um partido, o fenômeno populista conta com inúmeros políticos mas não trabalhando em conjunto e sim cada líder usando desse fenômeno para acender individualmente ao poder. Quando ocorre de um spectro ideológico inteiro querer se apropriar da estrutura de governo democrática marginalizado outras ideologias por meio do marketing institucional do sistema, está se presenciando então um outro e ainda não nomeado fenômeno e que embora menos nocivo pois não necessariamente empurre ideias não praticáveis para o governo como ocorre no populismo mas ainda assim é muito prejudicial pois diminui a diversidade de propostas e opiniões disputando eleitoralmente o governo e empobrece o debate sério, passando a ficar num acusa e se defende entre alas ideológicas a respeito de serem ou não ameaças a estrutura democrática.

  Recentemente isso vem sendo praticado em peso pelo spectro ideológico de esquerda em vários países. Todo político e práticas não de esquerda é imediatamente taxado até a exaustão de anti-democrático, políticos de esquerda mesmo sendo concorrentes entre si se poupam de usar essa artimanha que denigre o concorrente, posteriormente a prática passou a ser adotada também pelo spectro de direta em alguns países mas a esquerda parece ter abraçado com mais força essa artimanha, exemplo disso ocorre atualmente nos EUA em que o partido democrata atualmente assumido de esquerda e não mais de centro, tenta taxar tudo que é de direita, até mesmo símbolos muito antigos, como anti-democráticos mas foi vetada a troca de tais acusações entre os pré-candidatos nas primárias do partido, na Argentina meras declarações conservadoras passaram a ser consideradas crimes por supostamente ameaçar a democracia, nos países europeus seja na Alemanha, Itália, França ou Espanha, etc, todo líder de direita e descrito quase que como um vilão de histórias em quadrinhos que quer acabar com a democracia, salvo o Reino Unido que foi a direta que se apropriou dessa tática para desmoralizar a esquerda por não respeitar a decisão popular a respeito do Brexit ou seja, a decisão democrática, quando na verdade essa queria o máximo de prorrogação da saída para tentar traçar um acordo bem definido, como resultado o partido trabalhista principal força de esquerda perdeu muitos acentos no parlamento para o partido conservador de direita, na Bolívia a esquerda ataca novamente, afirmando dessa vez para efeito de denigri o período do governo interino de direita que acabou por atrasar as eleições, chamam isso de golpe contra a democracia, quando na verdade esse país estava passando pelo seu momento "olho do furacão" de uma pandemia global, isso ironicamente depois de uma das eleições mais mal organizadas da história levantar suspeitas sobre os resultados apresentados e impedir de dar sustentação ao vencedor ter acontecido a pouco tempo num governo justamente de esquerda e causar uma recente mancha na história da democracia boliviana.

   No Brasil ambos os spectros ideológicos passaram a adotar essa postura mas a esquerda por aqui também abraçou com muito mais força, é importante destacar que essa campanha difamatória não é a mesma que se tem, na direta chamando esquerdistas de comunistas e de na esquerda chamando direitistas de fascistas, pois a questão de tentar impor o entendimento que o outro spectro é incompatível com a democracia é muito mais profundo e não tenta somente associar para leigos políticos um indivíduo ou partido com algo que todos sabem ser ruim mesmo sem saber bem o porquê e se de fato é verdade, mas sim tenta impor que todo um conjunto de ideias indiferente de quem está concordando é anti-democrático, e não associando equivocadamente a algo ruim mas sim entendendo do que se trata, assumindo o que é e mesmo assim afirmando que é anti-democrático! Tamanho é a diferença que esse debate atinge já membros do judiciário, inclusive do Supremo tribunal Federal que deveriam ser neutros em relação a artimanhas eleitoreiras, mas fazem coro afirmando abertamente que determinados políticos nacionais e internacionais, todos convenientemente da mesma ideologia ameaçam a democracia.

  Na campanha os candidatos à presidência pela esquerda, Ciro Gomes, Fernando Haddad, Guilherme Boulos e Marina Silva, repetidamente acusaram os então candidatos à presidência pela direita Jair Messias Bolsonaro e Henrique Meirelles de serem contra a democracia e desde que o agora presidente da República Bolsonaro assumiu não toleram qualquer decisão dele e de sua equipe afirmando que tudo é anti-democrático, inclusive decisões que foram parecidas com as do governo anterior, petista e de esquerda, em momento algum os candidatos de esquerda usaram tal tática para deferir ataques a outros candidatos do mesmo spectro político.

  Essa prática pode no longo prazo enfraquecer um spectro ideológico e o tornar pouco competitivo eleitoralmente, deixando apenas um conjunto de partidos muitos semelhantes se revezando no poder, devido a seus pontos de convergência ideológica e a falta de concorrência para disputar o poder pode acarretar em uma unificação informal entre as siglas que no bastidores seriam um só movimento político, tornando o regime unipartidário e sendo assim não democrático.

   O ideal é o convencimento do que é o melhor por parte de candidatos ideológicos através de argumentos lógicos e debate sério, o apoio a essa atitude de taxar outro spectro ideológico de anti-democrático mesmo esse não sendo, é que é na verdade em si uma atitude anti-democrática.

  Minha visão filosófica política não está recheada de amores pelo regime democrático mas assim como um economista pode fazer uma análise sensata sobre um mercado estrangeiro que não deseja investir, um comentarista de futebol pode opinar sobre um time que ele não torce, médicos ou advogados avaliarem casos que não são os dos seus clientes, sem por isso serem visões errôneas mas apenas externas e buscando com o que se entende sobre o assunto se colocarem sobre o que é certo ou errado em determinado assunto para quem querer saber. Eu assim também esterno aqui minha compreensão sobre o que é prejudicial ou benéfico para democracia assim como outros regimes independentemente de estar entre os seus defensores.

A contradição em apoiar o sucesso chinês sendo um apoiador da social democracia

 

Bandeira da República Popular da China

  Se parece em um primeiro momento coerente do ponto de vista ideológico quem circunda o spectro mais à esquerda, aquele que concorda com muitas das ideias dos sociólogos prussianos Ferdinand Lassalle ou Karl Marx, apoiar e torcer pela China em todo seu sucesso econômico e militar, saiba que não é. Vou argumentar nessa publicação expondo o porquê olhando mais a fundo e de forma prática essa noção de coerência é equivocada.

  China, país que hoje disputa e lidera para se tornar potência dominadora na sua região e aspira competir com os Estados Unidos da América pelo posto de potência dominadora global, fruto de um período que experimentou o comunismo. Olhando para esse país que antes desse período era sem prosperidade e desenvolvimento e que após passar por ele mesmo tendo retornado ao capitalismo ao invés de ter fincado os pés lá ou atingido o socialismo, inegavelmente obteve seu sucesso e características atuais daquele período e mesmo estando no capitalismo esse se faz de uma forma bem menos liberal que o pregado como correto para obter o sucesso pelos estudiosos e defensores do sistema capitalista tão odiados nos círculos de pensadores que se denominam socialistas ou social-democratas. Por que então não seria essa uma ilha ou oásis de sucesso para a esquerda usar de exemplo em meio a tantos fracassos ao longo da história?

  Primeiramente precisamos entender que o verdadeiro sucesso ou melhor dizendo, que o verdadeiro sucesso cujo qual as ideias daqueles sociólogos, mais precisamente Lassalle, ajudaram a fazer acontecer, pois o capitalismo fez presença essencial, foi nos países europeus que empregam de forma maciça as políticas de bem estar social tão buscadas pelos sociais-democratas. A China não é um empregador dessas políticas de nenhuma forma plausível e poderia ser um exemplo de certo acerto da parte de Marx mas também não é devido a não ter alcançado nenhum de seus fins, apenas passou por um período o que ele pregou como sendo uma espécie de meio de caminho.

  Em relação a seu sucesso provir de um período inspirado por ideias marxistas mesmo elas depois tendo sido abandonadas, e que poderia servir para tirar algum acerto no que ele defendia, isso não ocorre, até teria sentido entender dessa forma se o resultado final não fosse algo que embora não seja o ideal para os capitalistas é também uma completa oposição a forma que o proletário deve ser tratado segundo Marx. Hoje o proletário chinês se encontra numa situação de exploração e falta de poder perante o estado empreendedor chinês pior que para a burguesia no período em esse sociólogo decidiu passar a observar e tirar suas conclusões em ralação a sociedade e o seu sistema produtivo.

  O sucesso chinês provem na verdade do governo ter transformado o pais inteiro em uma empresa cujo qual ele deve ser encarado como o dono privado que busca maximizar seu lucro como qualquer outro capitalista dono de uma empresa, a diferença fica apenas pelo fato que fora a grande e ilimitada empresa chamada China, dentro de países comuns que não trabalham como uma empresa e sim como um estado com empresas, os seus empresários encontram-se  limitados por leis. As leis da China não vem para limitar seu empreendimento e sim ajudá-lo a ser mais implacável em reduzir custos a ponto de oferecer produtos e serviços vencedores de qualquer competição no mercado global, são leis que se comparam a regras dentro de uma empresa para justamente fazer ela funcionar melhor. Por isso seus trabalhadores são tão explorados, não a liberdade de expressão, o fechamento ao repasse de informações para toda instituição externa, a limitação e vigilância da informação que entra, o acesso do governo sobre todas as informações das instituições governamentais ou privadas internas que mais parecem simples setores para melhor organização de uma mesma instituição, a indiferença ao meio ambiente e a diplomacia. É tudo típico da organização interna de uma grande empresa que não sofre fiscalização de nenhuma autoridade, mas estamos falando aqui de um país.

  Para concretar ainda mais essa ideia de equívoco por parte daqueles que vislumbram na China um exemplo a se citar em debates contra defensores capitalistas, é preciso também expor como a força deflacionária que a alta competitividade da China gera no mercado global e leva que bandeiras da esquerda que antes eram perfeitamente praticáveis nas cadeias produtivas mesmo dentro do capitalismo agora se tornem insustentáveis para uma economia saudável e em desenvolvimento.

  Países europeus que contam com a vasta implementação das políticas de bem estar social perdem muitas linhas de produção de produtos industrializados para a China já que essa oferece para as empresas mesmo já incluindo o custo de transporte uma produção terceirizada mais vantajosa livre das leis que protegem os funcionários europeus e encarece o produto final, quando não ocorre a terceirização da produção na China por uma empresa devido a aversão do seu proprietário por motivos diversos, a empresa vê seu nicho de mercado ser invadido por produtos similares chineses mais competitivos que pôr fim a levam a falência ou compra pela própria China para uso em marketing do nome de maior tradição, restando uma produção local relacionada a softwares e alguma linhas que mal servem para unir componentes provindos da China e que mesmo assim só existem devido a proteção alfandegária e subsídios, empregos provindos de atividades primárias, serviços, turismo e construção ficam seguros mas eles somados a essas poucas outras opções de produção industrial são insuficientes para aquecer a economia e a levam a deflação, deflação que resumidamente é a queda dos preços dos produtos e serviços por falta de consumo ou poder aquisitivo, que gera falta de interesse em investir e induz quem detém a apenas guardar o capital, que por sua vez causa mais deflação em um ciclo patológico extremamente prejudicial.

  Mesmo na maior parte das américas, Oceania e Japão que não se utilizam de uma abordagem que encarece tanto os meios de produção como a política de bem estar social europeu é facilmente perceptível a fuga de linhas de produção para o gigante asiático chinês causando desemprego, esfriando os mercados internos e consequentemente a deflação.

  Uma vez que esses postos de trabalho que deveriam estar espalhados pelo mundo, mais protegidos e fiscalizados, garantido aos proletários de tais países uma exploração mais ética são eliminados em detrimentos dos super explorados empregos do proletário chinês, essa ideia de proteção se torna negativa por impedir a competitividade, e indo então na contra-mão da ideologia que justamente prega o aumento da proteção do proletário como ideal, a esquerda. Do ponto de vista capitalista isso nada tem de errado, ainda não ocorre um monopólio total e quem produz mais barato e melhor leva a preferência de quem consome, mas sem dúvida é muito ruim para o discurso de socialistas e sociais-democratas que mesmo assim ainda estão na sua maioria em uma espécie de torcida para o sucesso chinês e acreditando que esse é algo que veio para agregar força aos argumentos que usam para defender suas bandeiras quando na verdade os destrói!

Porque existe tanta hipocrisia entre os keynesianistas

 

John Maynard Keynes

  A vertente do sistema econômico capitalista, o keynesianismo criada pelo economista britânico John Maynard Keynes, ao primeiro momento parece uma vertente bastante sólida e que não esbarra em contradições lógicas e de fato teoricamente essa vertente é sim bastante coerente e racional. O público que se diz defensor dela é que não é.

  Obviamente existindo números expressivos de pessoas que não se encaixam nas críticas que essa publicação vem trazer para com a maioria genérica dos defensores dessa vertente.

  A proposta Keynesiana consiste em oscilações do grau e estilo de interferência estatal na economia, dessa forma quando uma economia está em uma crise que resulta em deflação, desaceleração produtiva e de consumo, falta de investimentos e circulação monetária, acesso ao crédito burocrático e custoso, e sentimento de pessimismo entre a população, o governo entra com estímulos oriundos de recursos públicos, ele reduz impostos, executa grandes obras públicas de infraestrutura, libera o compulsório e desburocratiza e barateia o acesso ao crédito baixando os juros que também coloca dinheiro de volta a circulação através de investimentos em busca de retornos melhores que aplicações que não compensam em virtude da renovada e saudável inflação, todo o mercado se aquece e a economia volta a ser pulsante, isso tudo vem a o custo do endividamento público que se não tratado pode quebrar o governo, no entanto isso não é problema nessa vertente porque como referi anteriormente ela tem coerência e é racional, uma vez que a economia se aquece ela passa com o tempo a ter uma tendência de se super aquecer amplamente observado em vários experimentos, a inflação começa a dispara, bolhas especulativas começam a se formar, o dinheiro fora de circulação vai ficando escasso e assim surge para o governo a oportunidade de reaver sua injeção de liquidez, aumentos de impostos, juros, compulsório, burocracia e redução de investimentos públicos vem para o governo pagar suas dívidas e arrefecer a economia.

  Na prática porém o que acontece é que os mesmos defensores e adeptos dessa vertente que se enfileiram para entrar e lutar para colocá-la em prática em tempos de crise, propondo o governo atuar para fazer circular adrenalina no mercado são praticantes da hipocrisia em não aceitar realizar as medidas austeras de quando o mercado se aquece, ai o keynesianismo não é mais coll, não é mais arrojado e exemplar como antes pregavam, ou então é mas está sendo mal interpretado e na verdade não precisa dessa austeridade, blábláblá, um monte de discursos hipócritas entram em cena para não executar seus fundamentos teóricos que tornam esses preceitos econômicos lógicos e coerentes.

  A hipocrisia não é a única característica majoritária nos seus defensores mas também as atividades que desempenham, em geral as personalidades de influência relevante nessas fileiras são políticos, isso ajuda a explicar também o porquê dessa aversão a cumprir o que é compreendido como desgastante eleitoralmente nessa vertente do capitalismo, sendo assim um sinal também que o Keynesianismo não é praticável em regimes de governo democráticos e não por conta de condições da natureza humana em geral que o tornaria utópico ou por razões econômicas.

  Dessa maneira sempre que observar uma aglutinação de defensores dessas ideias seja em ambiente físico ou nas redes sociais perceba antes se o seus discursos estão afinados em propostas que se colocadas em práticas garantiriam o outro lado na moeda keynesiana, afinal nada impede uma PEC ou PL que tenha um incentivo atrelado a um dado econômico esteja também incluindo no texto um tributo igualmente atrelado a esse dado econômico quando ele mostrar o país num cenário inverso, dessa maneira nada teria de errado, caso contrário é uma cilada com cheiro de hipocrisia que pode levar o país a afundar em dívidas impagáveis em no máximo dois ou 3 ciclos econômicos cíclicos. Quando só o que pode ser percebido no panorama político nacional é um desfecho trágico devido a ter mais hipócritas que defensores sérios dessa vertente como atualmente acontece no Brasil, melhor apoiar outra vertente e combater o emprego dessa.

O dia que o governo podera terceirizar o controle da inflação

 


  Quem acompanha política e economia sabe bem do grande desafio de qualquer governo em manter sob controle a inflação enquanto tenta lidar com outras questões econômicas e sociais, isso se deve pelas eventuais contradições e conflitos entre o que se entende que deve ser feito em determinada resolução de um problema com o que deve ser feito para estabilizar a depreciação ou valorização monetária.

  Deixando mais fácil de se entender podemos citar alguns exemplos, em um governo que está se endividando devido a consecutivos rombos nas contas públicas em função de uma arrecadação inferior aos gastos públicos, nesse cenário desconsiderando a questão da inflação esse governo teria duas opções, a primeira; ou ele corta gastos de forma austera para a arrecadação conseguir suprir os gastos que restarem ou, a segunda; ele cria um pacote de estímulos por meio de investimentos e queda de juros, atrelado a uma tributação um pouco mais elevada que embora aumentaria fortemente a dívida pública num primeiro momento iria aquecer a economia e consequentemente turbinar a arrecadação no longo prazo, além de que com os juros estando baixos fora o objetivo principal que é fazer fluir o crédito privado, faz a dívida pública também gerar menos prejuízo com a sua rolagem de pagamentos de juros para os detentores de seus títulos, permitindo equilibrar as contas. Ainda desconsiderando a questão da inflação podemos concluir que a melhor decisão entre essas duas medidas depende da situação social e especulativa da sociedade, num cenário que o mercado já está aquecido e pulsante e que a população ou pelo menos a maior parte dela não se encontra em uma situação de vulnerabilidade social o governo deveria optar pela primeira alternativa e cortar gastos, tirando investimentos em obras públicas, assistencialismo, contratações e ajustes eloquentes no funcionalismo público etc, a segunda opção até pode ser funcional mas pode acarretar bolhas especulativas diante da valorização desproporcional de algum nicho de mercado e a tributação tiraria a competitividade internacional e exigia um continuo e não sustentável aumento de consumo interno para manter o crescimento. Já diante de um cenário de desemprego forte, desabastecimento de produtos essenciais, colapso dos sistemas de saúde e abastecimento de água e energia elétrica aí sim, naturalmente a segunda opção se torna a melhor. Mas e se introduzirmos agora a relevância da questão de controlar a inflação, bom se existir deflação que nada mais é que a inflação negativa, onde a melhor opção seria a primeira ou seja, a economia está indo relativamente bem e o povo está com um modo de vida bem estruturado, ocorre uma contradição pois o corte de gastos públicos traria ainda mais deflação por desvalorizar nichos de mercado diretamente afetados por esses recursos, a desvalorização de determinados investimentos faz que quem detém o capital fique mais receoso de colocar ele em circulação por meio de novos e diferentes investimentos e prefira optar por ficar na segurança que a moeda parada lhe trás e assim a valorizando, criando um potencial desencadeamento de crise econômica ao invés de apenas equilibrar a balança de gastos e arrecadação, na atualidade isso ocorre em muitos países europeus como, Espanha, Grécia, Bulgária etc, por outro lado se ocorre inflação galopante em um país onde o segunda opção é a melhor não só existe um potencial mas a certeza que se for implementado a injeção de investimentos e cortes de juros a desvalorização da moeda ou seja, a inflação irá aumentar muito uma vez que todos querem se desfazer de suas reservas de moeda em busca de investir e usufruir dos retornos da economia aquecida, gerando assim um movimento de, o que se compra hoje com um valor não vai conseguir mais comprar amanhã, quase imparável, exemplo disso está ocorrendo na Turquia, e mesmo quando pelo menos no que diz respeito aos juros, esses não caem e com isso acabam por se tornar uma alternativa de retorno a alguns investidores privados para não colocarem todo seu capital em circulação, se mostra ineficiente ao impedir a força inflacionária se houver investimento públicos seja de qual for a natureza no mercado, e o pior com os juros mantidos altos é eliminado também qualquer vantagem que se conseguiria anteriormente para equilibrar as contas, drama que Argentina e Venezuela sofrem amargamente na atualidade.

  Como pode ser percebido o controle da inflação por ir na contra-mão, impede em muitos se não na maioria dos casos a aplicação das medidas de ajuste fiscal mais coerentes com a realidade que se faz presente nos países, casos que demandam cortes para equilibrar as contas precisam de manutenção de gastos para combate a deflação e casos que demandam investimentos para atender a necessidades em muito justificáveis e aumentar a arrecadação acabam precisando de cortes austeros muitas vezes desumanos para com a população carente para impedir a inflação descontrolada. Mesmo quando o ajuste fiscal não se faz necessário como nos exemplos citados até aqui, muitas outras medidas que visam alcançar interesses nacionais dos mais variados precisam ser adiados, repensados e até mesmo cancelados pela necessidade de não desestabilizar a inflação na economia.

  Uma oportunidade de se desfazer desse fardo que é a continua manutenção do valor monetário que muitas vezes a mera sinalização equivocada por parte do governo e demais autoridades traz grandes consequências cambiais, deveria ser agarrada com todas as forças e geraria um grande potencial de inovação da administração pública devido ao desengessamento de planos ambiciosos e políticas econômicas mais coerentes com a real necessidade da sociedade.

  Seria possível essa árdua função ser transferida? Pode ser que sim, através da tecnologia do blockchain e o que orbita seu universo. Para explicar isso preciso destacar que não me refiro ao Bitcoin ou qualquer outra criptomoeda de destaque atual pois essas não contem lastro algum, são descentralizadas e mesmo quando detém algum lastro ou centralização tem força menor que a força especulativa que move o valor monetário que representam como verdadeiras montanhas russas nos gráficos das exchanges mundo a fora, fazendo essas "moedas" que mais parecem apenas ser ativos especulativos ou até mesmo não exagerando chamar de apostas de cassino, serem buscadas de forma seria apenas em países que o risco e a alta volatilidade que as criptomoedas detém garantem mais segurança que as moedas tradicionais locais que devido a inflação estratosférica garante desvalorização. Afinal, melhor arriscar e ter chance de não perder o valor das suas reservas do que ter a garantia que irá perder!

  Muitos que estiverem lendo o conteúdo até aqui e já terem tido algum contato com esse tema vão ter uma reação de estranheza pois, outros influencers defensores dessa tecnologia argumentam com majoritária concordância que quanto mais descentralizada é a criptomoeda melhor ela é. Bom, eu não concordo e vejo como prova dessa visão estar equivocada, como essas criptomoedas não tem no seu principal emprego a função de moeda corrente para facilitar trocas e compras de bens e serviços, mas apenas na busca por lucro em operações especulativas e em reserva de valor em países devastados pela inflação descontrolada. Tido isso posso explicar e defender como essa tecnologia usada da forma idealizada por mim poderia ser a responsável por terceirizar o trabalho do governo de controlar a inflação.

  Primeiramente vamos aos pontos que uma criptomoeda baseada em uma rede blockchain tem a ganhar sendo estruturada de for institucional em um país, a blockchain tem a inovação de usar os próprios usuários e mineradores para sustentar a rede descentralizada em funcionamento mas ela é lenta para validar as transações e cobra taxas de uso de rede que quando o valor da criptomoeda esta alta inviabiliza seu uso no varejo, com o uso em conjunto de servidores centralizados dedicados a essa finalidade traria um custo, velocidade e estabilidade muito mais viável a essa rede e a sua descentralização se tornaria algo complementar para impedir falhas, o emprego institucional traria também uma força de padronização e aceitação ao mercado para com essa tecnologia e possibilitaria os recursos necessários para garantir por fora um controle sobre as distorções cambiais iniciais em relação as moedas tradicionais no mercado. Agora, os pontos e vantagens que um governo tem a ganhar em usar essa tecnologia, se utilizando da grande independência que um código contendo todos os algoritmos de funcionamento que ao ser finalizado se torna inalterado o governo entregaria ao mercado uma segurança que faz parecer os atualmente arrojados projetos de independência via PECs(Propostas de Emendas à Constituição) dos bancos centrais ao redor do mundo absolutamente obsoletos, já que qualquer influência não só política mas também pessoal dos ocupantes das diretorias dos bancos centrais estaria impossibilitada, além de total independência o que iria vir nesses algoritmos estabelecidos inicialmente também abre um leque enorme de vantagens como atrelar o valor da moeda a uma média ou outro cálculo baseado em uma lista e inclusive padrões eletivos para substituição automática de partes dessa lista, de valores de elementos distintos como, preços dos commodities, cotações de moedas tradicionais e índices nacionais de consumo, desenvolvimento, superávits, ocupação populacional, etc. Podendo assim como os bancos centrais tentam muitas vezes fazer com as taxas de juros e compulsório ineficientemente devido ao retardo das ações diante das necessidades, ter ajustes, e graças aos algoritmos todos automáticos, rápidos, técnicos e ai sim eficientes claro, ocorrendo a manutenção de valor para caso ocorra por exemplo, baseado nos dados da própria rede blockchain a detecção de depreciação ou valorização indesejada da criptomoeda, ajustes esses como, uma destruição ou emissão de moedas em porcentagens equivalentes a quantidades de quem as detém dentro de suas reservas, isso em um primeiro momento causaria bastante eufórica ou ira aos leigos que presenciariam seu dinheiro se multiplicando ou se degradando dentro das suas contas ou carteiras virtuais, mas rapidamente após o entendimento do ajuste tal seria uma âncora de estabilidade que garantiria o valor atrelado ao que foi estabelecido mantido pois as correções seriam pequenas e poucos comuns, pequenas porque ocorreriam com rapidez e exatidão de acordo como se fazem necessárias e sendo assim discretas porém suficientes, e poucos comuns devido a que a própria noção que isso ocorre em si já é um tipo de lastro.

  Com um cenário sem a preocupação com atuar pensando na inflação os bancos centrais poderiam atuar com suas medias focando em outras frentes, mais voltadas para fiscalização e para fomentar a economia em setores específicos que se fazem necessárias e em conjuntos a projetos do governo coerentes e menos engessados.

  A implementação de um projeto desse deveria ser feito com muita seriedade e expertise visando jamais precisar tentar refundar a moeda com outro código e diferentes algoritmos afinal a solidez da vantagem residiria justamente na inexistência do dever, mas também no direto por parte do governo e seja qual for a autoridade, de influenciar novamente nessa questão. Mesmo com essa grande responsabilidade inicial, e com todas as dores de cabeça que sua instalação e substituição da moeda tradicional em circulação, qualquer pais deveria considerar essa proposta, a inflação já destruiu muitas economias ao longo da história e mesmo as que não foram destruídas por ela ainda estão a sombra desse risco e carregando cicatrizes terríveis como gerações inteiras de seu povo que nasceram, cresceram e morreram vivendo em crises e sem possibilidade de brilhar enquanto seus países se debatiam para afastar o problema, isso só até a próxima rodada de crise voltar.

O fracasso da tecnocracia híbrida bolsonarista

Presidente Bolsonaro

 

  O atual mandatário do executivo brasileiro, o presidente Jair Messias Bolsonaro, foi eleito em 2018 com algumas promessas de campanha que ia desde maior abertura ao armamento da população, responsabilidade fiscal, exaltação do nacionalismo e valores conservadores cristãos, destruição da cartilha progressista sobre as escolas, principalmente do ensino fundamental, aversão ao governo de coalizão regado pelo "tomá-la-dá-cá" no legislativo, combate a corrupção, abertura econômica, entre outros. No entanto a promessa que vamos nos focar nessa publicação diz respeito ao comprometimento em ocupar cargos de liderança importantes como os de ministro e alguns de secretário por peritos e técnicos, dando grande autonomia para tais.

  Muitos pensadores e intelectuais defensores da tecnocracia argumentam que não orquestram uma implementação dessa estrutura de governo devido à dificuldade de colocar em prática uma mudança tão grande e sem exemplos de respaldo ou como guias, sendo esse processo muito provavelmente sem o apoio da maioria da população. Argumentam também que é possível alcançar as qualidades de uma tecnocracia por meio de uma série de ajustes no modelo democrático em que tornaria a sua administração mais dependente e vinculada a informações técnicas e de pessoal especializado.

  A promessa e de fato a execução nos primeiros anos de mandato do governo Bolsonaro vem colocar em teste essa ideia, certamente existe mais formas de hibridizar a democracia com a tecnocracia além da que ocorre nos fundamentos do bolsonarismo mas essa é uma vertente sólida e que sim dá respaldo para analisar mesmo que com ressalvas, se é correto ou não defender essa hibridização.

  Não citando todos os ministros e focando mais nos que de fato mostraram algum nível de acerto ou de fracasso dessa proposta, podemos citar que a ministra da agricultura Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, o ex-ministro da justiça Sérgio Fernando Moro, ministro da infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas e o ministro da economia Paulo Roberto Nunes Guedes apresentaram um relevante comprometimento com administrar suas respectivas pastas com elevado nível técnico, mesmo embora tenham demonstrado influência de opiniões pessoais dignas de políticos não especialistas essas não se sobressaíram em suas realizações, também ocorreu a liberdade prometida sobre tudo no primeiro ano de mandato, no entanto muitas de suas atribuições foram desidratadas pelo congresso demonstrando que uma hibridização necessitaria de ocorrer em todos os poderes contidos na democracia em questão para poder ter chances de eficiência caso contrário o problema da influência ignorante das massas mina os esforços técnicos, já que parlamentares estariam se opondo a propostas por temer represarias eleitorais, por serem eles próprios populistas ignorantes ou por tentar barganhar com outras propostas não técnicas. O ministro da ciência (nome genérico já que esta pasta tem um nome e tamanho da influência bastante metamórfica), Marcos Cesar Pontes teve sua capacidade de demonstrar sua administração limitada se não totalmente inibida devido ao cortes de orçamento, não sendo assim possível avaliar, o ministro do meio ambiente Ricardo de Aquino Salles, a ministra dos direitos humanos (nome também genérico) Damares Regina Alves, e os vários ministros que passaram pelo comando do ministério da educação demonstraram que apenas ser um perito no currículo não garante que vão levar competência técnica precisa para o exercício da administração pública, uma vez que suas ideologias políticas transpareceram mais nas suas decisões que seu nível técnico mesmo esses tendo tido certa liberdade para fazer uso, dessa forma é mostrando também que para garantir decisões técnicas mais assertivas precisasse de mais de um perito como líder em cada área, uma vez que o indivíduo acaba por sofrer influência não só do seu conhecimento técnico e essa influência externa pode ser limitada por uma dependência do consenso entre mais vozes que só convergem em comum no que diz respeito ao conhecimento técnico. Demais pastas não se fizeram relevantes para citar ou acabaram por não se encaixar no cumprimento dessa promessa.

  A observação desses problemas de aprovação de propostas dos ministros realmente mais técnicos que democráticos ou de ministros que mesmo tendo currículo técnico apresentam comportamento de políticos democráticos comuns por si só já demonstrariam que esse experimento fracassou mas ainda não tornaria inválida esse tipo de abordagem, ou pode se dizer vertente que tenta hibridizar a tecnocracia com a democracia pois o cenário tem muita polarização, surgiu numa crise financeira e até certa altura não passara por um teste que necessitava de uma dinâmica mais arrojada podendo fazer esses fatos ocorrerem por uma questão de transição entendida pelos próprios integrantes do governo. O que realmente expõe o fracasso e a inválida, inclusive mostrando como é valioso esse experimento brasileiro para quem debate esse tema, é o que ocorreu recentemente entre o presidente Bolsonaro e o ex-ministro da saúde Luis Henrique Mandetta envolvendo o ministro da economia Paulo Guedes, esse debate ocorreu justamente quando enfim uma rara situação que demanda dinâmica veio a se apresentar, a pandemia do Coronavírus Sars-CoV2 ou COVID-19, nela o ainda ministro Mandetta começou a seguir a cartilha pregada pela maior parte da comunidade científica internacional enquanto o presidente Bolsonaro a pregar em concordância com as correntes também cientificas mas minoritárias em ralação a prevenção da doença e no caso do tratamentos nem mesmo respaldado cientificamente e posteriormente a tomar partido no embate dos bastidores entre as pastas da economia e da saúde.

  Nessa crise que se instalou foi possível ter o privilégio do ponto de vista da ciência política de observar vários problemas que provaram ser praticamente impossível casar os modelos tecnocrático e democrático. Como que quando colocado sob extrema pressão eleitoral o maior dos defensores políticos da influência técnica no governo entra em rota de colisão com essa ideia, que sem um aparato jurídico todo pensado para esse fim duas propostas tecnocráticas extremamente técnicas de diferentes áreas podem  entrar em choque não sendo possível intermediar as situação, e que peritos não só se tornam políticos comuns abandonando o perfil técnico em detrimento de opiniões pessoais ou aspirações eleitorais como podem tornar o argumento técnico justamente uma ferramenta sua de captação de votos e não de benefício do país.

  Esmiuçando as informações e afirmações dos parágrafos anteriores, caso houvesse harmonia entre os dois modelos de estrutura de governo o presidente Bolsonaro como representante democrático deveria ficar com o papel de garantir estabilidade política e tornar as decisões técnicas que seus ministros peritos fizessem algo tragável para a população, e os ministros como representantes tecnocráticos deveriam nesse tema que abrange as duas áreas, a econômica de Guedes devido a paralização das atividades econômicas do país para conseguir prover um distanciamento social como principal medida de prevenção e combate a disseminação da doença, e o aumento do arrombo nas contas públicas devido a necessidade de garantir a sobrevivência da população paralisada, e a área sanitária de Mandetta por razões óbvias já que se trata de uma pandemia que precisa da aparato da pasta da saúde para tentar salvar vidas, nenhuma das áreas é menos importante e por mais que uma decisão final não fosse a melhor para nenhuma seria a melhor entre ambas para que nenhuma entrasse em colapso, coisa que tiraria vidas e o bem estar da população seja qual fosse. No entanto essa harmonia entre modelos não ocorre e Mandetta se tornou inflexível se apoiando em exemplos de países muito mais bem estruturados que o Brasil e que podiam suportar uma abordagem mais responsável em relação a saúde em detrimento aos custos econômicos e em argumentos científicos que olhados só pelo spectro da ciência relacionado a área sanitária são irrefutáveis, se esquecendo completamente que economia também é uma ciência e que estava a desrespeitado, pela própria natureza da área sua explicação era de mais fácil compreensão pela população que a de Guedes e assim como ficou evidenciado em pronunciamentos posteriores a sua saída do cargo, ele se utilizou da situação para conseguir capital político e eleitoral. Bolsonaro então por não ter uma comunicação boa o bastante com a população, se é que é possível ter uma comunicação boa o bastante para fazer população absorver informações técnicas de áreas distintas de forma equivalente, e por não ter um aparato institucional para desincentivar essa postura de Mandetta foi forçado a substituí-lo para que outro cumprisse o papel de planejar com Guedes uma saída consensual entre as pastas, esse processo de substituição foi regado a uma verdadeira campanha digna de eleições presidenciais para se esquivar de entregar força aos que queriam se aproveitar da crise assumindo posicionamentos que não lhe competiam para parecer mais forte e agitar a militância, por meio de distrações polêmicas e midiáticas se esquivar também do desgaste de bater de frente à uma ideia já instalada na consciência do popular cujo qual a maioria achava apenas os argumentos mais fáceis de se entender de Mandetta válidos, e com um cargo que todos que ocupam se tornam fantoches ilegítimos nessa mesma consciência popular se não repetirem as práticas ousadas do antigo ocupante, cargo que só veio encontrar estabilidade terminando nas mãos de um militar.

   Essa enorme crise que poderia em outros casos até mesmo derrubar facilmente um governo se instalou com extrema facilidade logo no início da pandemia levando a uma completa desarticulação das autoridades que aturam de forma extremamente ineficiente no combate do surto, ter tentando hibridizar os modelos não só não ajudou como atrapalhou e muito, e isso independentemente dos demais fatores que pesavam fazendo desconsiderar anterioridade esse experimento um divisor de águas.

  Se por um lado o método bolsonarista de hibridizar a democracia com a tecnocracia provou ser um fracasso tanto que o governo agora limitou preventivamente o espaço cedido a outras pastas técnicas temendo passar por mais tormentas semelhantes, mudanças que levaram a saída também do agora ex-ministro Moro. Ele ainda permite teorizar uma abordagem mais organizada e com correções a respeito do uso da figura individual do perito, tonando a abordagem coletiva mais atraente, a criação de mecanismos institucionais para limitar o egocentrismo de uma pasta e a inclusão talvez até mesmo via mudança de constituição do respeito as decisões técnicas em todos os poderes democráticos. Essa abordagem ainda não testada poderia permitir um proveito vantajoso da união do modelos de estrutura de governo ao invés de causar mais dores de cabeça que benefícios como vem causando, no entanto também seria muito difícil de ser colocada em prática, talvez apenas por pouca margem menos difícil que a própria implantação da tecnocracia pura.

  Sendo assim esse experimento vem como uma pesada prova contra essa ideia de mais valer a pena investir os esforços em deixar a democracia mais técnica do que implementar um novo modelo puramente técnico, isso claro para os defensores relutantes desse estilo de administração.


Sistemas Econômicos (parte1)

Pintura de Adolph Von Menzel demonstrando meio de produção da revolução industrial


  Irei aqui descrever a maior parte dos sistemas econômicos conhecidos, expor seus pontos altos e baixos, minha análise, e assim poder sanar dúvidas.

   Essa publicação serve mais como um guia e está aberto a correções por edição e expansões em novas partes contendo outros sistemas econômicos, quem entrar aqui pode aprender de forma geral lendo todo conteúdo ou então caso tenha dúvidas em outras publicações fazer consultas para entender melhor o conteúdo cujo qual acompanhava.

    Peço que quem for colaborar enviando suas análises, corrigindo erros ou indicando outros sistemas econômicos, o faça com educação, argumentos e se possível, fontes, obrigado. Então vamos lá:

 

pirâmide de castas

  Feudalismo; Esse sistema econômico extinto é caracterizado pela necessidade de existir castas sociais na sociedade, semelhante a como ocorre em abelhas, cupins e formigas, cada casta humana assumi um papel que vai desde liderar, proteger e trabalhar e diferente das classes sociais não a perspectiva de mudanças de uma casta para outra a menos em ocasiões excepcionais. Essa sistema econômico funciona bem em governos monárquicos e aristocracias por títulos mas nada impede fazer presença também em autocracias, os lucros e ganhos, ou prejuízos e perdas que a sociedade venha a ter é dissipado no estado como um todo mas não em proporção iguais, cada casta superior recebe mais e perde menos que as castas inferiores engessando ainda mais as mudança de castas.

  Esse sistema econômico recebeu esse nome por ter tido seu apogeu em um período que a maior parte do território em que ele estava instalado no mundo era produtor de matéria primária, ou seja mineradora, agrícola e pecuarista e estava geograficamente organizado em porções de território chamados de feudos, cada feudo tinha seus líderes, camponeses e soldados entre outros, juntando os feudos de um mesmo povo tínhamos no território um estado e nas pessoas a nação, podendo ter assim cada estado vários feudos.

  Apesar do termo feudalismo ser sempre encarado como o nome desse sistema econômico ele não é só isso, assim como o sistema em si poderia ganhar um novo termo para ser referenciado, isso ocorre porque nada impede em teoria de se criar um novo período em que as divisões geográficas estariam novamente organizadas em feudos, existindo um feudalismo e nem por isso existiriam um sistema de castas sociais ou economia funcionando naqueles moldes, ou então pode existir também a implementação em um estado de uma organização de castas sociais e de distribuição de recursos nos padrões que era feito no feudalismo mas nem por isso existiriam os feudos, até porque nos dias atuais a produção de matérias primárias não está só como motor econômico, dividindo espaço com a indústria, instituições financeiras e os meios de conectividade e informação que contempla as redes sociais e a impressa tradicional, ou seja, o feudo foi algo marcante nesse sistema naquele período mas não é um elemento que faz parte da sua essência e estrutura básica e portanto não deveria ter sido usado para criar o termo que se utiliza para denominar o sistema econômico, mesmo assim ele foi.

  Esse sistema veio a ruir em quase todos os lugares que estava implementado pelos mesmos motivos, as castas sócias responsáveis pelo trabalho pesado, mineiros e camponeses em determinado momento se rebelavam inconformados com a situação de vida humilhante e sem perspectiva de melhora causando convulsões sociais, essas convulsões no decorrer de décadas e até séculos  originavam grandes reviravoltas no poder mas essas mudanças acabavam apenas por dar lugar a uma nova configuração de castas, tendo trocado os indivíduos e suas ordens hierárquicas mas não a estrutura de funcionamento do sistema econômico, até que indivíduos que não queriam mais subir de casta por meio de revoltas e sim por meio de obtenção de seus próprios ganhos passaram a coordenar mudanças dentro das pautas das revoltas que ocorriam para que elas após tentar restabelecer a nova configuração das castas permitissem também direitos sobre bens e lucros individuais nascendo assim a burguesia, nome adquirido pois aqueles que passaram a pertencer a ela costumavam a habitar os burgos, pequenas cidades em meio ao cenário dominante agrário e que mostraria como contornar essa insatisfação de engessamento social e estabelecendo as classes sociais em paralelo com as castas, essa estrutura paralela posteriormente permitiu tornar indivíduos sem deter o poder de liderar mais poderosos economicamente que os que lideravam. Para entender como classes sociais em simultâneo a castas sociais era possível no estágio final do feudalismo, podemos usar de exemplo um simples camponês que antes entregava a sua colheita ao senhor feudal que por sua vez lhe dava o suficiente apenas para comer e permitia plantar novamente nas suas terras, quando adquirido o direito de acúmulo de bens e a fixação de quanto deveria ser entregue ao senhor era estabelecido, a produção excedente  poderia servir como moeda de troca para comercializar, logo o indivíduo que ainda era alguém sem direito a governar e muitos outros privilégios por pertencer a casta camponesa e não a nobre tinha no entanto carruagens levando e trazendo mercadorias, soldados contratados, arrendamento de terras em outros feudos, outros camponeses trabalhando para ele, silos cheios de grãos e assim por diante, sendo assim pertencente a uma classe social elevada em simultâneo a uma casta social inferior. Este grupo de pessoas influenciados pelas ideias de novas estruturas de governo como a monarquia constitucional e a democracia moderna derrubaram de vez o sistema econômico do feudalismo em meio a revoltas que não buscavam mais mudança em quem pertencia a qual casta mas sim o fim das castas e o estabelecimento somente da organização por classes sociais. Alguns poucos lugares do mundo mantiveram esse sistema econômico por mais tempo por ainda não terem iniciado o processo de revoltas que garantiriam diretos a indivíduos de modo a subirem como classe social mas como a influência dos sucessos dos estados que tinham o abandonado acabaram por se espalhar fez com que lugares ainda confortáveis dentro do feudalismo acabassem por o abandonar também por decisão das próprias castas superiores que preferiram fazer a transição tendo controle de como seria o processo para saírem privilegiadas a partir dali então como poderosas classes sociais, a esperar ocorrer revoltas internas e acabarem por ver o sistema ruir com elas correndo o risco de perder tudo que detinham. A escravidão foi o último vestígio do sistema de castas sociais a perdurar no mundo até vir a ser erradicado completamente em tempos relativamente mais recentes.

   Se nos dias atuais fosse ser implementado um sistema econômico do feudalismo "saudável" e sem a influência já das revoltas tentando alterá-lo, primeiramente ele iria ter outro nome, e as castas sociais seriam divididas como as classes sociais atuais, no entanto tudo pertenceria ao estado e ao invés de governos políticos, donos dos meios de produções privados e trabalhadores teríamos os donos do estado como governo, decidindo os rumos diplomáticos, militares e o que fazer com os lucros e ganhos excedentes, semelhante a monarquias e aristocracia por títulos, administradores dos meios de produção estatal que estariam lá com a função pertencendo a eles e suas famílias de forma vitalícia e gozando de uma boa infraestrutura de vida e os trabalhadores que só teriam o suficiente para viver e continuar trabalhando, todos e suas futuras gerações engessados nesse cenário sem melhorar ou piorar em detrimento de mérito ou esforço, ao contrário do que ocorre por exemplo no comunismo que um desfecho parecido ocorre mas não necessariamente é o idealizado inicialmente, no feudalismo serio o sucesso do planejamento inicial e da execução do sistema econômico.

 

  Pontos altos do feudalismo; O feudalismo poderia ser um sistema perfeito se não fosse utilizado para a espécie humana, prova disso é o sucesso obtido em outras espécies na divisão de castas para cada função e até especializações, como o ser humano é racional de forma individual e não coletiva esse sistema econômico em si não traz vantagem nenhuma e seu uso foi uma consequência do uso de estruturas de governo que ai sim teriam suas vantagens e desvantagens e que teriam se utilizado desse sistema econômico para se enraizar mais ainda no poder.

 

  Pontos baixos do feudalismo; O feudalismo é perverso e causa muito sofrimento a grandes massas populacionais, não incentiva o empenho daqueles inseridos no sistema em aumentar a produtividade nem em inovar os processos produtivos ou em qualquer outra área, também não é eficaz no aspecto de aproveitamento dos recursos ocorrendo desperdícios nas castas avantajadas e com poucos indivíduos.

 

  Análise do feudalismo; Esse sistema econômico ruiu por ter muita ineficiência em se ajustar ao modo que funcionam as sociedades humanas, obras de ficção acabam por se utilizar desse sistema para moldar sociedades utópicas humanas em algum cenário que esse sistema poderia a vir se adequar melhor uma vez que a experiência tida com o sistema foi em tempos muito diferentes dos atuais e se apesar de não parecer oportuno outra experiência é possível perceber que as dinâmicas sociais humanas sim mudam e hipoteticamente um dia poderiam ser ideais para esse sistema funcionar de forma mais assertiva, nessas obras também se observa esse sistema sendo utilizado por outras espécies que teriam sua inteligência na forma coletiva e o sistema se mostra muito promissor, no entanto ficção é ainda mais distante da prática que a teoria e sendo assim não existe qualquer motivação lógica para alguém com boas intenções querer ressuscitar esse sistema econômico.

 

evolução e desigualdades que o capitalismo proporciona

  Capitalismo; O sistema econômico mais utilizado no mundo e sem dúvida o mais bem sucedido até o dia dessa publicação, com inúmeras experiências através das mais diferentes sociedades e localidades, com históricos de fracassos retumbantes e sucessos épicos, altamente maleável e adaptável desde que tratado com seriedade e apesar de deter quase que o monopólio dos caminhos viáveis para um pais seguir economicamente ainda sim é ironicamente pregado como um dos males da humanidade e odiado por um gigantesco fã clube de pseudo-intelectuais.

  O capitalismo surgiu após a ruptura do feudalismo, mas não tão logo depois e nem repentinamente, houve um período de vácuo entre o fim de um e o surgimento do outro em que aparentemente não existia um caminho bem teorizado para guiar os governos. Nesse período em que as economias de nações inteiras estavam a deriva e procurando uma forma de se desenvolver sem cair em armadilhas econômicas que as colocariam em crises surgiu o movimento das práticas  mercantilistas que perdurou entre o final do século 15 ao século 18, apesar de ter seu próprio período esse movimento não foi um sistema econômico pois não tinha seu próprio modelo de produção ou organização.

  Com a formação de estados modernos sem estarem retalhados por feudos, a abolição das castas sociais e consolidação das classes sociais os países experimentaram o poder estatal centralizado, investimentos privados por parte da burguesia para o surgimento de empreendimentos comerciais tanto terrestre como marítimo, manufaturas e a intensificação do colonialismo. Nessas mudanças o mercantilismo entra com os governos descobrindo a necessidade de manter uma balança comercial equilibrada entre os estados, ocorre muita intervenção estatal para o protecionismo alfandegário e por fim além da busca por acúmulo de propriedades e mercadoria os indivíduos de classe alta e os próprios governos passam a buscar por acúmulo de metais preciosos, prática chamada de metalismo, na Espanha mais precisamente é inaugurada um contra-metalismo mais tarde chamado de colbertismo, nome que recebe porque foi levado para França por Jean-Baptiste Colbert, que se refere ao acúmulo de meios de produção manufaturado para garantir um balança comercial favorável no que diz respeito a valores em moedas estrangeiras na entrada e saída de mercadorias e não em volume de mercadorias em si.

  Com o surgimento e a intensificação da revolução industrial que nascerá das buscas pelo maior acumulo manufatureiro um filósofo então resolveu observar todo esse caos e estabelecer uma lógica para entender o funcionamento daquele mundo moderno que estava surgindo, o filósofo britânico Adam Smith mostrou que segundo suas observações e reflexões era certo que a intervenção do estado prejudicava mais que ajudava no desenvolvimento da força produtiva que a burguesia se esforçava para alavancar uma vez que a livre concorrência somada a vontade de cada um em defender seus próprios interesses financeiros levaria ao aprimoramento tecnológico, redução de custos, e a "mão-invisível" do mercado por si só faria com que o preços se equilibrarem em função da oferta e procura pelos bens e serviços que o povo utilizasse, intervir levaria a zonas de conforto que desincentivariam a lutar pelo aprimoramento, distorções do que deveria e quanto deveria estar no mercado e consequentemente a crises, isso retirou do estado centralizador responsabilidades e o impôs limites jogando no colo da iniciativa privada o controle quase completo de toda economia. Essa possibilidade e busca por ter e acumular propriedades privadas sejam elas mercadorias, terras, meios de produção e até mesmo dinheiro em si, o estabelecimento de um modelo ideal de funcionamento de mercado e limites aos governos, e a relação dono do meio de produção com funcionários inaugura definitivamente o que se entende como o modelo de sistema econômico capitalista.

  O capitalismo veio a prosperar ainda mais com e rápida evolução tecnológica e o surgimento de inovações no sistema como a organização do investimento bancário sobre o investimento industrial que permitia formações de grandes e fortes empresas, mas mesmo com tantas inovações e com os preceitos bem definidos e respeitados crises começaram a surgir, mais tarde isso veio a mostrar que os limites estabelecidos para o estado por Smith estavam defasados pois a realidade do capitalismo daquela época estava mudando para outra, algo constatado pelo antropólogo e sociólogo húngaro Karl Polanyi na sua obra A Grande Transformação, grandes monopólios e cartéis estavam distorcendo a "mão-invisível" do mercado, práticas de uso de informações privilegiadas e diluição de ações faziam um engessamento social malévolo para quem queria se aventurar como investidor, o proletário estava sendo explorado muito contundentemente para redução dos custos de produção de forma que deixavam de ser além de uma força produtiva, também uma força consumidora, levando o ao início de buscas por revoltas e opções ao sistema capitalista, e bolhas financeiras oriundas de especulações irresponsáveis explodiam deixando um rastro de quebradeira para muitas empresas e nichos inteiros de mercado. Foi assim que o sistema capitalista mostrou sua maior qualidade, a sua maleabilidade, ao invés de se arraigar a pilares estáticos e sucumbir como ocorreu com o feudalismo e demais sistemas econômicos, o capitalismo não tem essa empecilho pois com uma simples alteração no tanto que é compreendido como correto do estado intervir no mercado já proporciona mudanças drásticas na economia, essas mudanças de dinâmica nas intervenções nem mesmo precisam ser contínuas, podendo ser como prega o keynesianismo sazonais, bastando para solucionar problemas afinal, se o direito pela propriedade privada esta conservado, a procura pelo acúmulo de capital, o aperfeiçoamento dos meios de produção e a máquina pública só vindo a intervir em áreas da iniciativa privada quando necessário, está assim mantido os princípios do capitalismo e o que muda seria apenas o quanto e quando é essa intervenção do estado.

  Na atualidade o capitalismo liberal clássico ou como também é muito chamado laissez-faire, deixou de ser unânime por todo o globo e existem algumas vertentes de como acomodar o sistema capitalista a realidade de cada país e período se utilizando dessa maleabilidade, dessa forma não á como culpar o sistema econômico por eventual experiências fracassadas e sim motivos como, corrupção, negligências no que diz respeito a seguir os preceitos necessários estabelecidos para seu funcionamento saudável e más escolhas de vertentes do sistema diante do que se faz necessário.

  Entre as vertentes que se mostram importantes para citar estão; o capitalismo de estado, vertente em que não a segurança jurídica forte que protege a propriedade privada e constantes e repentinos aumentos de intervenção estatal no mercado, levando a sim existir a possibilidade de acumular capital e demais características capitalistas mas com o temor dessas características serem eliminadas, esse sistema é empregado em governos autocráticos, populistas com instituições que se corromperam, em estado de guerra civil ou guerras com outras nações, muito criticado por pensadores como Friedrich Hayek mas embora tenha na maioria das experiências motivações erradas realmente é necessário em alguns casos específicos de guerra. Capitalismo de bem-estar social, essa é a vertente dos sonhos para os integrantes do movimento da social-democracia, nele o estado é bem participativo com assistencialismo, carga tributária pesada e distorções no mercado como por exemplo através de subsídios, de forma que torna os meios produtivos menos competitivos mas converte o proletário em uma força consumidora muito forte. Capitalismo neoliberal, apesar do termo anteriormente se referir a um conjunto de ideias muito diferente, atualmente esse termo se refere a uma vertente do capitalismo que prega a participação do estado no mercado de forma muito enxuta bastante semelhante a como era no capitalismo liberal clássico, mantendo apenas medidas antitruste, combate especulativo, normativas bem estabelecida para o mercado de investimentos e ainda mais austeridade fiscal em diferença ao que era aplicado no liberalismo clássico. Capitalismo keynesiano, vertente que carrega esse nome em função de ter sido formado praticamente do que pregava o economista britânico John Maynard Keynes, e tem o objetivo justamente de intercalar preceitos de outras vertentes ou seja, se em determinado momento o mercado exigir maior participação do estado ele o fara e assim vice versa, mas diferente do que seria isso ocorrendo em outra vertente que se mostra ineficaz e força a mudanças, aqui essa dinâmica não se faz devido a necessidade e sim já é prevista diante de sinais econômicos estatísticos que avisam as autoridades muito antes da crise se instalar que por sua vez acionam gatilhos institucionais para mudar a forma que o estado está participando no mercado.

  O capitalismo ainda hoje continua se atualizando com o surgimento novas vertentes e inovações tecnológicas e filosóficas.

 

  Pontos altos do capitalismo; Inúmeros pontos altos residem nesse sistema, como destacado anteriormente sua maleabilidade e adaptação as necessidades que se apresentem pouco mudando seus fundamentos, seu forte incentivo ao desenvolvimento tecnológico e otimização de processos produtivos, sua possibilidade de mudança de classes sociais para o indivíduo sem a necessidade de convulsões sociais que mesmo sendo difícil de acontecer não é engessada ao ponto de impedi-la de fato, e as inúmeras experiências já ocorridas que demonstram dados estatísticos muito confiáveis do que dá certo e o que dá errado em determinadas situações e que podem ser usadas para uma tomada de decisões mais assertivas das autoridades.

 

  Pontos baixos do capitalismo; O capitalismo por si só não incentiva valores éticos, ou seja, necessita de uma política educacional e cultural externa para impedir que a ganância gerada pela busca de lucro e acúmulo de capital leve a destruição do meio ambiente e não ultrapasse limites aceitáveis de exploração das classes baixas. Outro defeito muito grande do sistema é a sua complexa e imensa base de dados feita de forma muito técnica, mas pouco intuitiva e de difícil assimilação pelas massas pouco intelectuais, dessa forma fica fácil de vilanizar o sistema pelos defensores de outros sistemas econômicos perante a opinião pública.


  Análise do capitalismo; Longe de ser um sistema perfeito e tendo de ter uma constante e responsável manutenção no seu modo de funcionamento e necessitando de ferramentas externas aos domínios do que se entende como parte do sistema econômico em si, esse no entanto é o único sistema que até então conseguiu levar uma ou mais sociedades humanas a um nível de desenvolvimento elevado e sustentável, seus fracassos se devem a problemas negligenciais e por isso, ate que surja uma alternativa melhor deve ser o defendido se a pessoa assim tiver a intenção de estar do lado da razão e não do lado que pareça o mais "cool" de discussões sérias, deixando para defesa de pessoas de conhecimento superficial o papel de atacar o que não entendem.

 

filosofo Karl Marx

  Socialismo; O sistema econômico socialista foi teorizado pelo sociólogo prussiano Karl Marx que tinha uma visão bastante simplista sobre como empoderar as massas e assim mantê-las no poder, para Marx a melhor forma de empoderar as massas seria lhes dando o controle total sobre a economia ou seja, meios de produção de bens e serviço, propriedades físicas e monetárias, e consequentemente do próprio estado, a posse sobre tudo isso seria dividido de forma mais igualitária possível e então engessada para que ninguém mais se sobressaísse sobre o outro, assim um governo democrático seria perfeito e também a relação governo e estado para com o indivíduo civil e sociedade, ao idealizar essa forma de concretar uma estrutura de governo acabou por inaugurar um sistema econômico teórico.

   Marx também estabeleceu um conjunto de ideias para fazer essa transferência de modelo econômico ao lado do seu amigo, empresário e pensador também prussiano Friedrich Engels, a obra o Manifesto Comunista, essas ideias em função do choque que resultaria com os atuais fundamentos que regiam a sociedades obviamente resultariam em uma convulsão social de proporções épicas, a revolução resultante inauguraria um governo super inchado, poderoso e autoritário e que iria aos poucos moldando a sociedade para deixar de ter esse caráter autoritário e o próprio povo fizesse a partir de então a manutenção desse novo meio de produção culminando no socialismo, esse período em que o povo ainda não tem o controle sobre o que lhe deve pertencer e sim o governo revolucionário se mostra um sistema econômico a parte e novamente os pensamentos liderados por Marx acabam por resultar no que se entendem como um sistema econômico totalmente independente em seus fundamentos, esse sistema é o comunismo que vai ter sua explicação mais adiante aqui na publicação.

  Ao longo da história diversas vezes essas revoluções ocorreram, países inteiros mergulharam nesse experimento e tentaram alcançar o tão almejado socialismo que Marx pregava mas todos até o momento da postagem dessa publicação fracassaram, isso porque todos não conseguiram passar do estágio que se encontravam ainda no sistema comunista, os povos que lutaram por uma economia planificada e sob o efetivo domínio das massas nunca se viram com esse poder nas mãos e sim de governos autocráticos extremamente avessos a democracia embora fizessem parecer deseja-la em discursos políticos. O poder saiu das mãos da burguesia e nunca chegou ao proletário, ficou pelo caminho, nas mãos dos "transportadores" desse poder.

  Marx descrevia sua filosofia de sistema como socialismo científico, mas isso é amplamente refutado nos trabalhos do filósofo austro-britânico Karl Popper em que demonstra como as afirmações científicas auto-dirigidas por Marx para seus próprios trabalhos estão repletas de contradições, falta de rituais de teste para que seja passível de contestação e com muitos induitivismo e falsificacionismo e por isso não-científico, ficando muito mais próximo de uma crença religiosa.

 

  Pontos altos do socialismo; O sistema socialista nunca foi implementado com sucesso por isso não se tem um experimento para que se possa avaliar seu desempenho prático sendo necessário uma procura por qualidades e defeitos baseado nos seus fundamentos teóricos, dessa maneira é válido dizer que o sistema tem inúmeras qualidades pois teoricamente elas estão lá mas caso fossem colocadas em prática a sempre o risco de poderem se mostrar não necessariamente qualidades de fato.

  Uma qualidade seria a falta de incentivo a ganância e dessa forma ao planejamento mais adequado do ponto de vista renovável no uso de recursos naturais, proteção ao meio ambiente e respeito com a mão de obra por parte do setor produtivo da sociedade pois o que estaria em jogo não seria a redução de custos para maximizar o lucro e sim a otimização ética e responsável. Outra qualidade seria falta de desigualdade social reduzir a criminalidade e introduzir novos pensadores as fileiras acadêmicas pois com o mesmo espaço provindo da sua condição igualitária certos indivíduos produziriam em conhecimento o que em outros sistemas não conseguiriam devido a dedicar todo seu tempo e energia para garantir a própria subsistência ou da sua família e por serem ofuscados por discursos sob os holofotes que a condição social mais abastada garante estando fadados a não produzirem ou terem uma produção mais pobre e pouco aproveitada de conhecimento. Possibilidade também de recursos, bem e serviços tidos como luxos e antes restritos a algumas pessoas em grande quantidade serem em menor proporção, mas ainda sim usufruído por todos, mais igualdade nos processos políticos e jurídicos e devido a esse último a justiça se fazer mais presente na sociedade.

 

  Pontos baixos do socialismo; Pode parecer contraditório mas como referido anteriormente muitos pontos altos correm o risco de se mostrarem na verdade pontos baixos, um custo de trabalhar no campo da teoria.

  A mesma otimização diferente da buscada em outros sistemas econômicos que poderia alcançar maravilhas pode na verdade diminuir a produtividade levando a escassez não só dos mesmo luxos que poderiam ser usufruídos pela maioria do povo como a escassez até mesmo de necessidades básicas para sobrevivência antes tidos em abundância, a falta de recursos levaria a um aumento da criminalidade e as fileiras acadêmicas poderiam não só diminuir pelas dificuldades enfrentadas como praticamente desaparecer uma vez que esse sistema não incentiva o esforço. Afinal, "se não é possível crescer e acender na sociedade, por que correr atrás de conquistas difíceis e não somente fazer o básico ou até mesmo menos e deixar os outros trabalharem para mim?" Esse pensamento é muito comum na mente de pessoas que precisam de uma dose saudável de ganância para se tornarem diferenciadas ou até mesmo meramente produtivas, sobrando apenas aquelas que por personalidade típicas iriam atrás de promover o progresso da sociedade, é errado pensar que isso não ocorreria ou que alguém é mal ou bom por pensar de tal maneira, o ser humano é diferente e essas características devem ser respeitadas e trabalhadas por um sistema pensado nelas e não o contrário.

  O socialismo também conta com o problema de não ser nem um pouco maleável e adaptável para buscar com ele remediar crises oriundas de fatores externos a economia. Mas sem dúvida o maior problema desse sistema é a sua absurda dificuldade de ser implementado, um método eficiente é desconhecido até o presente momento.

 

  Análise do socialismo; O socialismo é arriscado e mesmo que a teoria estivesse certa e o sistema funcionasse com mais pontos altos que baixos esse sistema ainda teria uma lentidão no progresso tecnológico devido ao problema irremediável de falta de incentivos, pois se esses inventivos existissem a essência da igualdade do sistema estaria quebrada, a ética e a quantidade de estudiosos pode até promover o desenvolvimento mas a pressa de fazer ele vir e transformar tudo se faz por meio do ganho pessoal. Mesmo desconsiderando o fator de velocidade de desenvolvimento tecnológico os mesmo pontos positivos que em primeiro lugar levaram Marx a teorizar esse modelo podem ser adquiridos no capitalismo tão repudiado por ele, bastariam para isso uma implementação de políticas de promoção de valores éticos e culturais que transforma a sociedade sem danos aos fundamentos do sistema capitalista, sendo assim impede valer o risco de se aventurar em algo desconhecido na prática em detrimento de outro caminho confiável e que rende frutos tão bons quanto ou melhores.

  O socialismo é uma utópica e provavelmente nunca ira virar realidade para o mal ou para o bem das pessoas desse mundo.

 

comunismo

  Comunismo; Apesar desse sistema econômico ter sido criado por consequência de tentativas do sociólogo prussiano Karl Marx de estabelecer um estado de transição do sistema capitalista para o sistema socialista ele veio a se estabelecer de forma muito mais que transitória nos países em que foi implementado e até a ficar definitivamente em alguns casos.

  O comunismo funciona por essência em autocracias e nos seus fundamentos básicos está a ausência da propriedade privada e de muitas liberdades individuais que possam representar uma ameaça ao regime econômico e de governo, todos os meios de produção de bens e prestação de serviços são estatais ou seja, pertencem ao estado e são administrados por líderes de um governo composto por membros de um movimento ou partido. No sistema comunista não existe uma noção bem definida de classes ou castas sociais, a igualdade que pregam é explicitamente inexistente uma vez que quem está no governo em funções administrativas que necessita de vínculo com o movimento ou partido acaba por ter uma posição muito mais privilegiada que outros trabalhadores que estão em outras funções, as futuras gerações desses mesmos funcionários privilegiados acabam por serem acomodados nesse tipo de esfera da máquina pública abrindo espaço para novos integrantes eventualmente.

Incentivos aqui também são confusos pois se o indivíduo tem algo a agregar ao desenvolvimento do que está dentro dos interesses do regime ele tende a ganhar uma posição mais privilegiada na máquina pública mas esses inventivos são inferiores aos que podem ser encontrados por exemplo no capitalismo, outra diferença é que eles como referido e agora destacado não valem para tudo que vem para o bem da humanidade e sociedade em si e sim dos interesses do regime inclusive com essas contribuições não sendo necessariamente de posse do seu criador, exemplificando em uma situação fácil de entender, um indivíduo que descubra um método de produção mais prático de explosivos ou então de energia elétrica por exemplo e deixa essa informação vazar não tem direitos sobre o que deve ou se algo deve ser feito a respeito daquilo, o governo imediatamente ira se apossar da maneira que for possível desse conhecimento e caso o indivíduo se recuse a colaborar por meio de ganho de cargos ele pode ser taxado de traidor ou criminoso e ser forçado a colaborar compulsoriamente por meio de punições físicas e psicológicas.

  As forças que levaram o sistema comunista a se perpetuar em diversos países não foram as convicções ideológicas em torno de entender ele como bom mas sim por convergência de dois fenômenos, seus líderes se corrompem e mesmo sabendo que aquilo não é o ideal para o povo como um todo, é para os seus interesses pessoais, e também pela questão de não conseguirem atingir de forma sustentável o funcionamento da economia nos moldes do sistema socialista, tendo ocasiões que são mais por um motivo e tendo ocasiões que são mais devido ao outro motivo. O sonho socialista vai assim desaparecendo no horizonte distante e fica para trás a dura e implacável realidade com o comunismo.


  Pontos altos do comunismo; É muito difícil enxergar algo de bom no comunismo, por ser um sistema econômico  que anda unido a estrutura de governo autocrática ele é perverso e causa enorme sofrimento para quantidades enormes de pessoas, genocídios, guerras, destruição intelectual, perseguições e falta de liberdade são algo que esse sistema traz para fazer presença quase que permanentemente nos países que se instala.

  Mas tentando ver algo positivo na sua existência podemos colocar que o sistema pode sim vir a servir para sua função inicial, a de ferramenta de transição para outro sistema econômico, isso se deve ao fato que sua implementação é bastante simples, uma revolução se utilizado de massas ludibriadas por promessas muito convenientes que causam uma convulsão social seguido da tomada total de tudo que tenha valor dentro do estado por meios militares e por fim a subjugação de toda oposição de forma inescrupulosa, após esse processo fica fácil com a estrutura civil embora deformada mas ainda funcional e com tanto poder concentrado e nenhum obstáculo interno colocar em ação a implementação de outro sistema econômico ou estrutura de governo que se tenha interesse e que anteriormente seria muito trabalhoso de se conceber. Talvez não sirva para implementar o socialismo tão sonhado por Marx e por todos que se colocaram a lutar para abandonar o capitalismo nos tempos que ele permitia a exploração indiscriminada do proletário, mas seria sombriamente muito eficiente para com outro sistema que venha ainda a se apresentar, com correções para que ele não venha a ter líderes que acabem por se corromper claro.


  Pontos baixos do comunismo; O sistema comunista é um retrocesso em todos os sentidos ao sistema que veio para substituir, o capitalismo, naturalmente isso seria a justificável já que sua proposta inicial não fora vir para ficar mas de levar a experiência socialista, muito tentadora comparada ao capitalismo sem os ajustes das vertentes modernas. Como os pontos aqui levantados se refere ao sistema comunista em si, ele é ineficiente em evoluir as liberdades, tecnologias, bem estar, produtividade, ética e sustentabilidade da sociedade civil humana e vai além, a regride a se tornar comparável com o seu estágio evolutivo dos tempos de apogeu do sistema econômico feudal.

 

  Análise do comunismo; Encarar o sistema econômico comunista como um fim só pode ser feito por pessoas mal intencionadas, ele é um meio, e deve ser levado como opção por quem acredita em alguns princípios defendidos pelo filósofo italiano Nicolau Maquiavel em que os meios são justificados pelos fins, e assim usá-lo para posteriormente implementar outro sistema que considere digno de experimento, quando afirmo apenas alguns princípios de Maquiavel e devido ao fato dele nunca ter apoiado experimentos utópicos como é justamente a motivação analisada.

  Esse sistema causou e causa muito sofrimento e hoje o grande responsável por seu pontapé inicial Karl Marx é odiado por uma comunidade gigantesca de pessoas ao redor do mundo, assim como igualmente é praticamente idolatrado por um enorme fã clube que ainda está sonhando com suas ideias funcionando. Ambos os grupos não podiam estar mais errados, Marx além de suas teorias de como melhor estudar uma sociedade nada mais fez o que é justamente a proposta desse blog, teorizar uma alternativa ao que existia para reger a sociedade na sua época, para quem gosta da situação que se encontra nossa organização social, nosso sistema econômico e estrutura de governo lembre que a história nos mostra que sempre é possível melhorar e que algo que funciona hoje pode não necessariamente funcionar amanhã, caso não houvesse mudanças e suas propostas hoje ainda estaríamos no feudalismo ou então algo mais primitivo, se faz importante dessa maneira respeitar os intelectuais que tentam ver as alternativas, sendo igualmente importante saber também reconhecer quando algo está errado, Marx idealizou algo que se mostrou unanimemente nas experiências muito ruim quando falamos do comunismo e impossível de ser colocado em prática quando falamos do socialismo, se apegar a essas propostas que já fracassaram sem apresentar nada de significativamente novo para abrir possibilidades de um desfecho diferente é no mínimo sem sentido para não dizer outra coisa.

 

símbolo anarquista

  Anarquismo; Venho colocar esse fenômeno na área de sistemas econômicos porque é nela que ocorre a maioria dos equívocos como a criação do termo "anarco-comunismo" por exemplo, mas o mesmo vale se estivesse na área de estruturas de governo.

  Anarquia não é um sistema econômico e não é um organização de poder ou governo, é a ausência de ambos, sem pontos altos e baixos, nem análise teórica ou prática, é apenas um fenômeno social e que não tem como de nenhuma maneira se hibridizar com um sistema econômico como o termo referido no parágrafo a cima, quem acredita nisso é porque não entende o real significado de ser um anarquista.

  O indivíduo que se torna um anarquista não está apenas em uma concordância com essa forma de pensar, mas também em um estado emocional que contrária a ordem natural da espécie humana uma vez que somos uma espécie sociável. Tendo um desejo ilimitado por não aceitar nenhum tipo de ordem ou forma de entender o que é certo e errado e se tornando um completo agente do caos.

  Momentos de rebelião, guerras, principalmente as guerras civis, convulsões sociais, revoluções e demais eventos de desordem radical costumam ter o apoio de anarquistas mas após a nova ordem se estabelecer uma vez que o seu vácuo não perdura, os anarquistas passam imediatamente a se opor a essa nova ordem e a assim tocar suas normalmente curtas vidas se conformando em nunca alcançarem seu objetivo e sim se manter na eterna luta por ele, gostam disso! Quem não pensa dessa maneira e se declarar anarquistas são na verdade pseudos-anarquistas.

  O exemplo de personagem anarquista fictício mais notável é o Coringa, brilhantemente interpretado pelo ator australiano Heath Ledger no filme britânico-estadunidense da Warner Bros Pictures, Batman o Cabeleireiro das Trevas 2008, cujo qual consegue passar o quão sem conexão com a forma de pensar comum de um ser humano alguém na condição de anarquista tem.

  Por isso já fica explicado aqui também o porquê não irei tentar compactuar desse equívoco e explicar erroneamente esses termos como, anarco-comunismo, anarco-socialismo, anarco-liberalismo etc...Sendo eles quando tendo algum significado coerente no máximo uma frente de militância de alguma ideologia que está se utilizado de forma oportunista de pessoal anarquista e não uma ideologia distinta quem dirá um sistema econômico com fundamentos independentes.